Laurien
Eu sempre tive uma postura 100% profissional e ameaçadora em meus locais de trabalho e sempre soube que essa mesma postura era a causa de muitos arrepios por onde eu passava e não posso dizer que não me orgulho de mover esse sentimento nas pessoas, pois estaria mentindo.
Causar medo sempre vai me proporcionar vários momentos de entreterimento do mais genuíno mas hoje quase caí em gargalhadas quando vi o olhar de pavor dos gerentes em minha presença.
"Calma gente, eu não mordo. Não sem me pedir primeiro.", inevitavelmente penso assim que cruzo a porta para dar início a reunião e constato o claro pavor em cada olhar dos meus novos funcionários.
Fico bem feliz ao encerrar a reunião e perceber que tudo foi completamente de acordo com os meus planos, caso contrário, eu poderia ter ficado bem estressada. Se eu de bom humor já assusto as pessoas, estressada então, vou fazer o povo correr de mim e se arrepender por cruzar meu caminho.
Pego meu celular e meu copo com chocolate quente (sim, eu amo chocolate quente) e sigo em direção ao elevador.
Ouço um burburinho atrás de mim e a curiosidade me pega. Vejo Gizelli, com seus 1,72 de altura vem tentando de forma desesperada não deixar nenhum papel cair e o que me mata, é que não vem um ser humano com o mínimo de senso e empatia pelo próximo ajudar ela.
Não é por ela ser a minha secretária mas decido parar para esperar e ajudar com esse tanto de relatório que ela carrega.
- Algum problema Dra.? - Pergunta tentando decifrar minha atitude repentina.
- Não se preocupe srta. Mendes, me dê um pouco desses papéis. - Digo pegando um punhado daquela pilha e tomando cuidado para nao misturar com meus proprios papéis. - Já passei muito por isso e sei como é, quem dera eu se tivesse uma alma piedosa para me ajudar.
Não só Gizelli mas todos os presentes estão com as bocas entreabertas em sinal de surpresa, afinal não é todo dia que sua chefe ajuda a carregar relatórios.
Aproveito que todos estão olhando para dar uma bela bronca.
- Eu juro que estou tentando decifrar se essas bocas entreabertas, essas caras de surpresas são por eu estar ajudando a carregar papéis ou se é por vocês verem uma pessoa ajudando a outra. Vocês deveriam ter vergonha de deixar a chefe de vocês carregando papel para ajudar uma funcionária! Mas já que não tem uma pessoa com o mínimo de senso nessa porra desse lugar, eu mesma faço. - Esbravejo. - Mas estejam cientes que da próxima vez que isso acontecer, vou demitir cada funcionário de merda que estiver presente e não fizer nada. Vocês entenderam?
É palpável o desconforto de cada um e sou respondida em unissono um breve "sim". Viro minhas costas e vou em direção ao elevador.
As portas do elevador se abrem e entramos naquele cubículo prateado, torço para que esses dois andares passem rápido.
Ao chegar no nosso andar, saio como se estivesse totalmente desesperada para aquilo e, na real, eu estava mesmo. Detesto lugar fechado e muito pequeno, descobrimos essa merda de claustrofobia quando eu tinha 5 anos e tive que subir até o décimo andar de elevador, foi horrível e só de me lembrar, já sinto arrepios pelo corpo. Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos.
Coloco os papéis na bancada separando-os dos meus para delegar as próximas tarefas de Gizelli.
- Por favor Gizelli, revise esses papéis. Os que precisarem da minha atenção ou assinatura, leve até minha sala, os que você julgar importantes, arquive, os que não vão fazer nada além de ocupar espaço, queime. - Após delegar as novas tarefas para a gata da minha secretária, vou para meu escritório.
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Advogada Cretina (EM ANDAMENTO)
Romance"- Por favor, não faça isso Laurien, dê uma chance ao nosso amor. - Diz ele com essa linda carinha de arrependido. - Sinto muito. - Sorrio amarelo - Mas eu te dei um voto de confiança, te dei uma chance, mas pelo o visto, não sou mulher suficiente p...