Livro 1 - O mundo de Asthar: O Reino dos Elfos

Somos as Chaves

ANGELO

   Foi difícil ter que deixar Eliott, pela primeira vez chorei com medo de acontecer algo a ele. Nira também chorou perguntou muito, mas Kelluew interveio. Depois de sairmos do palácio, ele nos levou para outro lugar, dentro da enorme arvore ainda. Queria saber muita coisa sobre aquele mundo, sobre nossas origens, Kelluew prometeu nos contar.

   Depois de andar bastante ele nos levou para um lugar parecido com uma biblioteca, com enormes estantes, livros e pergaminhos. Fez nos sentar em uma mesa redonda e começou a falar.

- Bem, como podem saber, vocês são Elfos, na verdade mestiços. Nyrom e o nome do pai de vocês. Ele era responsável pelos portais de Asthar. Conseguia entrar e sair para todos os mundos. Inclusive o dos humanos. Onde conheceu Laura. A mãe de vocês. A séculos, ele foi o responsável de abrir e fechar os portais. Era aventureiro. Queria sempre novas aventuras. - Kelluew olhava para o nada de costas para nós, parecendo lembrar de um passado distante. - Mas... quando o Rei soube de suas travessias, era tarde. Nyrom havia se apaixonado por uma humana. E a engravidado. Como as leis eram claras... - ele parou e continuou. - Foi condenado a morte. E assim foi feito. Mas desde então o mundo de Asthar se encontra em caos extremo. Pois Akysha, a mulher que iria atacar vocês, que por sinal e irmã de Nyrom. Tia de vocês. Não tem o poder de abrir o portal por fora do mundo de Asthar, desde a condenação do irmão, ela quis se vingar da causa de sua morte. Laura. Desde de séculos ela estava lá fora esperando vocês. Por isso estão aqui hoje. O caos se espalha, pois os portais desde então estão fechados. E os guerreiros de Asthar não entram no nosso mundo, pois no seu mundo são humanos, e aqui são fortes guerreiros, que empoem a ordem no nosso mundo. Mas com a presença de vocês, Lucck tentara sair novamente para seu mundo, mas ai já é outra história...

   Nira me olhou com aquela interrogação enorme na testa. Éramos chaves? Tínhamos um Pai morto? Uma tia assassina? E um maluco que queria domar nosso mundo?  Era informação demais. Queria outras perguntas. Por que minha mãe nunca nos contou? Meu Deus!

- São muitas informações. Eu sei. Mas precisam saber sobre o que são. Akysha está a solta. Ela pode tentar matar vocês. Ou seu irmão como vingança. Mas o pior é Lucck. Ele não poderá saber da existência de vocês.

- Mas Kelluew você disse que ela estava lá por décadas? Mas temos dezoito anos! -disse Nira.

- O tempo em seu mundo é diferente. - respondeu ele. - Vocês precisam aprender a domar suas chaves, assim os guerreiros poderão ressurgir, e acabar com Lucck e seus súditos.

- Quem são esses guerreiros? - perguntei.

- São quatro: Annie, Erick, Tea e Zenzo.

- Mas como vamos aprender isso? - perguntou Nira.

- Akysha saberia ensinar a vocês se não quisesse os matar.

- Mas pra que isso? Por que não nos deixou lá fora? Ela poderia ter nos matado, assim esse tal de Lucck não iria pra lugar nenhum! -exclamei sentindo ódio da única lembrança mais próxima do meu pai.

- O mundo de Asthar depende de vocês para que os guerreiros entrem. E de um jeito em Lucck.

    Nira estava de boca aberta. Minha irmã estava linda. Não havia reparado nela. Seus cabelos estavam maior.

- Vou leva-los para seus aposentos. Precisam descansar. Terão uma longa jornada.

- Kelluew? - Nira o chamou.

- Sim?

- O que houve com nossa mãe?  E meus avós?

- Akysha é rancorosa. E nada amigável. Não posso dar uma resposta para essa pergunta.

    Após andar novamente Kelluew nos deixou em um quarto com duas camas enormes. Ele nos deixou a sós com uma despedida rápida e sai às pressas. Minha cabeça girava. Queria acordar desse sonho maluco se fosse um.

 No quarto havia uma sacada que ao sair dele estava preso a arvore gigante. Todo essa palácio na arvore?  Que loucura.

Pela primeira vez vi um céu daquele jeito. Era tão estrelado. Bem possuía vários planetas a amostra, como nossa solitária lua. Nira e eu ficamos ali olhando o céu, e abaixo de nós um chão de folhagens. As arvores ao redor do palácio cobriam o solo.

Mal podíamos vê-lo.  Depois de muitas horas decidimos deitar. E quando o sono me pegava pude perceber que sonhava com meu irmão e aquele príncipe chamado Yoory.

    Descansado. Estava claro a luz entrava pela sacada acompanhado por uma brisa fresca. Nira ainda dormia. Não ia acorda-la. Levantei devagar sem cerimônia. Não seria sonho mesmo. Estava bem acordado, meu estomago roncava de fome. Não comia a horas. Minhas roupas estavam muito sujas e surradas. Que droga. Não sabia disso e encarei nobrezas de má forma.

    Da sacada podia ver como aquele lugar era extenso. Eram várias milhas de floresta fechada. E bem longe um penhasco rochoso. Era uma montanha?

- Angelo? - era uma voz calma e doce. Ao me virar vi Yoory, o príncipe. - Não tive tempo para me apresentar. - Seus passos eram leves e mau fez um ruído ao se aproximar de mim na sacada.

- Verdade. Mas o que um príncipe faz aqui? Com pessoas de tão baixo nível? - disse. Pareci um idiota a me menosprezar.

- Na verdade, o único nível acima de vocês são minha família. Vocês são mais próximos que restou de sua família.

- Conheceu meu pai?

- Nyrom? Ah sim! Era criança. Mas o conheci. - ele olhava para o horizonte. Parecia ter no mínimo dezenove anos. Era de minha altura, uma postura ereta, e bem aparentado. Seus olhos eram azuis, os cabelos de prata de um corte arrepiado, mas não eram curtos e nem grande.

- O que vai ser de nós agora? - perguntei.

- Irão ser treinados por Kelluew. Sabem domar seus dons?

- Dons?

- Sim! Os Elfos sabem domar elementos, se materializar, e diversas coisas.

- Só consigo falar com plantas. - seria mesmo possível fazer isso?

- Devo informar que terão uma longa jornada.

- Pra onde vamos?

- Kelluew ira leva-los aos Asthar's. Mas primeiro vão comer e se trocar. Suas roupas estão ali. Ah não demorem. Se não Kelluew vira busca-los.

- Quem te mandou Yoory?

- Quis conhece-lo. Aliás, conhece-los. - ele mudou de tom, como envergonhado. - Tenho que ir. Espero vocês no salão. Até Angelo. - ele sorriu e se foi.