CAPÍTULO 22 | VERDADES¹

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Sentindo a indireta que havia falado, o vice diretor saiu da sala sem falar absolutamente nada, já o Rodríguez ficou me encarando por alguns segundos 'o que eu fiz?'

— ...acho que ele tá com ciúmes... — sussurrou Deny com um sorrisinho besta no rosto.

— hã? — murmuro sem entender nada.

Nada! — indagou o meu irmão surpreso ao ver que tinha o escutado.

Algumas horas se passaram e as minhas mãos só faziam doer cada vez mais por causa das malditas anotações de matemática 'até quando isso vai durar meu Deus?'. Sem ter o que fazer, fiquei olhando o Deny resolvendo algumas questões de matemática, confesso que vê aquele garoto errando a maioria das perguntas me deixava com certo sentimento de compaixão.

— Você têm que procurar o valor de "x" não o de "Y". Tenta fazer assim — sugiro enquanto pegava o caderno do meu irmãozinho.

Por pena, acabei escrevendo algumas fórmulas no caderno dele e sem perceber acabei 'ensinando' o Deny a como fazer uma lição.

A sua letra é igualzinha a você. — resmungo Deny analisando a minha letra.

— Como assim? —

Ela é linda igual a você. ,— concluiu Deny sem ao menos olhar nos meus olhos.

'É isso que eu ganho em troca? Uma cantada?'

— Vou na cantina beber água, qualquer dúvida pergunta ao professor. — sugiro enquanto pegava a minha garrafa d'água.

'Ela é bonita igual a você', que cantada de merda é essa agora? Ele não dizia que eu era um viadinho feio? Nunca pensei que o desgraçado que mexia comigo iria ter uma quedinha por mim. Caramba, agora eu posso afirmar que o mundo da voltas.

Estava a caminho do bebedouro quando vejo o vice diretor conversando com um aluno 'eu tenho uma sorte incrível!' Sem se importar com a presença daquele nojento, continuei andando pelo corredor. Preciso evitar brigas com esse cara, sei que ele merece um chute no saco, mas, esse é o meu último ano letivo e quero terminar ele aqui.

É melhor você pensar duas vezes antes de falar comigo daquele jeito, ouviu bem? Vai que alguém foda com as suas notas murmurou o vice diretor passando por mim.

— Tá me ameaçando? — pergunto voltando a atenção para o babaca.

Eu não ameaço. Eu cumpro!

'mais olha pra isso... se achando..'

......

Voltei pra sala com a garrafa vazia e com uma raiva tremenda que ninguém poderia conter 'aquele filho da puta tá se achando!'

— Você não ía encher a sua garrafa? — perguntou Deny olhando a garrafa vazia.

— Perdi a vontade. — murmuro enquanto voltava a me sentar.

.....

'Cada segundo que se passava o meu coração acelerava pra ver o Rodríguez, só espero que ninguém me pare na porta da diretoria'

Estava a ponto de dormir na sala quando inesperadamente o porteiro aparece na nossa classe. — O vice diretor mandou avisar que vocês já estão liberados. — notificou ele forçando um sorriso.

Finalmente uma notícia que me fez ficar alegre. Espera um pouco! Porque o Rodríguez não apareceu pessoalmente pra avisar?, enquanto todos saíam da sala feitos animais, eu fiquei lá ajeitando a minha mochila 'precisava ganhar tempo pra ver se pelo menos encontrava o diretor na saída'

Caminhei pelos corredores a procura do Rodríguez, mais a única coisa que via era alguns professores. Aonde você está? — penso impaciente.

Estava prestes a sair do colégio quando de relance vejo o vice diretor no portão do colégio. 'Agora deu pra se despedir dos alunos também?'.
Evitando demonstra qualquer tipo de ódio, passei pelo vice diretor calado e olhando para o chão, sem surpresa alguma o imbecil segurou o meu braço fazendo com que eu parasse completamente.

Você não vai falar com o Rodríguez? — sugeriu o vice diretor com um sorriso no rosto.

— ...quê? pergunto confuso.

— Ele está lá na secretaria. — indicou o vice diretor me soltando.

Sem entender qual era a jogada dele descidi ir para a secretaria, repentinamente uma sensação de insegurança percorreu todo o meu corpo e isso quase me fez desistir de ir até lá.

Fiquei alguns segundos parado em frente à secretária e o meu coração parecia querer sair pela boca. 'Por favor que não seja algo ruim, por favor..' apreensivo segurei a maçaneta até que finalmente abri a porta, conforme a porta ía se abrindo o meu coração apertava cada vez mais.

Com a boca colada na do Rodríguez, Maria ía descendo cada vez mais às suas mãos no corpo do cara que eu considerava o amor da minha vida. Sem acreditar e sentindo o meu coração se partindo, eu pude observar claramente toda aquela cena 'romântica'. Cansado de ficar em pé, puxei uma cadeira e me sentei pra admirar ainda mais aquela linda prova de amor. Ao ouvirem o barulho da cadeira sendo arrastada os dois pararam de se beijar e começaram a me encarar como se fossem pego no flagra. 'não sei nem o que pensar'.

Não parem por mim. Podem continuar. — falo sentado com os braços cruzados enquanto encarava os dois.

Limpando o batom da desgraçada da minha mãe da boca, Rodríguez veio até mim com uma linda expressão de arrependimento.

Jeff, eu posso explicar... — desabafou Rodríguez diante de mim. — Eu juro que não é o que você está pensando!

— Confesso que estou louco pra ver qual vai ser a desculpa que você vai dar. — resmungo me mantendo o mais calmo possível.

Se quiser eu posso explicar, amor! — disse a minha mãe colocando as mãos no ombro do Rodríguez.

Porra. PARA DE COMPLICAR!! — gritou Rodríguez de raiva.

Seja lá o que for, essa não era a mãe que eu esperava..

::: contínua :::

DADDY² | ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora