A casa azul

X - Emergência

POV - EDWARD CULLEN

Fracassado por não alcançar o sequestrador com Isabella nos ombros a tempo, peguei meu celular para chamar a emergência, mas antes de iniciar a chamada, o telefone dela tocou. Eu atendi mas não disse nada. Era o amigo dela.

- Bella? Onde você se meteu garota? - iniciou ele um tanto irritadiço - Estou na frente da cafeteria que a deixei, e adivinha? Você não está...

- Jacob... Black, é isso? - perguntei a fim de confirmar

- Quem é você? Como sabe meu nome? Cadê Bella? - perguntou ele frenético.

- Edward Cullen, bati sem querer na traseira do seu carro mais cedo... Quanto a Be.. - fui interrompido.

- O que aconteceu com ela? O que você fez com ela?! - ele gritava. - Passe esse telefone pra ela. AGORA!

- Não fiz nada... - eu estava muito frustrado - Não pude fazer nada. Vou ligar para a emergência, estou no Lake Union Park.venha... Quem sabe você possa dar mais alguma informação.

Jacob desligou o telefone e imediatamente eu estava ligando para o nove, um, um.

"Nove, um, um. Qual é a emergência?"

- Boa tarde, eu sou Edward Cullen e esta ligação é caráter de urgência.

"Senhor Cullen. Bombeiro, polícia ou ambulância?"

- Polícia. Estava passeando com uma moça aqui no Lake Union Park e alguém a sequestrou. Eu havia ido comprar água... Tentei correr mas não alcancei... Ela pediu socorro.

"Anotado. Qual o nome da vítima por favor?"

- Isabella. Não sei seu sobrenome... Ela é de Forks. Só o que sei."

"Passarei as informações ao departamento de polícia mais próximo da região. Mais alguma informação?"

- Não.

"Obrigado, tenha um bom dia"

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Essa semana como um todo estava me deixando desconcertado. Seria algum ato do destino ter uma conexão com alguém justamente do lugar que achei menos propício para os negócios? Por mim eu nunca pisaria na cidade de Forks, nunca, até conhecê-la. Minha mente formou nitidamente seu rosto, com um par de olhos cor de chocolate tão expressivos e únicos. Infelizmente eu não estava sendo para ela o que ela estava se tornando para mim. Eu estraguei seu dia, fazendo-a queimar a mão com café e ser levada, desacordada, por que eu não estive próximo o suficiente para protegê-la.

Desativei o GPS do celular dela. Parecia loucura, mas quis ficar com o celular dela até encontrá-la, como um motivo justo para poder revê-la e bem. Guardei nossos celulares e sentei no banco. Vi seu amigo, Jacob, aproximando-se com as mãos na cabeça, preocupado, certamente.

- O que aconteceu com Bella? - disse ainda enquanto se aproximava.

- Ela foi sequestrada... Ela estava exatamente nesse banco... Eu estava lá - disse apontando para o local que comprei as águas - Não consegui correr a tempo, e ela estava desacordada... - senti minha voz embargar um pouco.

- Ah Bella... - suspirou ele.

- Liguei para a emergência mas como não sabia o nome dela... Algumas informações ficaram pendentes, mas o atendente disse que o caso seria passado ao departamento de polícia mais próximo para rodar viaturas em busca provavelmente.

- A culpa de tudo isso é minha. Se eu não tivesse insistido para ela vir comigo a esta cidade... - Jacob voltou as mãos para a cabeça com as palmas cobrindo os olhos.

Talvez ele tivesse razão, mas não amenizou meu sentimento de culpa e remorso. Queria receber neste exato momento uma ligação dizendo que a encontraram bem. Liguei novamente para a emergência para Jacob dar mais informações sobre ela para facilitar as buscas. Senti um tanto de inveja. Apesar de sentir que Isabella e eu nos conhecíamos de outrora, quis poder conhecê-la mais e melhor. Jacob se despediu, disse que precisava voltar para a reserva de La Push, mesmo eu oferecendo estadia em meu apartamento, caso quisesse ficar e acompanhar as buscas.

Tomei um banho quando cheguei em casa, fui para a geladeira pegar uma cerveja e lembrei que o celular dela estava comigo. Segurei-o na mão pensando duas vezes, mas decidi olhar. Agora estava bloqueado. Revirei os olhos. Tamborilei o indicador no quartzo escuro da ilha da cozinha pensando em possíveis senhas... dez-dez, zero-um-zero-um, um-dois-três-quatro e quando digitei a sequência de quatro zeros a tela magicamente destravou e eu sorri.

Ainda estava em sua mensagem de socorro no bloco de notas. Travei de volta. Não sabia mais se queria ver algo, seria muita invasão de privacidade... Enviei uma mensagem para a caixa de correio de voz do meu pai desculpando-me por não voltar para trabalhar hoje e o que aconteceu. Ele me retornou e em certo ponto falei que não iria mais a Forks até encontrarem-na com vida mas Carlisle estava irredutível quanto a isto. Eu iria para Forks de qualquer maneira e por um momento senti que deveria ir.