Por Uma Noite

Capítulo VIII

02 de Julho de 2008 — Santa Mônica, CALIFÓRNIA.

Lolla,

Primeiramente quero te agradecer por não ter desistido de mim durante esse período. Desculpa se não consegui falar com você nos últimos tempos. Me perdoe, por favor!

Tudo bem, vamos lá.

Feliz aniversário para a melhor pessoa que poderia aparecer de repente na minha vida (porque o Oliver foi planejado).

Que todas as coisas que você deseja se realizem! Que você fique cada vez mais rica e famosa nesse mundo do cinema e que tudo dê certo na sua vida britânica.

Que seu sorriso brilhe nos dias britânicos cinzentos e que seu espírito radiante continue animando o dia de muitos por aí, assim como faz comigo.

Sinto sua falta todos os dias e todas as noites, não é a mesma coisa sem você aqui na Califórnia, Carneirinho.

Lembro-me da vez que você chegou na minha casa e bateu na minha porta às duas e trinta e três da manhã. Tínhamos brigado. Você estava fazendo catorze anos, era a madrugada do seu aniversário. Eu abri a porta respirando fundo, perguntando quem estaria batendo na minha porta, quebrando meu ciclo do sono de beleza sagrado dos Young. E, então, eu vi você, estava encharcada porque estava chovendo e estava chorando como se alguém tivesse te machucado e meus instintos aguçaram, procurei ao redor para ver se tinha alguém perto de você. Eu comecei:

"Lolla, o que acon..."

Então, você disse:

"Alex, me desculpa, por favor. Eu não queria que isso tudo acontecesse, eu não falei por mal, eu não queria dizer aquilo, me desculpa, eu faço seu dever de casa o resto do ano letivo, mas, por favor, não me deixa."

Eu te puxei e te abracei, estava finalmente ficando maior que você!

Mas a questão que deve estar rodando sua mente agora é: "Por que ele tá falando isso?!"

Porque, naquele momento, meu coração se sentiu no seu lar novamente. Parecia que eu estava deitando numa nuvem macia depois de um dia cansativo; ou tomado um copo de água bem gelado depois de uma corrida de quilômetros sob o sol escaldante da Califórnia.

Eu amo você, Lolla.

Obrigado por sempre fazer com que eu me sentisse em casa.

E feliz aniversário de novo, alguém está ficando velha!

Com amor,

Alex, o seu Carneirinho favorito.

Não preciso descrever a sensação de pisar na areia macia no primeiro dia de sol das férias de verão, certo? Essas palavras já bastam. Essa era a mesma sensação que eu tinha quando Alex me dizia esse tipo de coisa, trazendo-me lembranças do passado, aquelas que formam a nossa história juntos.

Sequei as lágrimas e levantei do sofá, indo até o meu quarto e pulando na cama, acordando Emma.

— Pelo amor de Hera, me deixe dormir. — falou ainda grogue pelo xarope que eu havia dado para ela pelo resfriado que contraiu na noite anterior, comemoração do meu aniversário com o pessoal de Londres.

— Esses turistas... — desdenhei e levei um travesseiro na cara, ri em seguida.

— Falando nisso, a Mia está com a minha blusa?

— Depois falamos sobre isso, louca, eu preciso mostrar a carta de Alex! — sorri e ela me encarou.

— Alex?