CAPÍTULO 11-COMO RICARDO PERDEU OS CABELOS

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Agora era questão de honra Ricardo trazer Álvaro para o seu círculo de amizades!

No fundo ele não considerava que tinha amigos verdadeiros, mas apenas colegas de escola ou pessoas interessadas em seus favores sexuais. Na maioria das vezes, seus colegas só estavam interessados em seus favores sexuais, o que os descartava definitivamente como amigos.

_Besteira!_dizia tia Cotinha._Na vida, se a gente for contar quantos amigos tem, pode contar nos dedos de uma das mãos e ainda vai sobrar muito dedo, aprenda isso, Ricardo. Mas se você conseguir um bom amigo, verdadeiro, companheiro, solidário...aí você terá a maior riqueza da vida!

Algo lhe dizia que seria Álvaro essa pessoa citada por tia Cotinha...talvez um sexto sentido, ou um gaydar bem apurado indicava isso ao negro.

Ricardo sempre imaginara que gay passivo não pode ter amizade com gay passivo, ou gera concorrência pra "catar" os boys magia, mas com Álvaro era diferente: ele parecia ter se fixado em Ângelo de uma forma que talvez não confessasse nem pra si mesmo em voz alta que o outro correspondera ao seu boquete. E aquilo parecia que duraria pra sempre!

Depois de deixar Álvaro se afogando em lágrimas em casa e tendo atendido ao pedido dele pra ficar sozinho (ainda era cedo demais pra insistir e forçar a barra, claro), Ricardo foi pra casa para tentar mais uma fórmula milagrosa para arrumar os cabelos afro.

Abriu a porta e deu de cara com o primo Agnaldo Timóteo, dez anos mais novo do que ele...um moleque afrontoso só porque a casa era da mãe dele e não do primo.

_Você tem que me pedir permissão pra entrar nesta casa porque ela é da minha mãe._disse cruzando os braços e fazendo beicinho tentando marcar terreno de macho.

_Só me faltava esta, meu Deus!_suspirou enfadado.

Ricardo passou por ele sem dar atenção ao pirralho.

Agnaldo foi atrás lhe apontando o dedo e estufando o peito:

_O meu amigo Leopoldo disse que você se veste como mulher...conversa como mulher...faz gestos como mulher...

Ricardo o interrompeu sem paciência:

_Mas gosto é de homem, pestinha! E some logo da minha frente antes que eu faça de você o meu almoço! Sai!_berrou fechando a porta do banheiro na cara do garoto.

Agnaldo não deixou por menos e gritou fazendo escândalo:

_Mãe! O Ricardo disse que vai me comer!

Não deu outra. A tia veio bater à porta do banheiro:

_Ricardo, o que nós conversamos que não é pra ficar falando estas bobagens com o seu primo!

Ele abriu a porta imediatamente, temendo que a tia fizesse coro com o grupo de idiotas que achava que gay era pedófilo!

_Não falei nada, tia Cotinha...a senhora sabe que este garoto mente!

_Falou sim!_repetiu o garoto.

_Êita menino chato! Um sorvete de flocos se desmentir._chantageou, pois não estava com saco para discussões.

O garoto virou imediatamente  para a mãe com os olhos arregalados:

_Eu estou mentindo, mamãe...ele não falou nada! Eu estava brincando...

A tia ficou indignada:

_Ricardo! Está subornando o seu primo? Daqui a pouco ele vai querer dinheiro pra fazer as coisas!

MEDIDAS DESESPERADAS!-A HISTÓRIA DE RICARDO-Armando Scoth Lee-conto gayOnde histórias criam vida. Descubra agora