Capítulo VII

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- Tá, tudo bem. - ele bufa - Mas se não formos bem recebidos, não reclame comigo. Precisamos ir até minha casa pra pegar a nave.

Balanço a cabeça em positivo.

Antes de irmos, Kleen vai até a garota e ambos se despedem com um selinho.

Andamos por alguns minutos até chegarmos a uma casa exageradamente enorme. Estava mais para um castelo, na verdade.
Havia uma trilha entre pequenos pinheiros que cortava o extenso jardim, nos levando à porta daquela espécie de castelo que mais parecia ter saído das páginas de um conto de fadas.
Era enorme, feito de elegantes tijolos caramelados. A bela porta dupla de madeira recepcionava os recém chegados sob a sacada do andar superior.
Havia, ao todo, oito magníficas torres com pináculos pontiagudos em roxo e dourado, e outras duas torres ornadas de vigia nos contrafortes.

- Ah, não liga pro tamanho. Eu acho um exagero também, mas foi herança dos meus pais.

- Você consegue ler mentes? - franzo a testa.

- Não, digamos que eu só consiga decifrar algumas expressões faciais. - ele dá uma piscadela - Me espera aqui que eu já volto.

Asseno em positivo e o espero do lado de fora, observando as coisas ao redor. Havia um belo jardim com diversas plantas roxas e azuis. Aliás, a cor roxa era bem presente por ali.

- Pronto, terráquea. A nave já vem vindo.

- Dá pra me chamar pelo nome, por favor?

- Hum, acho que não.

Bufei e revirei os olhos. Estela com certeza não era tão chata quanto esse cara.

Uma ventania muito forte invadiu o jardim do castelo, trazendo consigo a nave de Kleen.

O objeto voador era como nós humanos sempre especulamos. A parte superior era avantajada, enquanto a de baixo era achatada. De cor azulada, ele sobrava sobre nós.

- Olha, já chegou o disco voador!

Kleen franziu a testa sem entender a referência.

- Não conhece Chaves?

- Não que eu me lembre.

- Aff, você é um péssimo alienígena.

- Não conheço tudo da Terra não, viu? - ele revira os olhos - Agora fica embaixo da nave pra gente subir logo.

-Ah, tá bom. Então você quer que eu acredite que uma luz vai sair de dentro daí e me puxar pra... AAAAAA - eu começo a gritar quando acontece exatamente o que eu digo.

- Gostou da experiência? - Kleen grita lá de baixo, debochando da situação.

Através de uma luz azulada, sou levada ao interior da nave. As paredes eram azuis escuras e o teto contava com alguns adesivos de estrelas brilhantes.

Havia um longo banco estofado, e na parte da frente, um painel transparente por onde conseguíamos ver o lado de fora. Embaixo dele, enxerguei apenas uns botões estranhos.

- Como que dirige isso? - questionei assim que Kleen foi levado pela luz até mim.

- Ele se move sozinho, é só colocar o seu destino naquela telinha pequena próxima ao painel.- ele se levanta e vai até a área dos botões, clicando nos mesmos. - Prontinho.

O veículo começa a voar no mesmo instante, e apesar de sentir que estávamos em alta velocidade, o interior não chacoalhava muito.

- Chegamos. - Kleen avisa assim que a nave diminui a rapidez, o que não demorou nem cinco minutos.

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