Withering Gold (WheeSun) by IncognitoShark

Capítulo 1 Flower Talk

Wheein começou o dia como sempre. Passou em cada quarto e abriu as janelas para que o ar fresco da manhã entrasse. Continuou sua rotina de esvaziar os penicos, arrumar as camas, limpar o chão. Era terça-feira, então as janelas também seriam limpas. Quando terminou já era hora de preparar o almoço. Primeiro para a família Lee, é claro. Ela comeria depois, com os outros criados.

O resto do dia foi preenchido com atividades da casa, como lavar roupas e outras pequenas incumbências, e antes que ela percebesse já era noite novamente. Wheein imaginava que, para algumas pessoas, dias assim deveriam parecer inúteis. Uma chatice. Mas era assim que ela conseguia o dinheiro que enviava para ajudar a família. E ela sabia que era boa no que fazia. A senhora Lee já havia falado isso diversas vezes.

Ela era uma criada, mas não poderia reclamar. Ela era feliz por ter um emprego. Além disso, ela era tratada bem. Pelo menos em boa parte do tempo ela era tratada bem. "Seu cheiro é tão bom", um sussurro próximo demais do seu ouvido. Ela automaticamente se afastou da respiração quente na sua pele. Claro, tinha que ser Youngjin. O filho único da senhora Lee. Ele desenvolveu uma estranha afeição por Wheein e nunca falha em deixá-la desconfortável. O rapaz se mostrava muito sutil a princípio, porém seus avanços têm ficado mais atrevidos a cada dia e, sinceramente, às vezes isso assusta Wheein. Mas com a diferença de classe e nível entre eles, ela não poderia falar ou fazer nada. A forma ameaçadora com que a senhora Lee a olhava só confirmava isso.

"Fique longe do meu filho," ela disse certa vez, depois de puxar Wheein, que estava trabalhando, e levá-la para um canto. Wheein não sabia se isso era um aviso ou uma ameaça. Talvez os dois. Contudo, ela não tinha muito que fazer quanto a isso. Sinceramente, ela gostaria de poder ficar longe dele. Ela tentou. Mas ele sempre dava um jeito de se aproximar dela.

Um dia ele foi longe demais. Ela levava toalhas limpas para o banheiro, quando ele bloqueou o seu caminho no corredor estreito e pegou seus pulsos enquanto a empurrava contra a parede, ela derrubou as toalhas e implorou que ele a soltasse. Se duas outras criadas não tivessem aparecido naquele corredor naquele momento, sabe Deus o que teria acontecido.Ao assisti-lo ir embora, a respiração pesada falhando enquanto deslizava contra a parede e sentava no chão, ela decidiu que não poderia permanecer naquela casa. Um dia o pior iria acontecer e por ela ser uma criada, ninguém ficaria do seu lado.

***

Wheein manteve a cabeça baixa enquanto levava uma bandeja com duas xícaras de chá, com um biscoito cuidadosamente colocado sobre cada pires. A senhora Lee conversava animadamente com sua amiga, uma mulher mais velha que Wheein nunca havia visto antes.

- O que você faz para que seu jardim fique tão bonito?!

Os assuntos de sempre. Família, flores, o tempo. Sim. Wheein imaginou que fosse sobre isso. O que é normal, considerando que a senhora Lee mal saía e não fazia quase nada em casa, já que ela tinha dezenas de criados para fazer tudo pra ela. Mesmo ela sendo de uma classe superior, às vezes Wheein sentia pena dela. Ela pegou os pires, cuidadosamente os colocando sobre a pequena mesa em frente às duas mulheres mais velhas. Wheein mal havia se virado quando a amiga da senhora Lee tocou sua mão delicadamente.

- Eu não me lembro de tê-la visto antes. Foi contratou uma nova criada? - ela direcionou a pergunta à senhora Lee.

Senhora Lee negou com a cabeça, claramente tão confusa quanto Wheein estava pela mudança brusca de assunto.

- Não. É que normalmente ela trabalha no andar de cima.

Wheein se sentiu desconfortável ao se tornar o centro das atenções assim do nada. Quando o silêncio persistiu, ela já estava prestes a se virar novamente para sair da sala. Ela sentiu os dedos da mulher apertarem seu pulso desta vez. Wheein não se atreveu a dizer nada, mas inconscientemente tentou puxar seu braço para se livrar do aperto.