CAPÍTULO 3-CURIOSIDADE INFANTIL

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES! )


Ricardo aprendera logo cedo qual era a função da parte de baixo das camas dos seus tios e primos mais velhos: guardar revistas de mulheres nuas! Elas ficavam ali, presas entre a grade e os colchões, parecendo torturar os seios enormes e nus das modelos com mamilos rosa.

Às vezes achava alguns pacotinhos com balõezinhos transparentes dentro das gavetas, entre as cuecas dos tios. Pequenos demais e não tinham tanta graça quanto os que ele brigava para pegar nas festas de aniversário.

Uma vez pegou um e foi encher na cozinha. A avó  meteu-lhe  a mão na boca atirando o brinquedo longe. Talvez porque fossem  mais caros  do que aqueles coloridos  das festas de aniversário. 

Outra  vez vira um destes balõezinhos transparentes e sem graça  no lixo do banheiro, mas não deu pra  colocar na  boca.  O tio enchera de uma cola fedorenta parecendo claro de ovo, amarrara a ponta e jogara no lixo.

Ouvira a avó xingando os primos e os tios, dizendo que tinha criança em casa...ele.

A avó o metera numa fria, pois os tios e primos vieram lhe dar cascudos ao descobrirem que o curioso andava fuçando as coisas deles. Nunca mais vira aqueles artefatos  esquisitos  nas gavetas dos tios...nem nos cestos do banheiro, onde ele procurara várias vezes. Foi descobrir mais tarde que eram camisinhas e que serviam para evitar DSTs, doenças sexualmente transmissíveis,  e gravidez.

A descoberta das revistas pornográficas (Playboy e afins) fora por acaso num dia em que ele fora pegar a bola que rolara pra debaixo da cama do tio Emídio, irmão mais novo de sua mãe, e que já tinha dezoito anos...Ricardo tinha dez ainda.

O dia estava iluminado e mesmo estando debaixo da cama do tio, pode ver várias revistas enfiadas ali, logo abaixo do colchão, porém cobertas por um papelão, como para que quem fosse arrumar a cama não pudesse ver.

Ricardo logo deitou ali debaixo, espiou para ver se o tio não vinha e puxou uma das revistas.

Lembrou-se do trabalho da escola, onde a professora pedia pra recortar e colar palavrinhas novas e que ele não soubesse o significado ainda. Achou várias: ereto, ejaculação, penetração, orgasmo...mas ele não saiu para buscar a tesourinha na mochila da escola.

Seios e nádegas...seios e nádegas...tudo muito redondo...muito branco...por que não haviam mulheres negras ali? Teria perguntado a avó, mas ela perceberia que ele estava mexendo nas coisas dos mais velhos novamente. Melhor não recortar nada, ou talvez viessem a desconfiar dele quando vissem as janelinhas vazadas nas folhas das revistas.

A colcha quase arrastava no chão e assim ele pode olhar rapidinho sem que ninguém suspeitasse, mas confiou que poderia voltar depois para ver mais daquele tesouro escondido.

Por alguns dias, a visão daquelas carnes arredondadas povoaram a sua mente e ele passou a olhar para as garotas da escola  como a verificar se elas também eram dotadas de tanta carne macia.

_Sai fora, seu preto safado! Melhor parar de olhar os meus seios, ou chamo a professora!_dissera uma de suas colegas percebendo que ele a observava.

Era um ano bom e outros alunos negros, inclusive garotas, haviam chegado na escola. Finalmente ele não seria o único alvo dos ataques dos racistas.

A marcação sobre o único negro foi se descentralizando e ele já podia transitar sem que as outras pessoas viessem a atormentá-lo, ou desconfiar que ele queria lhes roubar algo.

Pode-se dizer que aquela curiosidade sobre o corpo feminino durou por mais de um mês, até que um dia, tudo mudou.

Ricardo tinha o recreio junto com os outros garotos pequenos, os menores das séries iniciais, enquanto os maiores vinham para o intervalo depois que eles já tinham voltado pra sala. A professora explicara que era para que os maiores não machucassem os pequenos que ainda tinham o direito de brincar pelos corredores.

MEDIDAS DESESPERADAS!-A HISTÓRIA DE RICARDO-Armando Scoth Lee-conto gayOnde histórias criam vida. Descubra agora