The Himmlisch

Cap.9- Vivendo e Aprendendo

-EI! O que aconteceu? Diga!

-Cara, sinto muito. Acredito que não posso lhe ajudar em nada... Acho melhor resolvermos nossos problemas e partir, e faremos isso com ou sem a sua ajuda!

-Droga!

-Ei G, pode nos dizer o que foi isso? -Perguntou Lían preocupada.

-Meus poderes não são o suficiente, haviam apenas pedaços...

-Pedaços? O que isso quer dizer?

-Isso não importa, vamos encontrar o monstro e dar o fora daqui!

-Não têm de fazer isso sozinhos. Sei exatamente onde está o forasteiro, posso levar-lhes até ele. Vocês são mais ingênuos do que pensei, além do mais, estão em território desconhecido.

-E o que isso vai nos custar? -Indagou Lí.

-Vocês ficam mais algum tempo em Dhrotinn, e juntos encontramos uma alternativa para salvar o planeta! E eu ainda os ajudo a voltar para casa. O que acham disso?

-Não sei... Você tem métodos um pouco... digamos, brutais.

-Nada de mortes ou sangue, prometo!

-Certo, estamos dentro! Só não quebre a promessa.

[...]

Eu estava estranhamente confuso com o que aconteceu quando toquei a testa de Deaken e algo me dizia que ele tem escondido um segredo importante que pode ser a chave para reparar a vida em Dhrotinn. Por hora, vamos apenas buscar o monstrengo, o que não parece levar muito tempo. Logo em seguida, sei que resolveremos o problema dele para voltarmos para a Terra e dar os últimos passos de nossa caminhada.

Sem preparo algum, simplesmente saímos do castelo e nos vimos em frente ao mesmo, prontos para uma conclusão vitoriosa. Deaken virou-se para mim e disse:

-Cara, se você soubesse o que é capaz de fazer, não estaríamos aqui parados agora.

Hum...Misterioso! Finalizou apontando para uma espécie de motocicleta ali estacionada dizendo:

-Lían, você vem comigo!

Ela fez um gesto com a cabeça concordando com a proposta e eu questionei:

-Uai? E eu?

-Você voa, passarinho!

Subiram no veículo e deram uma partida veloz, deixando-me para trás. Não acho que auto levitação seja o mesmo que vôo, na verdade acredito que não existe comparação. Quando levito meu próprio corpo através da telecinese, me sinto muito mais exausto mentalmente do que ao levantar carros ou caminhões, por exemplo. Me resta apenas alcança-los, não tenho outra opção. Ele me chamou de passarinho? Prefiro não comentar esse tipo de coisa.

Em apenas 5 minutos chegamos ao nosso destino. Estamos de frente para uma gruta, lá dentro deve estar bem escuro, é claro. Estou ofegante e pedi a eles um tempo para descansar, logo Deaken retrucou:

- Não precisa vir conosco, seremos breves. Entramos, nocauteamos o bicho e o trazemos, só. Não vai ser difícil.

-Você não viu como ele luta, mas sinta-se à vontade, se acha que consegue, vai lá e arrasa kkk. Não estou muito afim mesmo.

Sentei em uma pedra e aguardei enquanto os dois entraram para colocar o plano em prática. A única fonte de luz que tinham era uma lanterna, talvez não seja tão simples quanto Deaken espera. Após alguns minutos, ouvi um grito de Lían e corri para ver o que era, entrei na gruta como um jato. Tropeçando em meio as pedras e com baixa visibilidade do caminho, estava difícil de me orientar. Acabei seguindo outro grito, dessa vez com a voz de Deaken, e quando os encontrei senti um grande alívio. Havia no chão duas enormes criaturas que lembravam dragões da mitologia chinesa e Lían acabara de nocautear o monstro que procurávamos. Seus gritos eram de pura adrenalina, podemos concluir que lutar fazia muito bem para pessoas como nós não é mesmo?

Passado o pequeno susto, saímos da caverna e, do lado de fora, Deaken dirigiu-se a mim:

-Quando lhe pedi para voar, não era aquilo que eu tinha em mente. Pobre iniciante, ainda tem muito que aprender!

-Do que está falando?

-Está me zuando? Cara você consegue fazer projeções de energia de larga escala, o que te impede de projetar um par de asas psiônicas que lhe permitiriam um maior controle aerodinâmico? Sem contar que isso provavelmente exigiria uma quantidade bastante reduzida no seu gasto de energia. A fadiga não é totalmente necessária.

-Não tinha parado para pensar nisso... Quer saber? Pode dar certo! Pelo menos não custa tentar.

Me concentrando para ativar a minha marca de acesso, fio a fio modelei dois pares de asas e criei uma conexão psíquica entre meu cérebro e a mesma, me permitindo controlar seus movimentos como se fossem membros do meu corpo. Era apenas uma projeção, o que significa que ela se desfaz e se refaz ao meu comando, não funciona como a matéria orgânica, que seria fixa ao meu sistema.

Sem muito esforço, descobri o segredo para bater as asas da forma correta, com um pequeno impulso do chão, dei um salto muito alto e logo completei o vôo com maestria, aquilo era mais fácil do que parecia. Cara, essa sensação de liberdade é maravilhosa! Desbravei os céus, atravessei nuvens de fumaça (quase morri de poluição), e fiz uma aterrissagem claramente desastrosa kkkkkk. Pelo menos foi em um arbusto, alguns pequenos espinhos não machucam tanto quanto parece. Sem segurar a emoção, peguei outro vôo e lá do alto gritei:

-Olhem otários, eu sou uma Winx!

Desci rapidamente e aquela brincadeira de criança se autodescobrindo durara cerca de 10 minutos, nem preciso dizer que estava extremamente animado com a novidade, não é?

Cortando minha onda, Deaken interrompeu meu sorriso com aquela droga de realidade:

-Agora já sabe o que fazer certo? Nosso amigo desmaiado ali precisa de uma carona, não dá para leva-lo na moto, se é que me entende rsrs

-Droga Deaken, você consegue estragar tudo mesmo em?

Pronto, vou me prestar ao papel de burro de carga na primeira viagem pelos céus, nada engraçado. Pelo menos são pouquíssimos minutos.

De volta ao castelo estamos a discutir as possibilidades. Lían me pressionou questionando novamente o que tinha acontecido hoje mais cedo. Decidi explicar-lhes para não alimentar desconfiança.

-Nem sei por onde começar...

-Que tal começar explicando o que você quis dizer sobre pedaços?

-Certo, pedaços... Quando tentei despertar as emoções de Deaken tudo o que vi eram fragmentos. Sentimentos superficiais que pareciam não ter potencial de desenvolvimento, incompletos. Ao tentar acessá-los, houve um colapso, algum bloqueio que impediu qualquer tipo de movimentação. Era como se tivesse um antivírus me expulsando de um dispositivo, das emoções dele, no caso.

-Tem alguma coisa que você não está nos contando, Deaken?

-Tenho certeza que sim, Lían. Não é de agora que percebo que ele está escondendo coisas, do tipo que podem ser decisivas na conclusão de tudo isso. Sugiro que comece a falar, Deaken.

-Não há nada para falar!

-Vai lá, conta pra ela que você retirou a liberdade de uma nação inteira e tornou-a escrava de seus próprios desejos. O que você acha disso, Lían?

-O QUÊ???

-Diga Deaken, quais são as suas verdadeiras intenções?

[...]