CAPÍTULO 2-O INÍCIO DE TUDO

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES! )


Gay que se preza tem que chegar ao mundo já lacrando, o próprio Ricardo viria dizer um dia!

Ricardo  talvez tenha berrado indignado quando nasceu justamente por ter percebido que tivera que passar pelas entranhas de uma mulher...mesmo que essa fosse sua própria mãe...para vir ao mundo!

Sua mãe, Marina, tivera parto normal e tinha que admitir que o médico de plantão era tão lindo que ela queria que o parto tivesse durado mais dez horas, além das cinco!

Desbocada, falou com as amigas mais tarde em relação ao médico gato:

_Eu precisando botar uma coisa pra fora e doida pra botar outra coisa pra dentro!

Não seria errado dizer que os hormônios fogosos de Marina  influenciariam um dia a personalidade do seu filho sem filtro!

Ricardo ainda era um garotinho quando ela gritava batendo na porta do banheiro:

_E lave bem a cabecinha da piroca pra depois não ficar com cheiro de queijo polenguinho!

No início ele até tentou educar a mãe dizendo que aquilo era uma puta falta de privacidade, mas ela invocava a lei maior de que ele saíra de dentro dela e ficava por isso mesmo. Com o tempo, ele desistiu e se acostumou.

O filho viera ao mundo aos berros, como se protestasse contra quem o tinha tirado de uma soneca gostosa, o arrancado de sua zona de conforto... mas calou-se assim que o médico o pegou no colo e sorriu pra ele...ao que o recém-nascido retribuiu mesmo com os olhinhos cheios de lágrimas.

A mãe contava essa história pra todo mundo que foi visitá-lo  nos primeiros dias, mas Ricardo tinha lá suas dúvidas de que já percebia a diferença entre mão de homem e mão de mulher dando tapinhas em sua buda.

Doutor Leonardo era realmente um homem lindo e provavelmente a alma gay já presente no garoto já tinha observado aquilo também.

_Gostoso, isso sim é o que este doutor Leonardo é!_falava a mãe às amigas que vieram visitá-la ainda no hospital.

A infância do pequeno não fora fácil, pois era o único negro de sua turminha na escola.

Conseguira a vaga porque a avó era quem fazia a sopa para a garotada e parente de funcionário tinha vaga garantida ali. Talvez a diretora não considerara que a cozinheira negra fosse exigir a sua cota para o netinho negro.

_Seu cabelo é duro..._dizia uma garotinha loura de bochechas rosadas._Quando eu toco neles, machuca a minha mãozinha.

Ricardo ainda tinha seis anos, mas teve vontade de socar aquele nariz vermelho de coelho da Páscoa (ele descreveria em casa quando fosse reclamar com a mãe) que lhe ofendia.

A mãe até que tentava alisar os cabelos do filho: alisantes fedorentos, babosa, óleo de coco, banha de galinha...nem sempre ele ia cheiroso pra escola, mas o importante era seus cabelos passarem uma ideia de sedosos. 

_E sua pele é queimada..._a garota havia continuado talvez não tendo ainda maturidade suficiente para saber a hora de parar e o risco que corria com o filho de Marina.

A mãe nunca levava desaforo pra casa, por que o filho levaria?

Fora neste dia que o filho de Marina tinha tomado o chocolate líquido de um colega e virado cabeça abaixo na menina rosa que já dava mostras de ser racista.

_Agora estamos iguais._ele falou ao final de sua peraltice comparando as duas peles agora escuras com a expressão vingada._Nós dois temos cor de chocolate.

MEDIDAS DESESPERADAS!-A HISTÓRIA DE RICARDO-Armando Scoth Lee-conto gayOnde histórias criam vida. Descubra agora