Lua Nova

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// Katsuki //

Cansado, eu encarava a tela do notebook à minha frente. Izu estava deitado no sofá em forma de L com Zaraya dormindo no colo dele, enquanto suas mãos brincavam com o cabelo dela.

"- Bem, eu soube que você e seu marido queriam um bebê".

Sim, nós queríamos um bebê.

Mas aquilo realmente poder acontecer naquele momento era uma surpresa e tanto. Era uma surpresa boa para mim e para Izuku, de fato, mas para Zaraya, no primeiro dia, não foi.

Assim que Vênus terminou aquelas palavras o rosto de Zaraya empalideceu, mas ela não disse nada. Vênus entrou e nos contou que ela era o "milagre dos bebês". Sua individualidade, segundo Zaraya, era algo divino. Aquela mulher era quase uma deusa por ser tão poderosa.

No fim das contas nós não pudemos decidir de uma vez porque ainda queríamos ter uma chance de conversar melhor, tanto entre os adultos quanto com Zaraya. Eu queria perguntar a minha mãe como criar um bebê e se aquilo poderia ser ruim para Zaraya. Queria saber se a Sra. Blues acharia uma boa ideia criar uma criança tão pequena enquanto ainda estavamos em fase de adaptação com Z e, se de alguma forma, aquilo poderia interferir na adoção.

E tanto eu, quanto Izuku, queriamos saber da opinião de Zaraya sobre ter um irmão. Bem, ela já era tão importante.

Mas assim que Vênus deixou nossa casa, com a promessa de que voltaria dali uma semana para saber nossa resposta definitiva, Zaraya começou a chorar.

De primeira nós achamos que podia ser por causa do filme que ela estava assistindo enquanto eu, Izu e Vênus conversavamos na cozinha. Mas logo ficou claro que Z podia entender muita coisa por sua individualidade. Quando Izu finalmente conseguiu acalma-la, o que levou mais ou menos uns quinze minutos, ela nos abraçou e perguntou com a voz fraca:

- Vocês vão me devolver agora que vão ganhar um bebê?

- O que?! - Izu exclamou horrorizado e no mesmo instante os olhos verdes se encheram de lágrimas. - D-devolver você? De onde você tirou isso, Z?

Ela o encarou confusa e eu afaguei as costas dela para acalma-la. Cake se juntou a nós e esfregou o focinho no braço dela.

- Nós não vamos "devolver" você - eu disse sério enquanto Izu concordava e fazia carinho no pelo de Cake. - Você agora é tão nossa filha quanto esse bebezinho vai ser.

Zaraya riu e nos abraçou com mais força ainda. Izu se inclinou e me deu um beijinho tímido.

No final das contas, naquele dia, nós acabamos conversando sobre possíveis nomes para nosso eventual bebê.

- Amor? - Izu chamou de repente e eu ergui o olhar para ele, esquecendo minha pequena pesquisa. - Acho que a Z pegou no sono mesmo. Você pode leva-la para o quarto dela?

- Claro - eu me levantei e me inclinei para deixar um beijo nele antes de pegar Zaraya no colo. Ela era tão leve e pequena, era fácil demais carrega-la.

- Ela parece ainda menor quando você a carrega - Izu disse rindo baixinho, me seguindo pela casa. - Você é muito grande.

- Eu não sou, não - murmurei envergonhado. - Pare com isso, você é que é muito pequeno, amor.

- Não sou. Eu tenho exatamente um metro e setenta e sete centimetros. É o tamanho certo de um homem adulto. Você é que é um monstro.

- Eu sou só uns quinze centímetros maior que você.

- Kacchan, acho que você ainda não percebeu, mas isso significa que você tem um metro e noventa e ...

- Olhe aqui, seu tampinha, eu não tenho um metro e noventa - reclamei com ele enquanto abria a porta do quarto de Zaraya. - Vamos me medir já que você está sendo tão chato.

INSTANT SHOCK | BAKUDEKU Onde histórias criam vida. Descubra agora