Capítulo 3

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Any P.O.V

- Cadê o Bailey? - Suspiro impaciente, já tem quinze minutos que estamos esperando ele.
- Eu não sei, mas ele pediu pra gente esperar ele. - Ela revira os olhos.
- Mas por quê?
- E eu por acaso entendo aquele menino? Certeza que alguma coisa ele tá aprontando.

Bufo irritada e olho ao redor reparando na recepção do hotel. O balcão em que o recepcionista, que não para de olhar pra Sabina, fica é simplesmente lindo. Os lustres no teto junto com o alto relevo são de tirar o fôlego. Tem algumas poltronas e mesinhas, um corredor que deve levar aos restaurantes e uma porta que dá acesso ao jardim, na qual eu e Sabina estamos paradas esperando o Bailey.
Olho pro outro canto e vejo o moreno que estava com Josh entrar no elevador, felizmente não vi o loiro e acho que ele não me viu.

- O que você está pensando? - Me viro pra Sabina que me encara desconfiada.
- Nada, só estou pensando no projeto. - Ela abri um sorrisinho irônico e eu reviro os olhos.
- Por acaso o projeto tem olhos azuis e cabelo loiro? - Cruzo os braços irritada e suspiro virando o rosto.
- Acho que é você que está apaixonada por ele, não para de falar dele.
- Any Gabrielly eu te conheço, duvido que você não sentiu nada.
- Olha quem fala, você até suspirou vendo aquele moreno. - Ela sorri de lado e dá de ombros.
- O que eu posso fazer se ele é gostoso?
- Não dou cinco dias pra você pegar ele. - Ela me olha irônica e sorri de lado.
- Duvido também que você não vai pegar o loiro em cinco dias.
- Isso é uma aposta? - Sorrio de lado e ela estala a língua.
- Se você quiser...
- E qual o prêmio?
- Quem ganhar escolhe o castigo da outra. - É uma péssima ideia essa aposta, mas...
- Tudo bem, fechado. Se em cinco dias você pegar o moreno já pode dar adeus a sua sobrancelha, porque seu castigo vai ser raspar ela. - Ela me olha indignada.
- Já que é assim, você vai ter que pintar o cabelo de verde neon. - Me fudi.
- Aceito. - Nós encaramos e eu sorrio estendendo a mão que ela logo aperta.

Eu e Sabina temos essa mania idiota de apostas, já nós ferramos muito por causa disso.
Dá última vez ela acabou dentro de uma ambulância, mas ela não estava machucada, ela estava tentando pegar o socorrista, que acabou cedendo.

- Finalmente encontrei vocês. - Bailey aparece ofegante.
- O que você quer? - Sabina diz impaciente e ele sorri de forma angelical.
- Sabina você tá tão linda hoje. - Eu e ela reviramos os olhos e ele olha pra mim aumentando o sorriso. - E como você tá espetacular Any.
- Fala logo o que você quer Bailey.
- Então, eu preciso que alguma de vocês duas seja a minha namorada.
- O que? - Eu e Sabina gritamos ao mesmo tempo.
- É de mentira.
- E por que nós faríamos isso? - Sabina cruza os braços irritada.
- A Loren está atrás de mim.
- Problema seu idiota, a gente te avisou que ela se apaixonava fácil e você falou que não deixaria a situação sair do controle.
- Mas Any eu deixei claro desde o começo que não queria nada com ela.
- Então por que precisa de uma namorada falsa? - Sabina respira fundo impaciente.
- Porque ela é doida e trouxe os pais dela pra me conhecerem. - Eu e Sabina explodimos em gargalhadas. - Vocês são más.
- Poxa Bailey você é burro?
- E você ainda pergunta Any? Lógico que ele é.
- Por favor eu faço qualquer coisa.
- Qualquer coisa? - Sabina sorri de lado.
- Eu vou me arrepender, mas sim. - Ele suspira e junta as mãos como súplica.
- Tudo bem, em troca você finge ser meu namorado pro recepcionista largar do meu pé. - Olho de canto pro recepcionista que mexe em alguns papéis sem tirar os olhos da Sabina.
- Fechado. - Os dois apertam a mão e eu reviro os olhos.
- Bom, enquanto vocês fazem burrices eu vou pro meu quarto trocar de roupa. - Falo me virando e caminhando em direção ao elevador.
- Daqui a pouco eu vou. - Sabina diz se virando e saindo com o Bailey.

Entro no elevador e encosto a cabeça na parede de metal fechando os olhos. Eu preciso de um banho de banheira bem demorado, preciso relaxar depois de ficar horas dentro de um avião.
Além disso ainda tem os meus pais, que nesse momento devem estar querendo me matar, principalmente meu pai.

Eu deveria ter chegado mais cedo, ajudado no planejamento do projeto de um dos administradores - que eu achei ridículo, afinal o meu projeto é bem mais desenvolvido, mas como eu sou mulher... - e deveria escrever um discurso para o meu pai.
E bom, eu não fiz nada até agora, ou seja, me lasquei.
Escuto um barulho avisando que o elevador chegou no quarto andar e saio do elevador tentando achar o meu quarto.
Sempre achei interessante como nosso corpo pode passar do estado mais calmo pro mais desesperado em questão de segundos. O coração dispara tão rápido que parece querer sair do peito, as mãos soam e as pernas tremem.

Foi isso que eu senti ao olhar pro final do corredor e ver meu pai, mexendo no celular enquanto caminha em passos firmes e rápidos, o que significa que eles está muito bravo e adivinhe quem é o motivo do seu ódio? Sim, você acertou, eu.
Talvez hoje seja o meu dia de sorte, pois ele não levanta o rosto e portanto não me vê.
Os meus "divertida mente" nesse momento estão se batendo e gritando, enquanto eu estou parada tentando achar uma saída, talvez a janela seja uma opção.
Sem pensar nas consequências olho pra porta do meu lado direito e giro a maçaneta pedindo ao universo que esteja destrancada, e para a minha felicidade ela está.

Entro no quarto e fecho a porta rápido, fazendo um enorme barulho, que se junta com o som das batidas do meu coração que neste momento parece que vai explodir.
Encosto a testa na porta agradecendo a Deus por ter conseguido fugir do meu pai, hoje é realmente o meu dia de sorte.

- Me avisa logo o que você vai fazer comigo, porquê dependendo do que for nem vestir roupa eu vou. - Escuto uma voz grave atrás de mim e prendo a respiração.

Começo a orar o pai nosso enquanto me viro lentamente e assim que consigo focar a minha visão na pessoa a minha frente eu sinto a minha alma sair do meu corpo.
Josh Beauchamp está apenas de toalha na minha frente e molhado, enquanto uma mão segura a toalha a outra passa pelo seu cabelo tentando tirar o excesso de água, e o sorriso cafajeste dele me faz estremecer.
Talvez hoje não seja o meu dia de sorte...

Au Beauany - My Oh MyOnde histórias criam vida. Descubra agora