CAPÍTULO VIII

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O silêncio no quarto é quebrado pelo barulho alto que nossas respirações aceleradas produzem. Sua maneira de me dar bom dia com um belo adicional de sexo matinal tirara o meu fôlego e o seu, não sinto os meus membros direito. Com o corpo estirado ao meu lado e os braços dobrados atrás da cabeça, um sorriso presunçoso estampa seus lábios inchados, que trabalharam muito bem em mim. Vesti a sua camisa perdida entre os lençóis, que acabou virando um vestido, cobrindo metade das minhas coxas e sentei na cama encostando na cabeceira. Esperei a minha respiração se normalizar para comentar:

- Você realmente dá o seu melhor sempre.

Uma risada rouca escapou dele quando se virou para deitar de lado para me encarar, se mostrando confortável com a sua nudez. Ele é bonito, grande e inteligente, um conjunto que não é para passar despercebido. Permiti que meus olhos castanhos deslizassem pelo corpo que tanto toquei há meia hora atrás.

- É culpa sua por ser tão irresistível assim, Kay Blackwood. - pôs a mão quente sobre um dos meus joelhos – Na verdade preciso te confessar algo que não contei ontem na beira do lago.

O som de alerta tocou em minha mente, implorando que mude de assunto, porém, a boca fez o contrário, o incentivando a compartilhar.

- Confesse então.

- Eu te invejei nas primeiras vezes em que a vi, o quanto parecia livre e feliz com aquele cara, usando aquele vestido de cor vinho que fazia todo homem te olhar uma segunda vez.

- Você lembra!

- É claro, contrastava com a sua pele clara. - continuou subindo sua mão para a minha coxa – Lembro de ter pensado o quanto gostaria de estar tão relaxado, envolvido e contente quanto o seu acompanhante, talvez no lugar dele se não fosse a irmã mais nova do Blane.

Foi impossível não me sentir incrédula com o seu comentário, obrigando-me a ver as duas noites, que foram responsáveis pelo ódio que nasceu em relação a ele, de uma maneira diferente. A atração deveria ter sido iniciada com essas férias e não meses atrás.

- Espere um segundo... - alarmada afastei a sua mão e fiquei de pé em cima da cama - Está dizendo que esse desejo surgiu bem lá atrás? Veio passar as férias aqui com a intenção de me seduzir?

Nathan me observou com um olhar divertido enquanto paro aos seus pés.

- Hey, calma, não vim com essa intenção e não, não estou dizendo que desejei te fazer minha como aconteceu há meia hora, minha única intenção era desfazer a primeira má impressão. Eu não sei te explicar o que aconteceu para estarmos assim!

- Desculpe, esse tipo de revelação me deixa um pouco paranoica. - ainda em pé, parei perto dos seus quadris com as mãos na minha própria cintura – Se lhe serve de consolo, Ryan e eu não duramos mais do que dois meses depois que nos encontramos pela segunda vez.

Com um olhar sedutor voltou a me tocar, subindo uma das mãos por meus tornozelos, panturrilhas e parou no início das coxas, lugar onde elas conseguem alcançar.

- O que ele aprontou?

Por um momento pensei em mentir, dar-lhe um motivo diferente, entretanto era importante contar a verdade para servir de aviso.

- Ele exigiu coisas que não pude dar, então toda aquela sintonia se transformou em rancor e o faz me ignorar quando nos esbarramos em algum lugar.

Notei que sua expressão relaxada deu uma esmorecida, fora sutil, mas logo disfarçou.

- Azar o dele e a sorte é toda minha. - piscou charmoso, mandando embora todo o clima estranho.

- Sempre sabe o que dizer, Sr. Advogado.

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