Capítulo XIV

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Os felinos não paravam de miar na minha décima segunda noite na Califórnia. Eles ainda não tinham nomes mas eu queria dar o nome pra eles de Irritante, Coisa-Chata e Demônio.

— Arghhh, que inferno! — falei alto levantando da cama.

Fui até o quarto de Brian, que roncava alto, e coloquei comida e água pros gatos. Estava saindo do quarto quando pensei numa ideia: Colocar todos os gatinhos em cima de Brian e sair correndo. E foi o que eu fiz.

Parei no corredor amplo entre os quartos e percebi que estava sem sono. Bufei e desci as escadas. Quando toquei no chão da sala com o dedão do pé, ouvi a campainha tocar. Olhei o relógio e eram duas da manhã. Fui receosa até a porta. Abri a mesma ignorando o fato de eu estar vestindo uma camiseta larga e um shorts.

— Alex? — estranhei e ele sorriu.

— O próprio.

Ri quando ele entrou dançando.

— Tá felizinho, o que aconteceu? — falei fechando a porta.

— Não consigo dormir. — sua expressão mudou para tédio. — Eu estava dançando sozinho em casa.

— Maroon 5?

— Maroon 5. — estalou os dois dedos em minha direção.

Rimos e fizemos um Hi-5. Fomos para a cozinha e eu acendi as luzes e percebi que só acendeu as luzes de fora, o que causou uma visão bonita para dentro da cozinha.

— Legal, não sei manusear nem as luzes da cozinha da minha casa mais. — ouvi Alex rir e eu sentei-me no banquinho do balcão. Ele abriu a geladeira e pegou um suco de morango natural que minha mãe fazia, que eu sempre tomava quando tinha a oportunidade.

Peguei dois copos e voltei a me sentar no banco branco; esperei Alex me servir e sentar-se ao meu lado. Virei-me de frente para ele.

Alex estava sendo iluminado em metade do rosto e a outra metade era quase impossível de ver no escuro. Ele me deu a língua e eu fiz uma careta que o fez rir.

— Então. — comecei — Como estão as coisas? — bebi um gole de suco que estava bem gelado.

— De boa. — ele sentou ereto no banco — Só quero terminar a faculdade logo pra começar a trabalhar no que eu gosto. — abaixou a cabeça mas a levantou logo em seguida e sorriu para mim.

Sorri com ele.

— Estou orgulhosa de você, Alex.

— Obrigado. Nem preciso falar que explodo de orgulho de você todos os dias, preciso?

Ri com ele.

— Sou grata pelo seu apoio. — ele me mandou uma piscadela e eu ri.

— Por que não conseguiu dormir, Carneirinho?

Não sei por que, mas meu coração deu uma aquecida pelo jeito que falou — carinhoso e sorrindo.

— Os Infergatos não me deixaram dormir em paz. — fiz cara de tédio e Alex riu alto.

— Infergatos? É uma mistura de inferno e gatos? — assenti e ele riu.

Sorri pela sua risada.

— Lolla, só você mesmo pra fazer esses nomes, não?

— Ah, e Lantelolla e Patolla são normais?! — rimos e tomamos mais um pouco do suco.

Olhei para o balcão e vi um risco feito à faca, ri ao lembrar como esse risco foi parar ali.

— O que foi? — Alex sorriu pela minha risada e eu o olhei.

— O risco da Faca Ninja. — rimos enquanto eu passava o dedo sobre o mesmo.

Por Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora