IX - Passeio

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POV - EDWARD CULLEN

(ANTES)

Comi uma maçã antes de sair de casa, hoje o dia seria longo. Com a minha viagem se aproximando, não queria deixar nada acumulado. Passei a manhã respondendo e enviando e-mails. Então fui solicitado para visitar o Café, que não ficava tão distante da sede da empresa para verificar a qualidade de atendimento e logicamente, dos produtos. Depois da minha hora de almoço peguei meu carro e saí. Meu telefone não parava de tocar. Um número desconhecido... Já estava ficando aborrecido, então atendi.

- Edward Cullen? - disse a mulher.

- Sim? - eu disse - Quem fala?

- Não reconhece minha voz? Que pena. - ela disse desapontada - Lauren! Bar...

- Como conseguiu meu número? - estranhei.

- Você não me procurou, senti falta do seu pau generoso dentro de mim gato... - senti sua voz quase gemer - Eu me viro pra conseguir o que eu quero.

- Lauren, foi bom, mas não me incomode mais está me ouvindo? - estava dando a volta no quarteirão no momento - não era pra nada daquilo ter acontecido na verdade, - essa ligação me pegou de surpresa, estava transtornado - não quero mais saber de vo... - encostei o carro na traseira de um volkswagen antigo - CÊ! - pigarreei - Desculpe. Mas não sou o cara que você espera. - desliguei a ligação.

Estava bloqueando o número quando já fui ouvindo o motorista da frente gritando. Disquei pra Emmett.

- Bro, foi mal sair do nosso rolê, foi mais forte que e... - ele começou

- Emmett deixe seu telefone em mãos... Bati o carro, nada de grave, mas qualquer coisa vou precisar do meu advogado.

- Claro. - desliguei e fui saindo do carro.

- Calma... Vamos resolver isso na paz. - comecei.

- Entre já no carro, deixe que eu resolvo isso! - ele bufava pra uma mulher que agora entrava no carro, talvez esposa? mas ele não usava aliança... Voltei à situação, balançando a cabeça um pouco.

- Não creio que seja assim que se trate uma dama. - não pude deixar de comentar isso.

- Além de ser um completo burro no trânsito, acha que já tem intimidade pra dar aula de bons modos?! - ele quase gritava.

Não por muito tempo um guarda de trânsito chegou e eu expliquei toda a situação. O guarda nos fez realizar o teste do bafômetro e posteriormente amenizou as reações exacerbadas do outro motorista, que soube seu nome logo depois que decidi realizar uma transferência bancária para que ele cuidasse dos reparos do carro dele, depois que mostrei o comprovante ele entrou no carro e saiu, eu, obviamente fui multado por dirigir falando ao celular e causando um acidente. Pelo menos ninguém se machucou, e isso me deixou aliviado. Emmett ligou e eu o tranquilizei dizendo que tudo estava resolvido.

(DEPOIS)

- Ainda não nos conhecemos... Eu sou Edward Cullen. - Vi um vinco em suas sobrancelhas e confirmei sua provável dúvida. - Meu avô criou a marca. É o sobrenome da família.

- Ah - vi sua expressão relaxar um pouco, e com a mão rosada brilhante da queimadura com uma camada de pomada ela bebericou um tanto do café. Notei que no alto de sua testa tinha uma mancha roxa se formando - Desculpe, nem me apresentei... Sou Bella.

Com certeza esse nome faz jus a ela.

- Então, muito prazer Bella. - disse estendendo a mão.

Ela retribuiu o gesto. Foi estranhamente único. Como se uma corrente elétrica percorresse de minha nuca e descarregasse com certo impacto em nossas mãos. Talvez não fosse só comigo essa percepção pois ela em seguida afastou a mão um tanto assustada. Ela tinha olhos cor de chocolate ao leite tão penetrantes, tão únicos...

- Você vem sempre aqui, Bella? - Eu não lembro de vê-la em lugar algum.

- Na verdade, não... - ela apanhou os lábios inferiores com os dentes - Bom, é minha primeira vez aqui... Sou de Forks e vim com um amigo, mas ele foi resolver uns negócios e me deixou aqui esperando.

Então ela era de Forks...

- E eu cheguei e estraguei sua espera? - olhei para a mão dela, mas não deixei de estranhar como ela adquirira a mancha na testa.

- Não... Tudo bem. - Foi o que ela disse.

Convidei-a a um passeio no Lake Union Park, ela relutou por um milésimo de segundo e fiquei muito feliz quando ela aceitou meu convite. Assim que estávamos no carro ela estava com as duas mãos segurando o banco. Eu ri e ela me olhou relaxando um pouco os ombros.

- Não precisa ter medo. - eu disse.

- É que você já bateu o carro hoje... - ela disse um tanto sem graça e me fez franzir o cenho.

Então era ela a moça que estava entrando no carro. 

Neste ponto, já estávamos no Lake Union Park, eu estava achando demais vê-la maravilhada com algo tão simples para mim. Me ofereci para ser seu fotógrafo, ela não quis. Na verdade ela tirava fotos dos ambientes ou detalhes que gostava, não dela. Como ela poderia privar tamanho encanto complementando a beleza do local? Me perguntei também se aquele amigo a machucou na cabeça, ele parecia bem agressivo. Verbalizei meus pensamentos e ela disse que bateu a cabeça no porta-luvas do carro durante a batida e me senti mal pois eu causara seu ferimento. Descobri que seu nome era Isabella, o que me fascinou ainda mais. Isabella. Muito melhor que apenas Bella. Depois de um tempo caminhando ela sentou ofegante num dos bancos.

- Me espere aqui, irei comprar uma água para você, está bem? - eu disse preocupado - É o tempo que você descansa um pouco.

Ela assentiu. Saí para comprar uma água pra ela, haviam umas cinco pessoas na fila. Olhei para minha mão relembrando a sensação da corrente elétrica. Quem era Isabella de Forks, e qual seu poder sobre mim? Fechei a mão e balancei a cabeça, já era minha vez. Comprei duas águas. Quando virei para avistá-la, dei um pulo, eu semicerrei os olhos a fim de tornar a imagem mais nítida, dando um passo para frente. Alguém a asfixiava com uma espécie de flanela, o que a fez desmaiar nos braços da pessoa, que logo a colocou sob o ombro, correndo desajeitadamente com o peso que carregava.

Foi mais forte que eu. Larguei as águas e corri para socorrê-la do sequestrador, estava longe demais. O perdi de vista quando entrou no estacionamento e eu ainda chegando perto do banco em que estávamos. Vi o celular dela caído no banco, ainda não estava bloqueado, estava no bloco de notas e em caixa alta "SOS". 

A casa azulWhere stories live. Discover now