Um som pegajoso quando ela tentou levantar o braço, foi isso o que acordou Wheein. Parecia nojento. Ela se sentiu nojenta. Como se todo o corpo dela estivesse grudando na cama. Essa sensação foi confirmada quando ela tentou se sentar e teve que forçar suas costas a desgrudarem do lençol que cobria o colchão. O que diabo era isso? Quando o cérebro dela finalmente acordou do torpor do sono, ela só conseguiu arfar. Em choque. Com nojo. Ela estava na própria cama, mas estava tudo coberto com sangue seco. Talvez fosse sua imaginação, mas depois de ver os lençóis ensanguentados, ela podia jurar que conseguia sentir o cheiro do sangue. Ela olhou para baixo e viu que sua pele nua estava coberta por manchas de sangue seco também.
- W-Wheein? O que está acontecendo?
Wheein se sobressaltou, ela não tinha percebido que havia outra pessoa na sua cama. Rapidamente puxou o cobertor para cobrir os seios nus. Bom. Isso era novidade. Solar nunca tinha acordado em sua cama antes. E de todos os dias que isso podia ter acontecido, por que tinha que ter sido agora? Quando havia todo aquele sangue?
Ela não conseguiu responder, somente olhou para Solar que parecia estar passando pela mesma sensação de horror que ela mesma sentiu quando acordou.
- O que é isso? Wheein?!
Solar ainda estava, ao menos, vestindo... parte de suas roupas. Wheein corou quando reconheceu as marcas de suas mãos sobre a pele da garota ao seu lado e as memórias da noite anterior vieram de imediato à sua mente. Memórias de onde suas mãos haviam tocado, apertado e acariciado. De como foram feitas as manchas de sangue em seu próprio corpo. De dentes mordendo seu ombro, seu pescoço, seus seios e suas coxas. De dedos profundamente dentro dela.
Ela suspirou, trêmula.
Como ela iria explicar isso? Para falar a verdade, ela não podia explicar. Então, ela seguiu o caminho mais fácil.
- Eu não sei, Solar.
Solar balançou a cabeça em negação.
- Eu não me lembro de nada da noite passada... Isso é... sangue? E... Wheein, por que você está nua?
Ai meu Deus. Meu Deus. Meu Deus.
- Eu também não me lembro.
O que mais ela podia dizer? Não tinha como inventar uma mentira que fizesse sentido para explicar isso. Para explicar nada daquela situação toda, na verdade. Seus dedos apertaram o cobertor quando os olhos de Solar momentaneamente passearam pela pele exposta de seu pescoço e clavículas e ainda mais embaixo. Até que a loira franziu o cenho ao olhar para si. Wheein não precisou perguntar o motivo. Solar levantou os braços, sua expressão de dor intensa diante dos cortes.
- Eu... Eu pensei que isso tinha finalmente acabado. Está doendo, Wheein.
O demônio não curou os cortes. Wheein também não se atreveu a pedir que curasse receando que ela pudesse lembrar-se da punição e machucar ainda mais Solar. Ela deveria ficar até feliz que o demônio só havia feito aquilo, era pouco se comparado ao que podia ter acontecido. Podia ter sido muito pior. Mas ainda assim, as palavras de Solar atingiram diretamente seu coração.
- Eu vou limpar esses cortes. Espere um pouco, Solar.
Ela estava olhando as peças de roupas jogadas no chão, tentando identificar seu vestido ou qualquer coisa que pudesse vestir, quando Solar falou novamente.
- Você também está machucada.
Quê? Wheein olhou para trás e seguiu a direção que Solar encarava. Seu ombro. Havia claramente marcas de dentes ali, mordidas visíveis. Sinceramente, Wheein nem ao menos sabia se eram de mordidas da noite anterior ou da semana passada. Ela estava tão acostumada que estivessem cobertas por suas roupas, que até esquecia-se da existência delas. Havia também arranhões visíveis, vermelhos contrastando com a pele alva. Ela sentiu seu rosto esquentar.
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Withering Gold (WheeSun) by IncognitoShark
Paranormal"Em cada anjo, existe um demônio..." 1860 - Wheein é uma criada que recebe a oferta para trabalhar para Família Kim. Mas o novo emprego parece ser bom demais para ser verdade. Ela não imagina o que a espera na casa dos Kim, muito menos o segredo de...