CAPÍTULO 24-RICARDO NÃO PERDE TEMPO!

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(ALERTA! ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Ricardo e o primo tentaram retirar o carro do buraco novamente. Talvez os dois juntos pudessem dar um jeito de o empurrar para próximo à estrada, onde chamaria a atenção de algum motorista solidário. Desistiram. Realmente parecia que só um guincho para fazer o serviço!

A chuva foi a única solidária e companheira naquela provação dos dois primos.

Mais um raio caiu estremecendo todo o lugar e trazendo consigo um som ensurdecedor assustando os dois!

_Virgem santíssima, acho que o mundo vai arrasar mesmo hoje!_berrou Agnaldo Timóteo não se intimidando perto do primo gay ao demonstrar que sentia medo daquele temporal.

Ricardo sabia que o primo tinha pavor de chuva forte e riu. Daria tudo para filmar aquele momento para depois poder rir da cara de Agnaldo.

Lembrava-se dele ainda pequeno correndo para a cama dos pais após o primeiro relâmpago ou trovão anunciando chuva. O segundo com certeza já o pegava tremendo agarrado a um dos pais.

_Quando você era pequeno, costumava fazer xixi na roupa quando dava trovão._riu Ricardo lixando as unhas muito à vontade sem demonstrar medo algum diante da tempestade.

Agnaldo já notara aquela mania do primo de trazer sempre uma lixa de unhas como se fosse um item de primeira necessidade! Aí, na primeira oportunidade, começava a lixar as unhas, como se elas nunca estivessem totalmente perfeitas.

_Tinha que lembrar disso? Daqui a pouco vai querer dizer que eu sou veado também por ter medo de trovão!_irritou-se o motorista.

Ricardo ignorou o mal humor do primo.

_E aí corria para o meu colo e se agarrava a mim feito um carrapato, se eu estivesse mais perto do que a caminha do papai e da mamãe._provocou.

_Eu tinha cinco anos! Cinco anos, veado!_esclareceu logo o primo irritado por estar preso ali e naquela situação.

_E eu quinze. Hoje tenho 45 e você 35 e nada mudou...é o mesmo menino chorão que morre de medo de baratas, trovões e relâmpagos. Não quer vir aqui atrás pra eu te dar colinho não, bebê?_disse o gay com a voz sedutora soprando as unhas.

Agnaldo não acreditou que o outro estava fazendo aquela proposta indecente pra ele!

_Prefiro que um raio caia na minha cabeça a me enfiar aí atrás com você, Ricardo! Sai fora!_berrou pra voz se sobressair ao som da água desabando sobre o teto do carro.

Como se tivesse ouvido o desafio, os céus mandaram um novo raio que sacudiu o carro!

Agnaldo Timóteo, o filho de dona Cotinha que morria de medo de baratas e de chuva forte, deu um salto quase batendo a cabeça no teto do carro!

Ricardo estralou numa gargalhada gostosa!

_Seu desejo é uma ordem para os céus, belo!

Ricardo jogou um beijo para o primo e piscou sentindo-se vingado pela homofobia constante do outro.

_Ei! Parou aí, né?_gritou Agnaldo batendo no teto do carro como se assim chamasse a atenção do dono dos raios._Chega de chover, porra! Vai acabar com o estoque do ano todo, é?

Ricardo riu novamente:

_Grita mais alto, de repente ele te ouve! Ouvi falar que Zeus, o deus dos raios, é meio surdo!

Agnaldo o encarou visivelmente alterado:

_Saco isso, viu?! Parece que o meu coração vai saltar pela boca a cada raio! Viu que este caiu pertinho! Mais um metro e detonava o meu carro com a gente dentro!

MEDIDAS DESESPERADAS!-A HISTÓRIA DE RICARDO-Armando Scoth Lee-conto gayOnde histórias criam vida. Descubra agora