Encourado + 18

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- E aí, mitos. De boa? Sejam bem-vindos a mais um quadro da nossa série Mitos Reais do Folclore Brasileiro! Eu sou Alifer Soares e convido vocês e embarcarem comigo em mais uma caçada folclórica. Hoje vamos falar sobre o Encourado. Ele é conhecido como o vampiro brasileiro lá no Nordeste, diferente do internacional pálidos e com o ponto fraco que é o sol. Ele é um homem sombrio de hábitos noturnos, usa roupas de couro preto (daí o nome). Fede a sangue, e sempre ataca seres humanos e animais em busca de alimento. Tem certa preferência por pessoas que não frequentam igrejas ou bebês não batizados. Para aplacar a ira do Encourado, os moradores das cidades por onde passa oferecem em sacrifício bandidos, pequenos animais ou até crianças. A oferenda deve ser colocada na porta da frente, por onde ele sempre tenta entrar e só o faz quando é convidado. Tenso, né? Como de costume, vão caçando esse like e ativem o sininho para o BlueFire sempre os atualizarem com conteúdos novos. Tamo junto e misturado. Até daqui a pouco.

Introdução feita, estou ainda mais ansioso para ver a reação do Tiago nessa primeira caçada, agora que consegui a guarda dele depois de muito custo em procurar em vão seus pais, nada mais justo do que presenteá-lo como o mais novo membro no time, mal posso esperar. Foi com essa intenção de compartilhar as boas novas que eu fui até seu quarto acordá-lo. Bati na porta e entrei às pressas. Seu quarto estava vazio e arrumado, somente dois livros estava em sua cama separada da sua estante cheia deles. Vi um pequeno bilhete em cima do criado-mudo e assim que o li, descobri o motivo dele não estar em casa:

“Estou no Shopping Eldorado com o Léo na praça de alimentos, voltarei depois do almoço”

Olhei no relógio que marcava dez horas, ainda dava tempo de encontrá-los. Após me arrumar fui até o shooping em uma boa corrida de aquecimento, pelo mesmo ser pero de casa. Quando entrei lá dentro subi o primeiro e segundo andar até chegar na praça de alimentos, foi lá que encontrei os dois morrendo de rir enquanto cada um tomava um pote de sorvete de baunilha. Ele e Léo deram-se super bem depois que o resgatamos da Cuca, estão tão grudados que quem vê diriam que são irmãos.

- Olha se não são meus dois garotos favoritos – disse bagunçando o cabelo de Tiago com meu cafuné e um toque de punho com Léo antes de me sentar. – Posso? – perguntei ao pegar o pote de sorvete do meu amigo.

- Vai fundo. Já tinha terminado.

Antes de falar as boas novas o detector de Tiago ativa nos informando que seu prato estava pronto. O vejo ir até o seu pedido pegando uma bandeja de comida acompanhado de um cachorro quente e refrigerante.

- Agora sim – expressou alegremente com seu olhar brilhante como quem ganha um presente que tanto queria.

- Mano, você come em - debochei. – Ta parecendo o Léo aqui. Esse cara come que nem um desgraçado.

- Comer é tudo de bom, cara. Uma das melhores coisas da vida, não é não Tiago? – Léo proferiu com uma piscadela dirigida ao menino.

- Né? –  respondeu, dando uma mordida no sanduiche. – Hum... caraca, esse cachorro quente é uma delícia – falava com gosto. Nunca vi alguém tão animado em comer um lanche assim. – Eu cresci comendo a comida do orfanato que é uma merda...

- Olha a boca menino – Léo e eu o censuramos, automaticamente.

- Desculpe... é que eu cresci falando isso, as escondidas, por causa do orfanato ser católico.

- Por hoje passa, mocinho – ri discretamente. – Agora enquanto come, eu quero contar uma boa nova para você.

- Manda, Ali.

- Quero dizer que você irá participar de um teste hoje à noite com a gente para se tornar o mais novo membro do grupo Mitos Reais do Folclore Brasileiro.

Série Mitos Reais do Folclore Brasileiro Onde histórias criam vida. Descubra agora