Eu finalmente estava em terras inglesas. Depois de doze horas no avião, tirando fotos da paisagem de cima e mandando para Brian, que ficaria bravo quando visse porque não estaria junto comigo, eu finalmente tinha aterrissado em terras que as pessoas tomavam chá às quatro da tarde.
Eu estava tão feliz que meu sorriso não saia do meu rosto nem por um mísero segundo.
Cheguei ao apartamento depois de pegar um táxi e estranhar muito o volante e a direção da rua ser do lado contrário. Me parecia errado. Abri a porta e fiquei surpresa: Estava completamente arrumado e limpo. Tinha um pequeno corredor entre a porta de entrada e a sala de estar, do lado direito do corredor, tinha uma porta que dava para a cozinha que tinha decoração preta e branca. A sala de estar tinha um sofá de canto da cor cinza, com várias almofadas coloridas em cima; as paredes eram pretas com luzes brancas de natal penduradas espalhadas. Entre as salas de jantar e de estar, tinha uma porta balcão com mármore branco em cima. Fui em direção aos quartos, que estavam localizados no corredor depois da sala de estar, e eram dois — um era um escritório criativo e, o outro, o meu quarto com uma cama de casal centralizada no meio do mesmo.
Entrei no quarto/escritório e acendi a luz, largando minhas malas no corredor espaçoso entre os quartos. Meus olhos se encheram de lágrimas quando eu vi várias fotos coladas nas paredes, espalhadas estrategicamente para que eu as visse cronologicamente toda vez que entrasse no quarto. O cômodo tinha uma escrivaninha preta na parede ao lado da porta. Tinha um bilhete colado na parede das fotos, bem no meio, e eu fui ver o que era.
Espero que tenha gostado, Princesa Lolla! Estamos cada vez mais orgulhosos de você e muito felizes por termos você como filha! Obrigado por existir e nos mande notícia logo que chegar aqui!
Com todo o nosso amor, Papai e Mamãe
Tirei uma foto do bilhete sorrindo e me contendo para não chorar. Mandei a foto para meu pai.
Lolla [04:34 a.m.]: Não acredito que vocês me fazem chorar até de longe! Amo vocês! Obrigada, sério, eu tô amando aqui! São oito da noite aí e, aqui, são quatro da manhã! Por isso, vou ligar para vocês depois! xoxo
Fui ao meu quarto para desfazer as malas, mas acabei deitando na cama e dormindo. Acordei às nove da manhã e, logo, desfiz as malas para me livrar logo. Quando terminei a segunda mala, separei um pijama confortável e quentinho, e fui tomar banho.
...
Entrei no quarto secando os pés e, ao ver a terceira mala cheia de roupas, desanimei. Coloquei um par de meias brancas nos pés que estavam ficando gelados no chão de madeira, e voltei a desfazer as malas.
— It's a hard-knock life for us, it's a hard-knock life for us... — comecei a cantar a trilha sonora do filme Annie, de 1982, o filme favorito da minha mãe.
A última peça de roupa era um moletom que eu nunca tinha visto na vida. Estranhei e o peguei, esticando-o. Ele era cinza cheio de respingos de tinta, manchado, em vários tons vivos e gastos. Então, lembrei dele no mesmo momento em que vi as manchas. Era o moletom de Alex. Fiquei surpresa e mais surpresa ainda quando vi um papel de envelope de carta branco escrito em verde: Aos cuidados de Lolla Thompson.
Abri o envelope e coloquei o moletom de lado, em cima da cama, ao lado da mala. Sorri ao ver a caligrafia.
Querida Lolla,
Sempre achei ridículos os cumprimentos das cartas e pior ainda de nunca ter te escrito uma para te mostrar todo o meu afeto por você.
Sinto sua falta e olha que, no momento em que escrevo esta carta, falta três dias para você ir para Londres. Vamos pular esta parte de sofrer por antecipação.

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Por Uma Noite
Romance" - O que foi? Eu apenas sorri, o olhando de relance, e olhei para a última carta, que tinha o meu nome escrito. - Uma carta pra mim? - fui abrindo o envelope lentamente, com o coração palpitando de ansiedade. 'Aos cuidados de Louella Lopp Thompson...