Withering Gold (WheeSun) by IncognitoShark

Capítulo 16 Goodbyes

Parecia surreal. O fato de terem continuado deitadas lá por quem sabe quanto tempo, embora ambas soubessem que tudo terminaria em breve. Talvez fosse exatamente por isso que ficaram naquele lugar. Era o pequeno pedaço de 'calmaria antes da tempestade'. Embora fosse mais do que isso. Para Wheein, pelo menos. Ela virou a cabeça para olhar Solar. Os olhos da garota estavam fechados e se não fosse pelo movimento leve e adorável em seu nariz, Wheein teria pensado que estava dormindo. Ela era tão linda. Por fora e por dentro. Ela era um raio de sol dourado que Wheein queria preservar e proteger. Seus olhos caíram para os lábios carnudos, já sentindo falta do toque deles. Mas ela era egoísta. Ela deveria estar feliz por já tê-los sentido uma vez. Mesmo que tudo que ela ainda quisesse fosse capturá-los novamente agora.

Ela não ousou, no entanto. Já tinha sido feito. O ritual. Toda a razão pela qual os beijos lhe foram permitidos acontecer em primeiro lugar. Foi bom, mas agora acabou. Wheein prolongou pelo maior tempo que pôde.

Ou foi o que ela pensou.

Solar virou a cabeça, pegando Wheein no ato de encará-la. Isso a teria envergonhado em qualquer outro momento, mas este poderia muito bem ser seu último dia. Ela queria que Solar fosse a última coisa que ela se lembraria. Esta Solar. Se ela olhasse com força suficiente, poderia apagar a imagem da Solar de olhos violeta que apareceria novamente à noite. Ela esperava que sim.

Solar não disse nada, mas continuou olhando para ela também. Wheein sentiu como se estivesse no céu. Ironicamente, antes mesmo de ela morrer. A loira soltou o suspiro mais suave e Wheein só podia imaginar os pensamentos que passavam pela mente da garota. Ela se perguntou se eles eram semelhantes aos dela... Talvez? Wheein sempre olhava nos olhos dela esperando vê-los gritar em desespero, mas eles apenas mostravam uma estranha calma. Talvez ela tivesse aceitado seu destino, mesmo que Wheein não.

Um pequeno sorriso apareceu nos belos lábios e Wheein estava convencida de que seria capaz de viver o resto do dia em paz só de pensar nesse sorriso. Tudo valera a pena. Todos os machucados. Todos os arranhões. Todas as queimaduras. Toda mágoa.

Ela estremeceu quando uma mão quente envolveu sua bochecha suavemente. O toque suave de Solar. Dando-lhe ainda mais coragem. Solar se aproximou até que suas testas pudessem se tocar. Outro suspiro. Talvez ela não estivesse tão calma, afinal. Talvez fosse tudo uma ilusão. Wheein fechou os olhos, sentindo sua mente desviar para coisas mais agradáveis ​​do que suas preocupações. Para o calor de Solar. O cheiro de pinho à sua volta. O-

Lábios suaves estavam sobre os dela novamente. Beijando-a delicadamente. Sem nenhuma razão para fazê-lo. Isso significava mais do que tudo o que havia acontecido antes. Mais do que qualquer coisa. Ela puxou Solar para um abraço e a garota o devolveu. O beijo foi quebrado, mas o abraço delas não. Mesmo com os olhos fechados, Wheein se sentiu desorientada. Um tipo de desorientação boa, aquele tipo que te afasta da dura realidade. Ela se sentia como uma borboleta, em um mundo em tons de cinza, atraída pela única cor nele. Um marrom escuro profundo. A cor mais bonita do mundo. Quem se importava se as outras cores desaparecessem?

- Nós devemos nos levantar. - Ela finalmente ouviu Solar dizer, mesmo que parecesse longe.

- Eu não quero. - Suas pálpebras compartilharam esse pensamento e não queriam abrir os olhos.

- Nem eu. - Outro beijo. Wheein se perguntou se isso significava que Solar realmente sentia o mesmo por ela. Ou era apenas por que tudo poderia acabar hoje e ela queria algum contato humano? A criada sabia que não importava no que ela acreditava. Tudo poderia acabar hoje. Ela decidiu acreditar na primeira opção. Isso a fez se sentir muito melhor. Com o que aconteceria a seguir.

***

A volta para casa foi em silêncio. Era como se, a cada novo passo que davam, mais elas se afastavam da fantasia de poucos momentos atrás. Uma fantasia que Wheein ainda não estava preparada para abandonar. Talvez nunca abandonasse, se dependesse dela. Em algum momento, suas pernas até pararam de se mover completamente, mas a mão de Solar a guiou gentilmente ao longo da estrada. Wheein desejou que elas pudessem fugir. Como o príncipe e a princesa fariam nos contos de fadas. Elas partiriam para o pôr-do-sol. Só que fugir significaria cavalgar sozinha para o pôr-do-sol. Era um pensamento ainda mais insuportável que a real alternativa.