Capítulo 7- A Tragédia

17 1 0
                                    

Dezembro chegou, junto com o inverno e as vésperas do natal. Essa geralmente era a época favorita de Kelly, pois ela podia observar a neve caindo pela janela, tomar chocolate quente na sala com os pais e receber um monte de presentes legais...

Não era o caso agora.

A doença de Kelly começou com pequenas dores de cabeça e algumas tosse no início do mês; mas foi piorando à medida que os dias se passavam e o natal se aproximava.

Agora, ela estava de cama, com uma febre terrível e um balde ao lado, para ela poder vomitar. Os pais tinham levado ela para o hospital da cidade, mas os médicos não conseguiram identificar o problema e apenas disseram que Kelly deveria ficar de repouso.

Agora, o casal olhava preocupado para Kelly, que observava a neve caindo pela janela. Ela já não saía muito de casa no inverno, já que não tinha amigos para brincar na neve, mas não queria dizer que dava na mesma; agora, ela tinha que ficar deitada com um pano frio na cabeça e tomando remédios amargos de quando em quando na sua época favorita do ano.

Que maravilha.

- Filha, querida? - A mãe perguntou docemente entrando no quarto. - Já é natal. Você quer abrir os presentes que você recebeu?

Kelly assentiu com a cabeça, distraída. Não estava com muito ânimo, mas faria aquilo pela mãe.

Sorrindo, ela saiu do quarto, e alguns minutos depois voltou com os braços cheios de embrulhos coloridos, Stephan logo atrás.

Kelly sentou com muita dificuldade, pegando o primeiro presente que sua mãe lhe deu. Era uma caixa quadrada, com um papel verde e brilhante ao redor. Tia Bridget mandou provavelmente. Sempre usava o mesmo embrulho todo ano.

A família de Kelly não seguia bem a tradição natalina do Papai Noel, então ela já sabia que quem comprava os presentes eram os seus pais e parentes.

Quando abriu a caixa, viu um belo suéter azul, com o desenho de um boneco de neve na frente. Kelly deu um sorriso fraco e vestiu o suéter. Coube feito uma luva.

O próximo presente era do tio John: um caderninho marrom e vários lápis de cor e gizes de cera para desenho. Kelly não era muito boa de desenho, mas gostou do presente mesmo assim.

Vovó Helga e Vovô Daniel lhe deram um vestidinho branco rendado, que Kelly provavelmente só usaria nos Fins de Ano (ela não gostava muito de vestidos, menos ainda dos rendados e enfeitados).

Por fim, Vovó Rita e Vovô Arthur lhe enviaram uma cesta cheia de doces e guloseimas variadas - tinha até um pedaço da torta de framboesa que a vó fazia e Kelly adorava.

Ela olhou para os pais e sorriu.

- Eu adorei os presentes.

- Ah, mas você ainda não recebeu todos eles. - Os pais sorriram e esticaram para ela uma pequena caixinha retangular. - Feliz natal, filha.

Ela pegou a caixinha com cuidado e abriu, ficando maravilhada com o que tinha dentro.

Era um pequeno gatinho preto de pelúcia feito à mão, com olhinhos azuis de botão e cheirinho de lavanda.

- E tem mais: abra o zíper. - O pai sorriu.

Kelly virou o brinquedo e viu que realmente tinha um pequeno zíper nas costas. Ela abriu e primeiramente só viu o estofamento de algodão, mas então colocou a mão dentro e sentiu um pequeno quadrado. Puxou e viu que era um pequeno Polaroid, que continha uma foto de seus pais sorridentes e ela no meio, com três anos.

Kelly sentiu os olhos arderem com as lágrimas que ameaçavam cair. Ela se lembrava do momento da foto: era no seu aniversário, quando a tia trouxera uma pequena câmera e pediu para a família posar para uma foto, "para ficar na lembrança", disse, ao entregar de volta a foto.

A História De Kelly AndersonOnde histórias criam vida. Descubra agora