Tinha que ser Você (FANFIC CONCLUÍDA)

Capítulo 6

POV Jamie

Meus músculos queimam como louco quando eu completo cinquenta flexões, e meus olhos ardem com todo o suor escorrendo pelo meu rosto, mas eu não posso reclamar de nada, eu precisava extravasar, precisava tirar toda tensão de cima dos meus ombros, e precisava ocupar minha cabeça. E a única forma que eu conseguiria fazer isso era vindo para a academia. 

Deixei as meninas brincando no quarto, e recomendei que se alguma coisa acontecesse era só Dulcie ligar para o ramal dessa sala. Bom, já faz meia hora que sai de lá, e dado ao fato de que nenhumas delas apareceram aqui na porta, e também não me ligaram, me deixa despreocupado. Não totalmente é claro, mas eu confio que elas estejam brincando comportadas. 

Levanto do chão, e vou para o saco de pancada pendurado no teto. Fecho minhas mãos em punhos, e começo a socá-lo com força, fazendo-o voar de um lado para o outro. Uma parte do chão é forrado com tatame azul e ao meu lado está uma grande janela de vidro. Eu consigo ver o céu através dela. E mesmo que minha atenção esteja na esponja preta que vai e vem na minha frente, eu consigo ver que o céu está no seu tom mais claro de azul, sem nuvens e sem alertas de chuva. 

É excitante, e me faz perceber que eu poderia estar aproveitando esse dia bonito lá fora com as crianças. Mas ao invés disso, elas estão trancadas em um quarto, e eu estou aqui tentando controlar a minha fúria. Eu só não sei se estou mais irritado pelo fato de que Dakota tem namorado ou se é pelo fato da ligação de Niall me deixar virado. 

Quando eu sai de casa, deixei ele recomendado para me manter informado sobre tudo que estivesse acontecendo por lá. Não gostei de saber que algumas pessoas ainda estão tentando fazer mal para mim, e para minha filhas. Como isso é possível?

Ninguém deveria se importar com o que aconteceu, exceto eu e as meninas. Porra. Minhas filhas não merecem ter que viver escondidas, longe dos seus amigos e da sua rotina. Eu não mereço ser perseguido. 

Desço minhas mãos para os lados do meu corpo, e começo a chutar o saco de pancada depositando toda minha raiva nele. A corrente que prende no teto parece que vai arrebentar a qualquer instante, mas eu não estou preocupado com isso. Manter a minha sanidade é mais importante. Olho para meu corpo refletido nas duas paredes cobertas por espelhos do chão ao teto, e vejo como meus músculos ainda estão rígidos. 

Eu estou vestindo apenas uma bermuda preta, tirei minha camiseta ainda quando estava na esteira. Agora ela deve estar jogada em algum canto dessa sala ou perdida entre as maquinas de exercícios. Continuo erguendo minha perna no ar, chutando o saco de pancada alternando entre uma e outra. Atrás de mim têm pesos e mais pesos cobrindo as prateleiras fixadas na parede, mas eu não usei nenhum deles ainda, e nem farei isso. 

Chuto mais algumas vezes, e vou diminuindo o ritmo. Sinto minhas pernas pesadas quando encerro a sessão. Estico minha mão e seguro o saco de pancadas até que a corrente que o sustenta pare de tintinar. Aproveito e alongo meu pescoço de um lado para o outro, e o som que escuro parece de ossos quebrando. Alongo meus braços, pernas e corpo. De repente começo a me sentir mais relaxado, mas não o suficiente para esquecer os motivos que me levaram até essa academia. 

Dou uma caminhada pela sala, e procuro minha camiseta branca e suada. Vejo ela embolada ao lado das garrafas de água em cima da prateleira que fica próximo a porta de entrada. Não há condições de usá-la novamente, então eu apenas enfio uma parte dela em meu bolso, e pego uma garrada de água antes de sair da sala. 

Atravesso a porta, e rapidamente sinto o frescor das paredes de concreto envolta do corredor. Eu deveria ter ligado o ar condicionado na academia antes de começar a treinar, mas estava extremamente perturbado para ter pensado nisso.