CAPÍTULO 15-A PRIMEIRA VEZ DE RICARDO E AGNALDO TIMÓTEO

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Ricardo teve um dia de cão imaginando o que teria acontecido com o primo e já imaginando como ligaria pra tia pra dizer que o filho dela tinha desaparecido.

A garagem estava vazia, o que indicava que mais uma vez o primo não estaria em casa.

Entrou agoniado já listando pra onde deveria ligar primeiro...se seria para a polícia pra informar o desaparecimento...pra tia pedindo orações...pra Nina pedindo satisfações...para o amigo do primo exigindo que dessem conta do seu primo...pronto-socorro...necrotério...

Por que as pessoas só pensam no pior, avaliou sentindo um arrepio. Por que não imaginar que o primo tinha finalmente se acertado com a namorada e estava fazendo amor com ela o dia todo para recuperarem o tempo perdido?

A cabeça estava a mil quando ele abriu a porta e jogou a bolsa sobre o sofá, desabando ao lado dela e tampando o rosto desolado.

Lembrava-se do primo ainda pequeno, uns cinco anos...tão fofo!

Lembrava-se do primo com medo de baratas e o chamando para matar as que apareciam na casa...ou do primo se agarrando a ele, feito um carrapato, quando chovia e o som dos trovões o assustava!

Era no primo mais velho que o pequeno Agnaldo Timóteo  vinha se agarrar, quando chovia forte e ele  pensava que não daria tempo de chegar no quarto dos pais antes do próximo estrondo de algum trovão!

O cansaço o fez cochilar por alguns minutos...meia hora, talvez.

Por que o primo estava fazendo aquilo? Custava ligar pra dar notícias...dizer que estava vivo?

Ricardo assustou-se com o som de alguém tentando abrir a porta.

Levantou-se imaginando que talvez fosse algum ladrão, pois forçava a fechadura!

O terror de perder a vida o fez pegar uma faca na cozinha e se esconder atrás da porta. Se fosse rápido o bastante, poderia esfaquear o ladrão e sair correndo pra pedir ajuda!

_Tem alguma bichinha folgada aí?_gritou Agnaldo Timóteo assim que abriu a porta e mesmo antes de dar  um passo pra dentro.

Ricardo agradeceu por ver que o primo estava bêbado o suficiente para abrir a porta e entrar direto, o que teria acabado com uma facada certeira do depilador!

O depilador jogou a faca sobre a bancada onde a tia colocava alguns vasos e veio com ódio puxar o primo pra dentro.

_Entra, estrupício, porque o que é seu está guardado, ah se está!_disse tendo que usar toda a sua força para arrastar o homem cambaleante pra dentro.

Agnaldo Timóteo desabou sobre o sofá, enquanto o primo trancava a porta.

_Não me diga que veio dirigindo deste jeito, Agnaldo Timóteo!_perguntou incrédulo.

O motorista de aplicativo tentou encarar o primo, mas era óbvio que via dois Ricardos a sua frente.

_Claro, veada! Macho que é macho dirige melhor ainda depois que toma umas lourinhas geladas!_riu mole._Dirigi até aqui na metade do tempo que gasto normalmente, libélula ouriçada!

Ricardo não acreditou e foi olhar na garagem. Ela estava vazia.

_Não tem carro nenhum na garagem, Agnaldo Timóteo._bufou.

_Então não é garagem, veada...porque só vira garagem se tiver carro dentro..._riu da própria piada idiota.

_Deixou ele onde? No serviço? Na casa da Nina?_tentou saber.

MEDIDAS DESESPERADAS!-A HISTÓRIA DE RICARDO-Armando Scoth Lee-conto gayOnde histórias criam vida. Descubra agora