One

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Capitulo 1

Corria feliz pelos campos, sendo acompanhado pelo meu gatinho de estimação, blake. Nós sempre fazíamos isso, era uma das minhas formas de diversão. Pode parecer algo pouco e simples, mas já era o suficiente para me fazer feliz.

Cansado, me jogo na grama, caindo deitado, enquanto o gatinho não perde tempo em se jogar em mim, logo se deitando em meu peito.

— você é muito folgado.— comento, rindo sozinho.

Passando a afagar sua pelagem branca, desvio meu olhar para o céu e fico lá, o admirando. Adoro isso, adoro viver em meio a natureza, me sinto livre assim.

Durante toda a minha vida, vivi em meio as florestas, em um imenso campo de flores. Nós vivíamos, eu e minha mãe, afastado de todos, humanos e híbridos. Nunca entendi o motivo, mas a Omma sempre me dizia para não falar com ninguém, ela sempre pareceu ter muito medo. Bom, mesmo sem entender, eu obedecia, afinal não queria preocupa-la.

Mas mesmo assim, sentia uma certa vontade e curiosidade de conhecer outros híbridos como eu. Tinha vontade, mas tinha em mente também que isso nunca aconteceria.

— meow.— blake chama a minha atenção, lambendo o meu rosto e eu volto a olha-lo, sorrindo.

— que foi? Tá com fome?

Ele não responderia para mim, mas eu sabia que esse era o caso, então resolvo voltar para casa e alimenta-lo.

Minha casa não era distante de onde estávamos, pois assim como disse, estávamos no meio de campo de rosas e minha casa ficava lá também. Já podia avista-la, era uma casa simples de camponeses. Mesmo não sendo grande coisa, ainda gostava muito dela.

Bem na porta de casa, solto blake no chão e abro a porta, entrando em seguida. Assim que entrei senti um delicioso aroma invadir minhas narinas, um aroma muito familiar que eu adorava sentir. Era cheiro de pão e eu sabia que isso queria dizer que a Omma estava fazendo. Eu adoro o pão da Omma...

Rapidamente sigo para a cozinha sendo acompanhado por blake e assim que chego, vejo uma enorme bandeja cheia de pães recém feitos. Sinto água na boca, parece ótimo.

— omo! minie?— a Omma se surpreende ao virar e me vê ali na cozinha.— você não estava brincando? Cansou?

— Omma... eu não estava brincando...— reclamo com um enorme bico.— não sou criança.

Ela acaba rindo, pondo a vasilha de leite no chão que blake logo foi beber.

— para mim, você sempre será.— brinca e fico mais emburrado.— agora venha comer. Acabei de fazer, estão bem quentinhos.

— sim!— fico animado e como resultado minha cauda passa a balançar.

Rapidamente vou até a Omma, me sentando a mesa e pegando o pão. Sem perder tempo, abocanho um pedaço do pão e minha felicidade aumenta ainda mais.

— tá bom?— a Omma pergunta e limpa com o guardanapo o canto da minha boca que havia se sujado de molho.

— sim! Maravilhoso!

— obrigada.— sorri fraco e afaga meu cabelo.

— você não vai comer?— percebo que ela só me observava, com seus lindos olhos azuis que tinham o poder de me acalmar.

A Omma e eu éramos diferente dos outros híbridos, pelo menos era o que ela dizia, tínhamos olhos azuis, isso porque temos genes de tigre branco. Enquanto a Omma é um tigre branco puro, eu sou um gato com genes de tigre, mas ainda herdei sua pelagem loira quase branca e os olhos azuis.

— não, estou bem assim.— volta para a pia, passando a lavar algumas louças sujas.

Então irei aproveitar a bandeja só pra mim!

Tudo estava perfeitamente bem, o pão estava ótimo, mas então minha felicidade desmorona. A Omma para de lavar a louça, tossindo muito e se apoiando na pia para não cair no chão.

Rapidamente me levanto e corro até ela, segurando firme sua cintura para dar apoio a ela.

— Omma...— choramingo com um tom preocupado.— eu disse para você não sair da cama. Você não está bem, não pode ficar se esforçando.

— desculpa, minie.— para de tossir e me olha com um sorriso fraco no rosto. Pude ver o quanto ela estava pálida e fraca.— queria fazer algo para o meu filho, mas parece que só consigo te trazer preocupação.

— isso não é verdade, Omma. Você sempre faz tudo para mim e eu sou muito grato a todo esse cuidado que você tem comigo.— sorrio calorosamente para ela e passo seu braço pelo meu pescoço, buscando dar mais apoio a ela.— agora vamos voltar para o seu quarto, você precisa descansar.

— obrigado, querido. Eu te amo muito.

— também te amo muito, Omma.

[...]

A Omma dormia e eu fui arrumar a casa para não dar mais trabalho a ela.

Cada vez ela piora mais e eu não sei o que fazer. Ela se recusa a ir em alguma aldeia para se consultar com um médico, por isso nem sei qual é a doença que ela tem.

Não tem como trata-la sem saber de qual doença se trata e isso só me deixa mais frustrado. Eu percebo, a Omma está se desgastando aos poucos e eu não posso fazer nada.

Eu só tenho ela na vida, não quero perde-la.

Balanço a cabeça, tentando afastar os pensamentos negativos. Calma, preciso ficar calmo e pensar positivo. A Omma vai conseguir sair dessa, eu tenho fé que vai.

Sinto algo macio se esfregar na minha perna enquanto eu lavava a louça e logo vejo o blake. Acabo sorrindo.

— desculpa, blake. Não tenho só a Omma, como tenho você também.

Recebo um miado de resposta e meu sorriso aumenta. Parece até que ele entende o que eu digo.

Termino a louça e enxugo minhas mãos para enfim afagar o gatinho carente em minhas pernas. O chamava de carente, mas me identifico muito com ele nesse sentido.

Não sei se é porque sou hibrido de gato e ainda por cima ômega, mas sou muito carente e dependente de carinho. Eu adoro quando afagam meu cabelo, principalmente perto das minhas orelhas, chegava até a ronronar de tão bom que era.

Clã FelinoOnde histórias criam vida. Descubra agora