Capítulo 5

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          De saída para a rodoviária que a levaria para sua cidade natal, Ayanna estava com uma mala pequena, não pretendia passar mais que alguns dias pois precisava voltar logo para começar sua caça a um novo emprego. A decisão de pedir demissão do restaurante estava ligada a duas coisas, primeira ao fato de que aquele trabalho representava estar presa a Lucca, já que em algumas vezes queria sair mas ele sempre incentivava ela a permanecer, e a segunda coisa estava relacionada a se abrir para a vida, desde que chegou naquele lugar este foi seu único emprego, mesmo com todos os seus fracassos em conseguir um trabalho na área de Jornalismo, ela precisa de alguma forma se libertar daquele trabalho que a fazia tão infeliz, e ao sair de lá sentiu que tomou a decisão certa, pois uma paz a inundou. Antes de sair de casa ajoelhou-se  e fez uma breve oração:

"Senhor meu pai, de agora em diante eu quero fazer apenas a tua vontade, não quero mais errar e descobrir da pior forma possível que fiz escolhas baseadas nos meus sentimentos e não nos teus, meu coração é enganoso, mas o senhor tem a direção dele. Vou fazer essa viagem para repensar em todas as minhas ações. Mas só quero te pedir uma única coisa, se for da tua vontade, quando eu retornar, por favor abra as portas para mim, para que eu possa enfim atuar na minha área, este é o meu sonho que entrego a ti. E de agora em diante, tudo o que eu for fazer será de acordo com a tua direção. Amém!"

          Levantou-se pegou sua mala e sua bolsa, inspirou profundamente e saiu. Do lado de fora deu de cara com sua vizinha Lia.

— Vai viajar Ayanna? — questionou Lia curiosa ao ver a mala.

— Sim, apenas por alguns dias, vou ver meus pais em minha cidade natal.

— O seu namorado, Lucca vai com você?

— Não! Na verdade nós terminamos. — disse Ayanna já incomodada com aquela conversa.

— Ah, sinto muito, enfim... Boa viagem para você!

— Obrigada! Até mais.

         Ayanna saiu o mais rápido que pôde, estava evitando falar sobre o assunto Lucca, esse não era um tópico que ela gostaria de ficar falando. Chamou um taxi, que passava por ali e enquanto ia em direção a rodoviária ligou para sua mãe.

— Oi mãe, estou indo para rodoviária, vou comprar a passagem assim que chegar lá, eles sempre tem lugares vagos.

— Tudo bem querida, estaremos esperando você. Você está bem mesmo?

-—Sim, fique tranquila, teremos muito tempo para conversar está bem? Beijos, até mais.

        Ayanna preferiu encerrar logo a ligação, sabia que se ficasse muito tempo sua mãe logo a encheria de perguntas e ficaria difícil responder por telefone. Se aconchegou no banco do carro enquanto observava as ruas ficando para trás.

***

         Matteo estava decido que iria atrás de Ayanna Jones, mesmo sem ter muita noção do que falaria ao encontrá-la, após tomar banho e vestir-se em mais um de seus elegantes e caros ternos, desceu até seu estacionamento entrou em um de seus carros, um Honda Civic preto, chamou seu motorista.

— John?

— Senhor Walker?

— Quero que me passe o endereço da garota, Ayanne, você a levou em casa como pedi certo?

— Sim senhor, a levei. Ela não mora muito longe daqui, anotarei o endereço para o senhor.

— Apenas diga John.

        O motorista logo se apressou em dizer ao seu patrão o endereço da garota, para ele era estranho ver o sr. Walker querendo o endereço daquela jovem moça, ele pretendia encontrá-la? Mas claro era impossível perguntar a ele qual seu interesse, o que receberia seriam broncas e talvez até uma demissão por se intrometer, conhecia bem o patrão que tinha e seu temperamento então permaneceu quieto ao vê-lo entrar no carro e se afastar dali.
        Enquanto dirigia Matteo se questionava sobre o que estava fazendo, era pura loucura, mas de alguma forma não conseguia controlar o que sentia e pela primeira vez depois de muito tempo se vou em controle sobre suas ações e sentimentos, é como se uma força o levasse até ela.
        Chegando ao endereço dito pelo seu motorista ele estacionou, sentia-se um pouco nervoso, mas como sempre mascarou todo e qualquer tipo de sentimento através de seu duro e frio olhar, e desceu do carro. Observou bem a pequena casa, e o bairro ao seu redor, certamente não era muito longe de onde morava, apesar de serem dois bairros completamente diferentes, era uma rua simples, com casas mais simples ainda. Foi até a porta e bateu, esperou por alguns segundos e nada, então bateu de novo. "Ela tem que estar em casa. Não é possível que tenha saído tão cedo." Pensou. Sem que ele esperasse uma moça um pouco mais velha que Ayanna apareceu ao seu lado.

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