- Bom dia galera, sejam bem-vindos ao meu canal Mitos Reais do Folclore Brasileiro. Eu sou Alifer Soares e esse quadro irei falar sobre mais uma das criaturas folclóricas do Brasil. Depois de quase seis meses sem gravar, conseguimos descansar nosso psicológico dos últimos acontecimentos que tivemos no Corpo Seco. Por isso decidimos fazer um quadro mais leve para vocês, assim o Blue Fire não bloqueia nossos vídeos.
Levantei da minha cadeira móvel seguindo para fora do meu quarto a procura de Tiago. Fui até seu quarto achando que lá estaria, mas assim que abri a porta eu não o encontrei no seu computador jogando como normalmente faria. Dei uma pausa no vídeo para poder ir ao banheiro que estava igualmente vazio. Só restava descer para encontrá-lo na cozinha - seu segundo lugar favorito quando não está jogando.
Tanto ele quanto eu não víamos TV a muito tempo se não para ver filmes de terror a noite com nossos amigos.
Desci os degraus seguindo diretamente para a cozinha. Ele estava lá comendo um sanduíche acompanhado do suco de uva. Tiago estava totalmente distraído, o que me deu uma ideia. Iria trolá-lo com um susto.
Apertei o botão de gravar novamente pronto para agir.
- E aí, meu garoto - gritei batendo fortemente meu pé assim que pulei. O efeito da minha ação teve a reação esperada.
A reação do Tiago foi um dos melhores sustos que pude registrar. Ele soltou um "minha nossa" enquanto caia para trás no momento em que estava bebendo seu suco. Tadinho. Se molhou todo. Ainda bem que ele não bateu a cabeça na queda, graças a cadeira que os sustentava e pelo fato dele ter caído de costas.
- Você tem demência, garoto? - respondeu mau humorado.
- Você estava tão exposto com sua guarda baixa que resolvi registrar esse momento - respondi travesso. - Essa vai para as vídeos cassetadas.
- Sabe que vai ter volta né? - ameaçou. Deu uma pausa enquanto se levantava para se recompor. - Aliás... você vai limpar isso.
- Você tá bravo?
Ele não respondeu ainda irritado.
- Vai me ignorar mesmo? - perguntei com um tom de malícia. - Vou te encher o saco se não me responder.
- O que você quer? - rebateu rapidamente com ódio claramente nítido com cada palavra.
- Tô gravando o novo quatro para o Mitos Reais do Folclore Brasileiro.
- Achei que você tinha parado com isso - disse secamente ao colocar mais suco em seu corpo.
- Depois de um tempo de descanso, decidi voltar com um quadro novo. Só que dessa vez não vamos atrás de uma criatura de verdade. Iremos fingir ver uma.
- Chegou a esse ponto só para ganhar like? - disse me ofendendo com suas palavras.
- Nada a ver - censurei. - Essa gravação será bem feita e muito convincente como as anteriores, deixando de fora o perigo real de morte. Dessa vez ninguém vai sair machucado.
- Bom, já que insiste. Vou terminar de comer aqui meu café da manhã e te ajudo com o que você precisar.
- Combinado.
Sentei ao seu lado desligando a câmera para poder comer um sanduíche. Mais tarde iríamos dar continuidade ao trabalho. Primeiro preciso abastecer minha barriga que clama por alimentação.
.........
Passei a manhã inteira com Tiago jogando vídeo game até o horário do almoço, levei meu irmãozinho até a escola para depois retornar para casa dar continuidade ao trabalho. No meio do caminho eu pensei em almoçar em outro lugar, resolvi fazer diferente. Liguei para meus amigos quando o farol fechou mais a ajuda do trânsito para os convidar para comer no shopping Eldorado por minha conta. Todos disseram que sim desde que cada um pagasse por seu prato escolhido. Não retruquei aceitando de bom grado a proposta deles.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Série Mitos Reais do Folclore Brasileiro
NouvellesContinuação do primeiro volume Mitos Reais do Folclore Brasileiro- Edição Extra: O Saci-Pererê