Capítulo 8

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Josh P.O.V

Finalmente a festa acabou, as pessoas começam a se levantar e ir em direção aos seus quartos, alguns empresários mudam o seu caminho para o bar do hotel.
Tento achar meus amigos no meio de todos, mas acabo desistindo e decido ir logo pra sala de cinema.
Conforme eu me aproximo da sala os corredores ficam mais vazios, finalmente chego no corredor que fica a sala, porém escuto vozes.

Me aproximo devagar e vejo dois homens conversando, talvez eu tenha chegado cedo demais. A minha direita tem uma porta e percebo que é um pequeno espaço para vassouras e produtos de limpeza. Escuto os homens se aproximarem e entro na salinha de limpeza para me esconder, mas antes de fechar a porta vejo cachos volumosos vindo na direção oposta dos homens.
Sorrio ao ver ela se aproximar e puxo a morena para dentro fechando a porta, coloco a mão na boca dela antes dela gritar e sinto ela me dar tapas no escuro.

- Calma Any, sou eu Josh. - Sussurro tentando acalmar ela, porém os tapas só aumentam.
- Filho da puta, você quer me matar do coração? Idiota, nossa que ódio. - Abraço ela prendendo os seus braços e sinto ela segurar a respiração.
- Desculpa, não queria te assustar. Mas fala baixo, ou vão nos escutar.
- Tudo bem. - Ela murmura e eu passo os meus braços por baixo dos seus abraçando ela direito.
- Estava com saudade dos seus abraços. - Ela passa os braços pelo o meu pescoço e me aperta.
- Também estava.

Finalmente meu coração parecia estar completo de novo, só Deus sabe quantas noites eu sonhei em poder abraçar ela novamente. Ficamos apenas abraçados em silêncio, cada um com seus pensamentos, e eu ficaria assim por horas.
Faz muito tempo que eu não me sentia assim, em paz. Nossas respirações se acalmam e com o tempo ficam sincronizadas, sem me dar conta eu começo a fazer carinho no cabelo dela e ela nas minhas costas.
Não sei quanto tempo ficamos assim, apenas sentindo o batimento do coração um do outro, mas eu não quero soltar ela, talvez meu coração ficou tanto tempo longe do dela e agora eu não consigo me afastar.

- Talvez a gente já possa sair. - Ela sussurra e eu sorrio apertando o abraço.
- Acho que podemos ficar mais um pouco.
- Tudo bem, mas só um pouco, ainda tenho medo de escuro. - Dou um beijo na cabeça dela e apoio o meu queixo.
- Não acredito que você ainda tem medo do escuro. - Sinto um beliscão no meu ombro.
- Cala a boca. - Ela encosta a cabeça entre o meu pescoço e ombro.

Voltamos a ficar calados e eu a fazer carinho no cabelo dela, enrolo os meus dedos nos seus cachos e sorrio ao lembrar o quanto eu gostava, na verdade ainda gosto, do seu cabelo.
Mesmo depois de anos sem nos vermos eu e Any ainda estamos conectados, eu deveria estar com vergonha por tê-la abraçado de repente , mas eu não sinto isso, Any me conhece tão bem que eu não me importo, ela é uma das únicas pessoas que eu me sinto inteiramente confortável, não importa qual seja a situação.

- Ok, agora vamos. - Suspiro triste e coloco o rosto no pescoço dela, sentindo ela se arrepiar.
- Sério? Por que não ficamos mais um pouco?
- Anda Josh, se nos pegarem aqui será pior.
- Tudo bem.

Me afasto dela e suspiro fazendo drama, escuto a risada dela baixa e sorrio junto, eu até consigo escutar o meu subconsciente gritar "rendido do caralho".
Abro a porta e deixo ela passar primeiro, vendo o sorriso dela ao me aproximar, assim que eu fecho a porta escuto um "hum" bem longo e reviro os olhos já sabendo quem é.

