Primeira Má Impressão

CAPÍTULO BÔNUS I

Kay McCain

É a primeira vez, depois da gravidez ter ultrapassado mais de 3 meses e contarmos para as nossas famílias, que decido acompanhar o Nathan em um evento incancelável, depois de passar mais de 20 minutos argumentando de que vou ficar bem. Cada semana que alcanço na gestação, o advogado mais preocupado fica com o meu bem estar e segurança, já leu uma porção de livros para pais de primeira viagem, tenta várias massagens diferentes para ter um parto tranquilo e, além de passar horas conversando com a nossa Nolan. Há alguns dias finalmente conseguimos descobrir se é um menino ou menina e bastou poucas horas depois de anunciar em nosso grupo do WhatsApp, para nossa família trazer presentes e mais presentes. Quase um enxoval inteiro. Todos guardados com cuidado no quarto de hóspedes, que em breve se tornará o quarto da nossa filha.

Encaro o meu reflexo no espelho do nosso closet, é o décimo vestido que coloco e não me sinto satisfeita, xingando-me por não ter comprado roupas que caibam no meu novo corpo, minhas novas curvas. Minha última tentativa é um vestido midi ombro a ombro preto, um pouco justo ao corpo e com uma fenda na parte de trás. Assim que dou a primeira olhada nele, sinto alívio em ver que ainda cabe e apesar de deixar minha barriga proeminente bem delineada e os seios inchados um pouco apertada conta o tecido, consigo me sentir bem o usando. Coloco as sandálias também da mesma cor, os brincos, ajeito o meu cabelo e retoco a maquiagem. Acabo de pendurar a bolsa no ombro quando ouço a voz do Nathan vinda do quarto.

- Já está pronta, baby?

Instantes depois o atraente homem que dorme ao meu lado todas as noites entra no cômodo e está usando seu terno, calça social e coletes azuis escuros, contrastando com a camisa perfeitamente branca com alguns botões abertos. Ele é tão gostoso. Uma onda de calor atravessa o meu corpo com a visão. Percebo que faz a mesma análise minha.

- Exagerei?

Os hormônios da gravidez têm me atacado de muitas formas, mas a principal delas é sexualmente, algo que não faz o meu parceiro reclamar nem um pouco. Parei de contar quantas vezes me olha com um sorriso preguiçoso e pergunta "De novo?". Então, ele não me ajuda no momento em que lambe os lábios antes de responder:

- Está deslumbrante, pra caralho, não sei se vou me concentrar vendo... - Faz um gesto com as mãos que indica estar falando dos meus peitos, arrancando uma risada minha. - É sério, vou bater no primeiro que olhar para eles.

Simplesmente amo como ele me faz sentir amada, desejada e nem um pouco assustada com as mudanças tanto fisicamente quanto mentalmente falando. A cada dia que passa, a força da maternidade me atinge e embora tenha muito a aprender, já tenho instinto de proteger minha filha com unhas e dentes.

- Devo trocar?

Balança a cabeça quase de maneira frenética de um lado para o outro, ao mesmo tempo em que diminui a distância entre nós.

- De jeito nenhum, você está linda, gostosa e se sente confortável, certo? - Assento com a cabeça. - Está decidido. Vou estar acompanhado da mulher mais linda!

Estico o pescoço para beijar seu rosto.

- Aonde aprendeu elogiar tão bem uma mulher grávida?

- Estou apenas falando a verdade. - Segurou meu queixo para beijar meus lábios com suavidade. - É o que vejo todos os dias, agora suas curvas se tornaram ainda mais lindas.

Sua mão se infiltra entre nossos corpos e toca meu ventre, fazendo algo dentro de mim derreter e de repente preciso reunir muita força para ir nesse jantar, controlar a vontade de exigir que me toque por inteiro. Nathan conhece a mulher que tem e por isso, uma expressão presunçosa misturada com pura diversão atravessa o seu rosto.