NOTURNO VULGAR

59 5 3
                                    

◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥
ARTHUR RIMBAUD
◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢


Um sopro abre fendas operádicas nas paredes, — embaralha o eixo dos tetos podres, — dispersa os limites das lareiras, — eclipsa vidraças. — Pelas videiras, apoiando o pé numa gárgula, — desci nesse côche de uma época bem indicada pelos espelhos convexos, almofadas bojudas e sofás distorcidos.

Carro funerário do meu sono, solitário, casa de pastor de minha tolice, o veículo vira sobre o mato da grande estrada desaparecida: e num defeito no alto do espelho, à direita, giram pálidas figuras lunares, folhas, seios; — Um verde e um azul escuros invadem a imagem. Desatrelagem perto de uma mancha de cascalho.

— Aqui vão assobiar às tempestades, e às Sodomas, — e às Solimas, — e aos animais ferozes e aos exércitos, — (Postilhões e animais de sonho vão voltar sob as matas maissufocantes para me afogar até os olhos na nascente de seda)

— E a nos enviar, açoitados por ondas crispadas e bebidas derramadas, rolando entre latidos de dogues...

— Um sopro dispersa os limites da lareira.

◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥◤◥

◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢◣◢

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 07, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Seleção de contos góticos de terrorOnde histórias criam vida. Descubra agora