Os dias seguintes passaram rápido, Ayanna e Matteo não tiveram tempo nem mesmo para uma única conversa. Com a cooperação das equipes de todos os departamentos eles conseguiram realizar a coletiva de imprensa que foi um sucesso, o número de vendas teve um significativo aumento, o que tranquilizou a todos trabalhadores daquela empresa. Foram duas semanas cansativas, exaustivas, cheias de pressão e pouco descanso. Durante esse tempo diversas vezes Matteo tentou se livrar de seu trabalho para conseguir levar Ayanna em casa no fim do expediente dela, porém em todas as vezes compromissos e reuniões surgiam e o impediam. Por este motivo (ignorado por ele) seu estresse estava em um nível elevado deixando qualquer um que lhe dirigisse a palavra com medo exasperado. De alguma forma Ayanna o deixava mais tranquilo e por não conseguir tempo para falar com ela, ele andava impaciente e mais rude que o normal.
Finamente havia chegado o final de semana da semana, e Ayanna estava voltando para casa esgotada, o trabalho havia triplicado desde a publicação da carta. Carta essa que ela ainda não havia lido, isto porque ao voltar a empresa tinha tanto o que fazer que não encontrou tempo, e quando chegava em casa estava cansada de mais para sanar sua curiosidade (a essa altura já morta).
Quando sua casa a estava em seu campo de visão, estranhou a luz da sala acesa, mas não se preocupou já que durante a semana algumas vezes isso aconteceu por sua incapacidade em lidar com falta de tempo, contudo ao adentrar a sala seu corpo congelou no lugar. Lucca estava ali, sentado no sofá como fazia tempos atrás. Ele não se moveu por alguns segundos e então se virou para trás lentamente, e encontrou o rosto assustado dela.
— Você finalmente chegou. Está tarde, por onde andou?
— O que você pensa que está fazendo? Esta é minha casa e você não é bem vindo aqui, saia já daqui. Vá embora.
— Onde você estava a essa hora — Ele questionou com a voz firme e já alterada., ignorando a fala dela.
— Não importa, isso não é da sua conta, minha vida não é mais da sua conta. Saia daqui. — Esbraveou ela.
Lucca então avançou na direção de Ayanna e mais uma vez ela pode sentir hálito de álcool vindo dele. As cenas do dia em que ele tentou violentá-la, vieram como uma avalanche em sua mente, todos aqueles sentimentos ruins a cercaram e as lágrimas passaram a descer sem parar. Ele segurava o braço dela com muita força enquanto a raiva destilava para fora. O corpo de Ayanna tremia enquanto ela sentia suas forças indo embora.
Ela passou a orar em pensamento, novamente pedindo ao seu Deus que a livrasse daquele homem horrendo que estava em sua frente.
"Pai, por favor permita que nada me aconteça, o senhor me livrou uma vez, então te peço que me livre de novo. Envie seu anjo para cuidar de mim e me proteger."
— Sua vida sempre será da minha conta, aprenda isso. — Ele soltou um sorriso sarcástico. — Agora você é o tipo de mulher que chega tarde em casa? Onde você estava? Se atirando para homens na rua? Pelo jeito você só era santa quando estava comigo, não é?
— Vá embora! Eu já disse e vou repetir pela última vez, você não faz mais parte da minha visa, eu não te devo satisfações, eu tenho nojo de você, seu monstro. Eu tenho raiva de mim por ter me permitido se envolver como alguém como você, mas tenha certeza que isso nunca mais vai voltar a acontecer.
Ela não percebia que suas palavras estavam fazendo o ódio dele transbordar. Em um movimento rápido ele a jogou para o outro fazendo-a tropeçar e cair. Transtornado ele começou a quebrar diversos objetos da sala e destruir tudo o que via em sua frente. Por fim olhou para ela e gritou:
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Nossos Mundos
RomanceUm mundo dividido em dois, de um lado Ayanna Jones com sua fé inabalável em seu Deus, enfrenta dificuldades incalculáveis, do outro Matteo Walker com sua frieza incomum e arrogância ante a todos, enfrenta dores em silêncio, Ao sofrer algo muito dest...