IV - Campina

90 7 1
                                    

POV ISABELLA SWAN

Stefanie é muito especial para mim porque ela é uma mulher de atitude, então ela resolveu comprar um par de passagens aéreas para poder fugir com Bradley, já que esta estava sendo a melhor maneira de eles ficarem juntos, longe de tudo e todos que os cercavam, mas quando Fanie foi declarar seu amor para então fugirem, ela viu outra nos braços de seu amado. Finalizei mais um capítulo de meu romance ainda em construção mas preciso de outro capítulo para reparação urgente. 

Após salvar o capítulo, fechei meu notebook, alonguei meus dedos quase espreguiçando-me, quando senti que iria bocejar ouvi um ruído e automaticamente me endireitei perante a escrivaninha. O que terá sido? Resolvi averiguar. Estava parcialmente escuro, só a luminária de minha escrivaninha estava acesa. Mais um ruído. Vindo de fora da casa eu tinha certeza dessa vez. Peguei uma caneta na tentativa tola de usá-la como arma e caminhei até o interruptor para ligar as luzes, desci as escadas para acender as luzes do primeiro pavimento da casa e da varanda, como não ouvi nada suspeito, abri a porta da casa mas nada vi na varanda ou pelo jardim, voltei e vi que segurava a caneta pressionando o polegar contra o lado oposto a ponta com tanta força que me faltou circulação sanguínea, deixando meu polegar esbranquiçado. 

 Ri de mim mesma, eu estava em Forks, lugar que passei boa parte de minha vida, não havia o que temer, esta cidade é pacata o suficiente para algo literalmente não acontecer. Meu estômago roncou, revirei os olhos lembrando que ainda não havia comido hoje, fui para a cozinha, lavei as mãos e fui preparar um sanduíche de pasta de amendoim com geleia, não sei quantas mastigações levei para poder deglutir a primeira mordida, fui até a geladeira pegar um resto de suco de laranja artificial para me ajudar a engolir esse sanduíche logo, levei até a bancada, abri o suco, mordi meu sanduíche e inclinei a boca da garrafa, em meus lábios tomando o primeiro gole. Funcionou. 

Terminei de comer, lavei a pouca louça, apaguei as luzes e subi as escadas em direção a minha cama. Fiquei um bom tempo olhando para o teto esperando o sono chegar, mas como ele resolveu não aparecer peguei meu exemplar surrado de O Morro dos Ventos Uivantes para reler. Acordei e ví que adormeci lendo, pois minha mão estava praticamente em forma de pinça com meu polegar marcando a página. Posicionei o marcador e coloquei o livro na mesa de cabeceira pegando meu celular e vendo que eram cinco e meia da manhã ainda mas eu não estava com sono, só um pouco cansada e não inspirada.

Realizei minha higiene matinal, me vesti para fazer uma trilha, talvez a natureza verde e alienígena trouxesse mais inspirações para Bradley e Stefanie. Olhei pela janela, sem chuva, ótimo. Eu não queria entrar no bosque após o quintal da minha casa, desci, peguei alguns pacotes de chips e frutas secas e enfiei na mochila para caso a fome aparecesse, uma garrafa com água, bem como um mapa local e um bloco de notas. Peguei meu celular e a chave da picape e fui em direção da rodovia a procura de uma trilha diferente... Encontrei um caminho quase fechado por samambaias mas quis segui-lo. Encostei a picape e tive de seguir a pé.

Já devia ter caminhado por uns oito quilômetros, já ofegante, me encostei em um tronco com musgo caído até meus batimentos cardíacos e minha respiração se normalizarem

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Já devia ter caminhado por uns oito quilômetros, já ofegante, me encostei em um tronco com musgo caído até meus batimentos cardíacos e minha respiração se normalizarem. Abri a mochila para bebericar um pouco da água, a meu redor era tudo verde demais. Fechei os olhos e pude ouvir alguns bichinhos da floresta bem como alguns insetos zunindo. Concentrei-me mais e pude ouvir água corrente. Abri os olhos e já fui levantando a procura do possível riacho. 

Fiquei deslumbrada ao encontrar este espaço. Estava fazendo um pouco de sol o que deixava o local ainda mais exuberante... Por um momento senti que estava num conto de fadas, haviam algumas flores dando vida aquela campina perfeitamente redonda. Sentei no chão, ainda na sombra pois parecia que eu arruinaria o cenário perfeito que estava a ver. Peguei meu bloco de notas podendo ver Fanie e Bradley alí. Quem diria, Forks de cidade destinada a contos alienígenas foi promovida a Forks a cidade da campina romântica. De meu romance.

Resolvi voltar quando deparei que o sol não iluminava mais os trezentos e sessenta graus do lugar. Tropecei algumas vezes na volta e fiquei realmente aliviada quando avistei minha picape vermelha-desbotada ao longe. Não tinha me perdido. Senti meu celular vibrar. Em seguida ele estava praticamente travado de tantas mensagens de ligações perdidas. Será que Charlie ou Renée estavam precisando falar comigo tão urgentemente assim? Quando me dei conta não era o número de Charlie ou Renée, era um número que eu não tinha salvo na agenda. Será que...? Será que Angela tentou falar comigo e eu sem sinal não pude ver?

- Argh! que péssima amiga você é Isabella Swan! - resmunguei enquanto entrava na cabine discando pro número que me ligara tantas vezes.

Se Angela dependesse de mim naquele momento... Se algo de ruim acontecesse com ela e ela não recebesse ajuda por minha culpa? Muitos "se" pairavam em minha mente enquanto a ligação chamava, me deixando tonta. O som irritante da chamada cedeu e eu ouvi silêncio.

- Alô? - perguntei sentindo minha voz ficar um tanto trêmula.

- Bella? - Definitivamente não era Angela.

A casa azulWhere stories live. Discover now