Capítulo XI

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— Ok, calma. — falei tentando entender — É uma prova de conhecimento britânico e tenho que tirar meu passaporte daqui, é isso? — a encarei.

— Isso mesmo. — Christine, a mulher mais linda que eu já vi na vida.

Ela era alta e negra, com cabelos cacheados e pretos, maquiada, vestida de social. Ela era uma das pessoas me auxiliando a tirar a cidadania.

— Posso fazer a prova amanhã? — sorri para ela e ela riu.

— Pode, sim, querida. Venha de tarde que você vai conseguir fazer sem ninguém te atrapalhando.

— Ok. Obrigada, Christine!

Saí de lá sorridente e confiante. Afinal, o que será que poderia dar errado?

...

Atendi ao telefone enquanto entrei no elevador:

— Quem é vivo, sempre liga!

Eu sempre te ligo, Lolla. — rimos. — Onde você tá?

— Subindo para o apartamento do Isaac. — apertei o botão e sorri. O ouvi bufar.

Lolla, sai dessa, ele é um resto de aborto. — eu rodei os olhos.

— Taylor, eu sei que você não gosta dele mas eu gosto.

Lolla, sou seu amigo, você sabe que eu não mentiria pra você. Sei o que ele é.

— Taylor, eu tenho que ir agora.

Espera! — o elevador apitou e a porta se abriu.

— Eu já ouvi esse discurso umas vinte vezes.

Desliguei a chamada e respirei fundo.

— Isaac? — falei entrando em seu apartamento; ele estava sentado no sofá, mudando o canal da televisão.

— Que?

— Consegui os pontos suficientes pra ficar aqui! — sorri mostrando o papel para ele.

— Legal.

Desanimei.

— Legal? Só isso?

— O que você quer que eu fale?

— Quero que olhe pra mim, pelo ou menos. — ele me encarou e deu de ombros.

— Pronto. Feliz? — e continuou mudando os canais.

Bufei e peguei meus papéis, indo em direção à porta.

— Onde pensa que vai? — Isaac falou alto.

— Embora. Pra onde mais eu iria?

— Você não vai. — ele se levantou.

— Você vai me dar atenção?

— Eu estou te dando atenção. — se aproximou de mim.

— Claro.

Saí e bati a porta. Respirei fundo e fui pra minha casa.

Liguei para Alex quando era oito da manhã do seu aniversário — meia-noite na Califórnia — e ele atendeu no quinto toque.

Alô? — ele bocejou.

— Bom dia, dorminhoco! — falei sorridente — Estava dormindo?

Lolla?

— Talvez.

Por que tá me ligando essa hora?

— Porque é seu aniversário! — falei alto.

Ah. É. Verdade. Ainda falta um minuto.

Por Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora