The Himmlisch

Cap.12- Juntando as Peças

Sem a menor sombra de dúvidas, nós havíamos sido quebrados, assim como o autor daquele bilhete disse que aconteceria. Mas está na hora de juntar as peças e seguir em frente, cumprir nosso objetivo. O que aconteceu no dia do Iluminismo me deixou inspirado e esperançoso, agora, mais do que nunca, vou lutar para consertar tudo o que está errado, começando pelo resgate de Emmano e Verynice, sei que juntos teremos mais chances de parar Lício e impedir uma catástrofe.

Com as coordenadas na palma da mão, segui-las foi a primeira coisa que fizemos ao voltar para casa, e, sem ao menos darmos uma pausa, fomos rumo ao local que Deaken nos informara. Ficava boquiaberto de perceber que estavam tão perto esse tempo todo. O lugar era bem próximo à cidade industrial do município onde eu morava, e, por incrível que pareça, não era nada secreto. Um enorme edifício que continha um galpão subterrâneo em funcionamento que aparentemente eram ambos parte de um único negócio. Analisando apenas o superficial, a parte externa, parecia estarmos diante de uma grande empresa de tecnologia. Pelo fato de não parecer nada suspeito, optamos por fazer uma abordagem bem mais simples, tentaríamos adentrar o prédio da maneira tradicional e aproveitaríamos para investigar.

Logicamente, como um bom espião eu sabia que era necessário de identificação para conseguirmos o acesso. Precisávamos informar à recepção o que viemos fazer e quem procurávamos. Após alguns minutos de busca na internet, conseguimos um nome importante de dentro da corporação: Albert Gutemberg, um renomado cientista que coordenava todo o setor de pesquisas do lugar. Nos aproveitamos dessa informação para nos passarmos por estudantes de engenharia química que estavam procurando o doutor para lhes auxiliar com uma pesquisa. Por incrível que pareça, a desculpa colou, e tudo o que tivemos de fazer foi apresentar as identidades, e a moça logo nos cadastrou no sistema.

Como crianças curiosas, corremos pelos 18 andares do prédio vasculhando de sala em sala e, em 50 minutos, voltamos ao térreo. Não encontramos nada, parecia o fim. Mas eu ainda não podia acreditar que Deaken passaria esse tipo de informação com tamanha seriedade se não fosse real. Foi aí que me lembrei do galpão no subsolo, mas não sabia como poderíamos chegar lá, já que os elevadores não desciam mais do que onde estávamos. Lían puxou me pelo braço, levou-me a uma sala no mesmo andar, tocou em meu ombro e apontou para uma porta de aço no canto esquerdo da parede. Disse que havia visto aquela porta, mas não dera relevância, até agora. Claramente tinha algo por trás disso.

Analisando o espaço em volta da porta, encontramos um teclado numérico atrás de um pequeno quadro. Não estava nada escondido. Aquele limiar exigia uma senha para ser aberto, e como não podíamos acabar deixando passar a pista, tivemos que tomar uma decisão: vamos acabar com o disfarce, e abrir essa porta custe o que custar! Concentrando uma grande quantidade de energia em forma de uma esfera luminosa, desferi todo esse poder contra o aço e BOOM! O portão estava no chão, e o barulho com toda certeza foi ouvido em outras áreas do prédio. A passagem dava acesso a uma escadaria que levava direto para o galpão subterrâneo, e eu nem preciso dizer que já chegamos lá em baixo na defensiva né? O alarme disparou e os vários cientistas que lá estavam pegaram armas e dispararam incontáveis projéteis contra nós. A intenção era MATAR. Certeza que orando eles não estavam. Para tanto desespero por causa de uma invasão, alguma coisa errada eles tinham que estar fazendo. Em meio a tiros pra lá, ataques de lâminas pra cá e disparos de energia acolá, ouvi do fundo uma voz levemente rouca gritando:

-TADIM!

Era Emmano. Era inacreditável que ele estava bem. Gritou meu nome mais duas vezes, seguido de um pedido para que eu cessasse fogo. Pedia que eu parasse de atacar para podermos conversar. Respondi que não, pois aqueles caras eram maus e estavam mantendo a ele e a Verynice reféns desde que haviam sido sequestrados a mando de Lício. A resposta que recebi dele foi no mínimo inesperada: