Primeira Má Impressão

CAPÍTULO XV - PARTE II

Tentei controlar o mal-estar que a presença dela me causa, focando na curiosidade em tentar descobrir como soube da nossa localização. Prendi a respiração ao vê-la dar os primeiros passos na nossa direção, me ignorando completamente, com os olhos presos no Nathan e sorrindo de maneira sedutora. Sem ter controle do repentino mal humor, acabei soltando um palavrão, o que chamou atenção do McCain. Não que eu seja ciumenta ao extremo, mas é diferente quando se enfrenta uma ex longe do seu objeto de desejo e em outra situação ele estar presente. É estranho, incomodo.

- Aconteceu algo? Está tudo bem, baby?

A voz rouca soou carinhosa contra o meu ouvido, enquanto passa o braço em torno dos meus ombros. Mantive meus olhos nela, que parou por alguns segundos com o gesto íntimo entre nós dois, todavia, logo voltou a andar, caprichando nos movimentos dos quadris. Respirei fundo antes de encarar os olhos azuis e respondi:

- Acontece que a Cory acabou de entrar no bar e está vindo para você, então não sei se estou bem ainda.

- Que merda, puta q...

Nem terminou o xingamento para mexer a cabeça a procurar da sua ex com os olhos, poucos segundos depois outro palavrão saiu dos seus lábios, indicando que a encontrou. O restante do grupo notou a mudança do clima entre nós quando o Nathan se pôs de pé e a intenção era apenas me avisar, no entanto os outros acabaram ouvindo.

- Deixa que eu cuido disso, ok?

Segurei sua mão antes que saísse apressado para ir ao encontro dela, evitando que tivesse contato conosco. Por algum motivo egoísta, quero vê-lo encarar a Cory na minha frente e de nossos amigos, quero presenciar o quão cara-de-pau a fulana pode ser. Abri a boca para pedir que se sentasse e esperasse a ilustre conhecida se aproximar, porém a irmã do advogado se intrometeu com o semblante preocupado.

- Algum problema, Nate?

- Fique aqui, não precisa manter ela longe de nós, muito menos de mim. - não deixei que respondesse à pergunta da irmã - Sou grandinha para aguentar um pouco de provocação.

- Kay...

- Por favor, Nathan, confie em mim.

Talvez eu não esteja tão confiante assim, tão segura de que todas as merdas que sairá da boca dela não me atingem. O vinco entre as sobrancelhas apareceu, demonstrando que o meu pedido é o oposto do que gostaria de fazer diante dessa situação. Um suspiro derrotado saiu dentre seus lábios quando me ergui para ficar a sua frente, soltei a sua mão para passar os braços em torno do seu pescoço e com o rosto escondido contra o local, sussurrei:

- Ela quer estragar a nossa noite, não vamos permitir que isso aconteça. - um dos braços dele rodeou a minha cintura e a mão desocupada segurou a minha nuca, me fazendo soltar um suspiro de alívio - Estou com você, lembra? O resto não importa.

Afastei o rosto para encarar seus olhos azuis, esquecendo completamente do barulho ao nosso redor e dos olhares curiosos dos nossos amigos. O vinco sumiu, dando lugar a uma expressão mais relaxada, misturada com um pouco de admiração.

- Não importa mesmo, você ofusca todo o resto.

Sorri diante da sua resposta e logo seus lábios cobriram os meus em um beijo intenso, enquanto seu toque contra a minha nuca e cintura se aperta, para a minha infelicidade não durou muito tempo, pois, precisávamos nos preparar para uma tentativa de ataque. Ainda animados com o beijo há alguns instantes – eu particularmente gostaria de sugerir uma rapidinha no banheiro – sentamos nas cadeiras novamente e enfrentamos quatro pares de olhos impacientes.