Katherine Lestrange foi criada para apenas um propósito e para isso sua personalidade foi moldada cuidadosamente. Uma garota de 17 anos que não sente nenhum sentimento e sequer sabe identificar os sentimentos. Katherine conhece o básico instintivo d...
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O belo está em muitas outras formas e o defeito está em quem não vê
- Pitty
Vitor Krum
Katherine era no mínimo uma mulher arredia. Ela não aceitava gracejos ou flertes com ela; eu tinha tentado fazer uma pequena piada e ela passara minutos sem me responder. Então começou a chover e as três mulherzinhas saíram correndo, vulgo as amigas de Katherine e Andrey.
– Droga... – Ela resmungou se levantando, mas nem um pouco desesperada como tinham sido as amigas.
Na verdade, Andrey junto daquelas duas pareciam parte fugir e parte brincar.
– Vem. – A puxei pelo braço e nos levantamos, mas assim que isso aconteceu ela desvencilhou-se de mim rápido com um puxão.
Então, ela não gostava que a tocassem. Interessante.
Corremos pro castelo, mas já estávamos completamente ensopados e no meio do caminho tropecei no gramado molhado e cai no chão, rolando para me erguer, mas como ela vinha logo atrás de mim acabou tropeçando também e caindo em cima do meu corpo. Ah, ótimo. Tínhamos virado um maldito clichê, mas eu não me importava nem um pouco com isso. Não com o corpo de Katherine pressionado contra o meu.
Arregalei os olhos com a proximidade e apesar de seu rosto sem emoção eu sabia que ela se surpreendeu também, afinal, ela estava estática. Katherine mal parecia respirar. Eu conseguia ouvir meus batimentos em meus ouvidos de tão acelerado que meu coração estava com aqueles olhos verdes absurdos tão próximos. Seu rosto estava a poucos centímetros do meu e ansiei em acabar com aquela distancia.
Não esperava aquela reação de mim mesmo.
Eu toquei seu rosto levemente e vi uma perturbação profunda tomar seu olhar.
Desci minha mão para o pescoço dela e daí para sua nuca, entrelaçando os fios ensopados em meus dedos. Eu a puxei suavemente para mim e senti seus lábios tocando os meus quase suavemente demais para ser real.
– Viktor! Katherine! – Ouvi a voz da amiga dela gritando da entrada do castelo.
Katherine pareceu ter levado um choque. Seu corpo se retesou e ela se afastou saindo de cima de mim quase imediatamente. Seus olhos estavam muito perturbados, ainda mais que antes, e ela me encarou em silencio por um momento enquanto eu me erguia e continuava parado na chuva a encarando.
– Vamos sair dessa chuva logo. – Ela falou por fim. Assenti, eu mesmo atordoado pelos efeitos que ela causara em mim, e corremos até o castelo. A amiga dela que gritara, Elisa, deu um ataque quando nos viu entrar ensopados.
– Droga, por que demoraram tanto? Essa chuva surgiu do nada – Ela resmungou usando a varinha para nos secar.
Do nada? Nós tínhamos ido atrás de Katherine justamente pelo tempo ruim.
