Capítulo Três - Gabriel

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— Já disse que não quero ficar! — Aline esbravejava. — Aquele garoto metido mal olha na minha cara, papai! Por favor, me deixe ir ao cinema com os meus amigos?

— Acha que sou imbecil, Aline? Que vou ver minha filha andando por aí de braço dado com um ninguém como aquele André?

A jovem arregalou os olhos.

— Achou que eu não descobriria? Que era com ele que ia? — Riu sem humor. — Não subestime minha inteligência! Você sabe muito bem qual é o seu lugar e a sua posição!

— Pai... É só um cinema... Eu estou de férias, tenho o direito de me divertir, não acha?

— Isso não está em discussão! — Ivo bateu a mão no tampo de madeira do aparador tão forte que fez Sofia pular de susto.

— E você também! — O homem encarou a sobrinha com o dedo em riste. — Vista uma roupa decente, e não esses trapos de bicho do mato que costuma usar por aí! Você está em minha casa, Sofia! Não me envergonhe! — Bateu a porta da sala e se foi deixando as duas meninas sozinhas com os empregados.

Sofia cogitou contar que não vestia outras roupas porque as melhores haviam sido emprestadas para Aline e jamais encontraram o caminho de volta até o guarda-roupas da dona, mas não se importava. Gostava mesmo era dos tênis azuis e dos jeans surrados que abraçavam tão bem o seu corpo.

— Você pode usar o vestido verde, se quiser... — Eu nem gosto dele! — Aline deu de ombros, subindo as escadas.

Sofia subiu atrás. Ao contrário da prima, aguardava ansiosa para ver Gabriel outra vez.

— Tome! — Aline entregou o cabide em suas mãos. — E vê se tira esse sorrisinho bobo do rosto, porque o Gabriel nunca vai dar bola para você!

Sofia não discutiu. Sabia que a prima estava chateada e que, quando algum dos seus planos falhava, saía cuspindo marimbondos em qualquer um que se aproximasse.

Caminhou até o quarto e se vestiu. Cabelos escovados, presos de lado, e uma sandália prateada que machucava seu pé, apesar de combinar perfeitamente com o vestido.

Esperou até que a música e as vozes no andar de baixo pudessem ser ouvidas, para só então descer. Estava ansiosa e não queria que o tio percebesse.

Assim que desceu os primeiros degraus, procurou por Gabriel na sala. O pai e o irmão mais velho já estavam lá, mas não havia sinal dele em parte alguma.

Tentou disfarçar a decepção o melhor que pôde, agradecendo o fato de o tio estar tão ocupado que mal percebia sua presença.

Cumprimentou as poucas pessoas que conhecia e caminhou até o banco, perto das grandes janelas. Talvez Aline tivesse mesmo razão e Gabriel só quisesse se divertir um pouco com ela. Tinha sido boba ao acreditar nos galanteios de um garoto como ele.

— Ele me pediu que avisasse que chega logo! — a voz vinda de trás a fez virar-se.

Vicente se aproximou. Estava ainda mais elegante e altivo, em seu terno cinza e com a gravata azul-marinho. Tinha lindos olhos azuis, iguais aos da mulher no retrato, na casa de Gabriel. Sentou-se ao lado de Sofia e lhe entregou um copo de suco.

— Tia Margô precisava dele — explicou.

— Obrigada por avisar.

— Ele gosta muito de você, Sofia. Gabriel é um pouco impulsivo... — Deu de ombros. — Mas nunca o vi apaixonado como agora.

o Amor que eu Rejeitei (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora