Advogada Cretina (EM ANDAMENTO)

P R Ó L O G O

13 anos antes...

Acordo mais um dia e encaro a parede bem à minha frente.

 As únicas coisas que me restaram para lembrar dele são nossas fotos rodiadas de corações roxos de tamanhos variados. Foi a última coisa boa que ele fez por mim mas eu desejaria que ele nunca tivesse nem esbarrado em mim, entrado no meu caminho.

Ele jurou nunca me deixar mas foi só mais um que estava apenas de passagem na minha vida, mais um que brincou comigo e com os meus melhores sentimentos sem que eu me desse conta do que ele estava fazendo.

Decido me levantar, ficar nesse quarto olhando todas essas fotos só vai me deixar pior do que já estou.

Reuno forças para poder sair desse cômodo que tem sido meu mundo fechado nos últimos vinte e três dias. Sim, estou no meu quarto trancada, saindo apenas para tomar banho e pegar alguns biscoitos para que eu não morra de fome.

Caminho em direção a sala com cara de poucos amigos quando sou surpreendida pela minha mãe.

- Como é bom te ver fora daquele quarto minha filha. Como você está? - Pergunta minha mãe com um certo entusiasmo na voz. É perceptível sua alegria ao me ver andando pela casa novamente após tanto tempo sendo mantida em cativeiro por mim mesma.

- Bom dia mãe. Estou me sentindo melhor e percebi que não vai adiantar de nada ficar naquele quarto olhando nossas fotos e me martirizado por ele ter ido embora, até porque não é culpa minha o mau caratismo de ninguém. - Digo mais para o meu coração do que para a minha mãe. Eu preciso aceitar isso, ele não vai voltar.

- Fico muito feliz que finalmente tenha entendido isso Laurien, o que acha da gente sair meu amor, vamos passear um pouco, ham? Toma um banho bem demorado e cuide dos seus cabelos que parecem mais um ninho de passarinho, vista-se levemente, hoje seremos apenas nós. Antes passe no quarto e acorde sua avó, ela vai gostar de te ver lá a essa hora. - Depositando um beijo estalado em minha testa, minha mãe sai e tenho tempo apenas para concordar com um leve movimento com a cabeça.

Vou em direção ao quarto da minha avó e, vê-la dormindo tão tranquilamente me faz esquecer a ideia de acordá-la. Fico apenas admirando a mulher que me criou dormir de forma serena. Melhor não acordar ela agora.

Sigo para a cozinha e como uma maçã para abrir meu apetite enquanto faço uma bela massa de panquecas, só de imaginar o gosto minha boca já saliva.

Após preparar o café da manhã, pego uma bandeja para fazer uma pequena surpresa para a minha avó que ainda dorme, afinal, além de ser domingo, são 9:30 da manhã ainda.

Coloco duas panquecas em um prato, jogo um pouco de mel por cima, pego uma xícara e a encho até a metade com o líquido quente e de forte cheiro que tenho tanto apreço, café. Coloco alguns pães de queijo, uma maçã verde e um copo com suco natural de abacaxi.

Depois que tudo estava pronto e organizado na bandeja vou em direção ao quarto da minha avó e bato na porta abrindo-a em seguida e chego mais perto da cama onde se encontra minha velha tão amada.

- Bom dia vó! Olha o que eu trouxe pra senhora. - Digo um pouco orgulhosa de mim enquanto passo a mão por seus cabelos.

- Bom dia fia! Estou muito feliz em te ver com esse sorriso tão lindo nesse rosto. Ocê fez um belo trabalho com o café da manhã em.. - Diz ela me deixando ainda mais cheia de mim enquanto prova das panquecas e logo após vai devorando os pães de queijo, acertei em cheio e meu peito infla com orgulho.

- Lian te disse que vamos sair hoje né? Quero que melhore logo bebê! - Concordo com um pequeno aceno.

- A partir de hoje serei melhor do que era antes dele e nunca mais ninguém vai fazer o que aquele desgraçado me fez vó. Apesar de ter apenas 17 anos e ainda ser uma criança aos seus olhos, sou uma mulher e uma mulher muito bem decidida quando quero. - Falei cravando aquelas poucas palavras dentro do meu coração.