CAPÍTULO 22-RICARDO DECIDE AGIR!

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(ALERTA: ESTE LIVRO É IMPRÓPRIO PARA MENORES!)


Ricardo pediu pra sair mais cedo do salão para resolver um problema pessoal urgente...caso de vida ou morte, justificou! O patrão, contagiado pela aflição do outro, não se apôs.

Um berro estridente acordou o motorista de aplicativo que estava dormindo profundamente após um longo dia de trabalho.

_Agnaldo Timóteo, me socorra em nome de todos os santos e santas do céu auxiliados por seus guias de luz!_berrou Ricardo invadindo o quarto do primo.

Os amigos o chamavam de Gui...os irmãos o chamavam de Gui...o pai o chamava de Gui...Uma antiga namorada até quis marcar presença e o chamou de Tim. Mas apenas duas pessoas ainda o contrariavam e chamavam pelo nome de batismo completo...e ele sabia que não era a sua mãe quem estava gritando daquele jeito.

Pior do que gritar o seu nome completo foi acender a luz bem na cara dele!

_Depois a gente mete a mão na cara de uma peste destas e o povo vem encher o saco que é homofobia!_resmungou o rapaz irritado piscando por conta da fotofobia._Ficou doido, Ricardo? Isso é jeito de me acordar, libélula possuída?

Agnaldo Timóteo reprovou de cara o visual do primo: ele usava um casaco de couro vermelho e uma blusa preta justinha e brilhante por baixo. Uma calça também preta extremamente apertada completava o figurino. A cabeça raspada e os  lábios carnudos e brilhantes completavam o visual  de Ricardo.

_Agnaldo Timóteo, vista-se e venha comigo agora!_ordenou Ricardo jogando uma camisa sobre o motorista como se não tivesse notado o quanto ele estava irritado com aquela invasão de privacidade.

_Ô bicha, quando é que você vai aprender a bater na porta e marcar hora, hein?! Faço corrida atendendo a aplicativo e não a berro de muriçoca doida se remexendo na cinza quente!_desabafou o primo embolando a camisa e atirando longe.

Ricardo revirou os olhos e agarrou a camisa a sacudindo para desamassar. Atirou sobre o primo novamente.

_Agnaldo Timóteo, eu não posso conversar, pois é uma emergência! Levanta o seu rabo desta cama logo e me leve num lugar agora!_ordenou.

O outro voltou a jogar a camisa longe, deixando claro que não estava disposto a obedecer o primo mais velho.

_Mas nem que a vaca tussa, veado, eu vou sair daqui pra te levar a lugar algum neste mundo!_ameaçou decidido._Perdeu o seu tempo e o meu! Agora vaza que eu vou dormir porque estou quebrado!

Agnaldo deu as costas para o primo que fez um muxoxo com a boca e cruzou os braços:

_Prefere que eu espalhe por aí que você já me comeu, primo?

Foi o que bastou para o motorista pular da cama e vir suplicar bem perto dele:

_Ricardo, você me jurou que nunca iria contar isso pra ninguém! Vai quebrar a sua promessa agora, vai?

_Esqueci de te dizer em que condições eu honraria o meu compromisso! Tome...vista isso aqui que lá fora está frio e parece que vai chover!_jogou novamente a camisa e uma calça de moletom flanelada sobre o homem que olhou as roupas como se elas não fossem suas.

_Eu não vou sair daqui uma hora dessas com você de jeito nenhum! Está surdo?_protestou voltando a puxar os lençóis e tampar a cabeça como se fosse criança teimosa que não quer ir pra escola.

Uma idosa negra, baixinha, gordinha e encantadora entrou rapidamente e puxou os lençóis que cobriam o rosto do filho:

_Anda, Agnaldo Timóteo! Não ouviu o Ricardo falando que era questão de vida ou morte?

MEDIDAS DESESPERADAS!-A HISTÓRIA DE RICARDO-Armando Scoth Lee-conto gayOnde histórias criam vida. Descubra agora