- Eu achei que demoraria mais um tempo pra vocês estarem se pegando pelos cantos do hotel. - O sorriso babaca do Noah aumenta no momento que eu sinto minhas bochechas ficarem vermelhas.
- Calma Noah, a gente ainda não se pegou, mas você pode pegar a Sabina, afinal eu sei que você quer e ela também. - Any sorri e passa pelo Noah entrando na sala de cinema.
- Ela realmente falou que a Sabina quer me pegar?
- Ela realmente falou que a gente não se pegou... ainda? - Ele sorri malicioso e passa o braço pelo meu pescoço me puxando.
- Calma Josh, não fica tão emocionado.
- Vai se fuder Noah.

Entramos na sala e vejo meus amigos, os amigos de Any também estão aqui e outras pessoas que não conheço, talvez tenha 14 ou 15 pessoas, não sei.

- Então senhorita Any, aonde você estava? - Sabina pergunta alto fazendo todo mundo olhar para as duas.
- Ela estava com o Josh, dentro da salinha de limpeza. O que eles estavam fazendo? Não quero nem imaginar. - Dou um soco no ombro do Noah que me dá o dedo do meio.
- Sua rapariga. - Sabina começa a falar em uma língua que eu não conheço e as duas começam a discutir.
- Odeio quando elas fazem isso, começam a conversar em português. - Um cara aparece do nosso lado comendo pipoca.
- É amigo delas?
- Sim, eu sou o Bailey.
- Josh.
- Eu sei, Sabina passou a festa falando sobre você.
- Espero que só coisas boas. - Ele deu de ombros e voltei minha atenção pra Sabina que fazia bico enquanto Any tentava abraçar ela.
- Bom, eu e o Josh não estávamos fazendo nada, apenas nos escondendo antes de entrar na sala, e eu espero por favor que isso não saia dessa sala, ou nós estaremos encrencados. - Any estava tensa e todo mundo apenas concordou.
- Relaxa, todo mundo aqui é de confiança.
- Menos o Bailey, ele é burro e sonso, certeza que vai abrir a boca. - Bailey revirou os olhos e jogou uma pipoca em Sabina.
- Ok, acho que todo mundo aqui se conhece, e todos são de confiança, mas o que a gente tá fazendo aqui? - Uma loira, que eu não me lembro o nome, talvez seja algo com Hatala, falou se jogando nas poltronas.
- Bem, estamos em uma sala de cinema, vamos assistir um filme. - Noah fala como se fosse óbvio.
- Então coloca um filme logo inferno.
- A Hina tá estressada e não surpreende ninguém. - A menina mostrou o dedo do meio para o Bailey, que apenas sorriu e sentou ao lado dela.

Depois de um tempo escolhemos um filme de terror, contra a minha vontade, porque eu odeio filmes de terror. Por vontade do destino, ou da Sabina, eu me sentei ao lado da Any, que apenas deu de ombros e encostou a cabeça no meu ombro.
Eu nem fiz questão de prestar atenção no filme, fiquei jogando um joguinho no meu celular e comendo pipoca, na metade do filme a respiração da Any ficou mais pesada e percebi que ela tinha dormido, logo ela que era a que estava mais animada dormiu.

- Any. - Passei a mão na bochecha dela e ela abriu os olhos devagar. - Vou te levar pro seu quarto.

Ela nem contestou, apenas me deixou puxar ela, não avisamos ninguém, já que todo mundo estava entretido com o filme. No elevador ela encostou na parede metálica e quase caiu quando cochilou, abracei ela para não deixar ela cair e peguei o celular vendo que já era quase duas horas da manhã.
O quarto dela fica no mesmo corredor que o meu, então acompanhei ela até a porta dela, que fica apenas algumas a frente da minha.

- Tem certeza que consegue chegar na sua cama? - Ela sorriu de forma preguiçosa e afirmou balançando a cabeça.
- Tenho Beauchamp. Boa noite.
- Boa noite solzinho.

Dei um beijo na testa dela e me virei indo pro meu quarto, sorrindo feito um idiota. Tirei o meu terno e coloquei uma calça moletom me jogando na cama.
Minha bochecha já está doendo de tanto sorrir, mas eu nunca estive tão feliz nos últimos anos.
Fecho os meus olhos e suspiro sentindo o sono me envolver, talvez eu sonhe com cachos volumosos.

Au Beauany - My Oh MyOnde histórias criam vida. Descubra agora