Au Beauany - My Oh My

Capítulo 12

Any P.O.V

Sabe aqueles momentos na sua vida que, você toma uma decisão e dez segundos depois se arrepende muito? Eu deveria ter me jogado do cavalo enquanto estava perto do hotel, mas não, como eu sou teimosa feito uma mula insisti e agora estou aqui, no meio de umas árvores, perdida.
Bom, pelo menos eu não vi nenhum animal perigoso... ainda. Tento andar um pouco pra ver se consigo achar algo ou alguém, mas não, eu só vejo mato e árvore, e também alguns bichos, mas infelizmente eu não sou a branca de neve, logo não posso pedir ajuda aos animais.

Desisto de andar feito uma tonta em círculo e me sento no chão sentido o cansaço por estar andando por horas, sim, já tem algumas horas que eu me perdi. Deito no chão e aceito a minha morte, fecho os olhos e penso que talvez assim a minha morte chegue mais rápido.

Ok, talvez eu esteja sendo dramática, mas eu realmente estou cansada, e dolorida, afinal o cavalo não poderia esperar eu descer pra correr pelo campo livre, não, ele só aumentou a velocidade e empinou me derrubando feito mamão podre no chão.
Tento pensar em alguma saída, porém não tem nada que eu possa fazer. Andar? Eu vou me perder mais ainda e me cansar. Fazer sinal de fumaça? Bem, eu poderia criar uma fogueira, se eu soubesse, mas como eu não sei descarto a opção, eu deveria ter ido ao acampamento de escoteiros com o Josh.

Falando no loiro, eu deveria ter beijado mais ele ontem, se eu soubesse que iria morrer hoje teria aproveitado mais. Fala sério, até em momentos de desespero eu penso em macho, Deus como eu sou ridícula. Mas sério, eu deveria ter aproveitado mais aquela boquinha, e como o beijo dele é bom, só de lembrar sinto o meio das pernas se contrair. Ok, não é o momento mais adequado para eu ficar com tesão, esquece o macho e tenta achar um jeito de ficar viva Any Gabrielly.

Suspiro cansada e tento me lembrar porquê diabos eu inventei de montar em um animal maior do que eu. Me lembrei, foi pra fugir da vontade de socar a cabeça do Victor contra a janela. Aquele macho é ridículo, talvez eu deva colocar ele em cima de um cavalo pra ele se perder também, ou então embaixo do cavalo, assim ele é pisoteado.

~Algumas horas antes~

- Olha, pensa pelo lado bom. - Olho pra Sabina indignada e cruzo os braços.
- Que lado bom Sabina?
- Agora eu posso colocar laxante na bebida dos velhos.
- Eu até poderia tentar te impedir, mas eu estou tão brava que te apoio.
- Aí eu amo quando você me apoia a fazer alguma idiotice. - Sorri parando em frente a porta e olhei pra ela.
- E quando é que eu não te apoio?
- Realmente.

Abri a porta e me deparei com Victor arrumando alguns papéis, ele não é velho, mas também não tem a minha idade. Ele é mais gentil do que os assessores, porém as vezes é um completo imbecil.

- Jura que você quer ficar aqui? - Sabina pergunta em português e Victor olha confuso pra ela. - Porque esse macho tem cara de ser muito pé no saco.
- De qualquer jeito eu tenho que ficar, sabe como é, meu pai vai ficar uma fera se eu desobedecer.
- Eu não entendo você amiga, você trabalha e estuda muito, é a melhor da sua sala e é inteligente pra caralho, mas fica obedecendo seu pai como se tivesse quinze anos. - Suspiro concordando.
- Sei que eu deveria ser mais independente e as vezes dizer não ao meu pai, mas eu não controlo, eu só quero agradar ele, parece que nada nunca é o suficiente pra ele.
- Então o problema é com ele, não contigo. Porque amiga, você é foda para um caralho. - Sabina segurou a minha mão e eu sorri agradecendo.
- Obrigada Sabi, mas por enquanto eu ainda obedeço o meu pai.
- Tudo bem. Qualquer coisa me liga e eu te salvo desse macho.
- Ok.

Sabina fecha a porta me deixando sozinha, aí se eu pudesse estaria em qualquer lugar, menos aqui.

- Essa língua de vocês... - Encarei Victor confusa.
- Português?
- Sim, é estranho, parece que estão fazendo um ritual satânico.
- Bom, para algumas pessoas inglês também é estranho, toda língua diferente da nossa é estranha. - Ele deu de ombros fazendo pouco caso.
- Que seja, mas dizem que brasileiros falam o português de Portugal errado, é preguiça? - Pode parecer infantil, mas eu sou bem patriota, e eu odeio que falem com desdém em relação ao Brasil.
- Nós não temos preguiça, é apenas o nosso jeito, o país é bem diversificado e cada região tem um jeito diferente.
- É, já ouvi também que vocês são tudo misturados, uma bagunça.