POV - Edward Cullen
Acordei no meio da noite com uma sensação de angústia terrível percorrendo meu corpo. Isabella. Não podia deixar de pensar nela. Será que havia acontecido algo com ela? O pior? Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos ruins que pairavam em minha mente, mas a angústia não passava. Levantei e fui em direção à cozinha beber um pouco de água, para tentar amenizar esse sentimento... Ao segurar no copo pude sentir a sensação. Aquela energia elétrica. Eu fitava o copo a procura de alguma resposta, de algum sinal, e nada.
[...]
Estava saindo mais um dia da delegacia de polícia sem atualização alguma do caso. Com esse, já se faziam quatro dias sem respostas, sem pistas. E isso estava me deixando completamente maluco. Eu sabia que não podia adiar em mais um ou dois dias minha viagem a Forks. Já estava tudo pronto. Entrei no carro aborrecido por Carlisle não mudar de ideia e ir em meu lugar.
Parei o carro no estacionamento do Lake Union Park e tentei fazer o mesmo percurso. Estava muito confuso, não conseguia lembrar do dia com tanta clareza. Será que a levaram pensando ser outra pessoa? Talvez sim, segundo ela, não saía muito da cidade de Forks. Fiquei observando o banco, que agora estava vazio, sem ela. Eu fechei os olhos e pude materializá-la respirando profundamente. E se eu não tivesse saído de perto dela para ir atrás de água? Talvez nada disso tivesse acontecido... Antes de sentar observei o local mas não notei nada fora do comum.
Pareceu muito real, mas a Isabella que eu memorizei olhou para mim e sumiu. Aqueles olhos cor de chocolate ao leite, tão marcantes e únicos se avivaram me fitando de uma maneira quase de súplica. Tentei forçar meus olhos a materializá-la novamente e ter mais uma vez a sensação de que ela estava comigo, e sem correr perigo algum. Inútil. Franzi os lábios com raiva e soquei de leve o banco antes de levantar-me atordoado.
- Você será encontrada, Isabella de Forks. - murmurei.
Caminhei derrotado para meu carro, antes de sair mandei mensagem para minha mãe avisando que já estava a caminho de Forks, já que ela estava de plantão hoje. Coloquei um CD com os melhores da música erudita a fim de me tranquilizar e dei partida para meu destino. Não demorei tanto, a rodovia estava livre, então pude ir mais depressa. Encontrei de primeira a entrada para a casa que fora dos meus avós. Como minha mãe providenciou, parecia que a casa nunca ficou desabitada.
Percorri a casa rapidamente para me familiarizar com cada cômodo. Depois de parar em frente a um quadro de meus avós, passei um tempo observando como minha mãe tinha os traços da minha avó e os olhos do meu avô. Para ser sincero, eu não lembrava muito deles. Resolvi tomar um banho e ir procurar algum bar que fosse, estava faminto e ainda preocupado. Acabei no Blakeslee's Bar & Grill pedindo dois wraps de peru e uma cerveja. Foi quando um homem arrastou a cadeira para trás, fazendo alusão a se sentar e eu assenti.
- Cara novo na área? - disse ele bebericando o gargalo da garrafa de cerveja preta.
- Está tão óbvio? - questionei.
- É o único aqui a não estar socializando. - afirmou
- É. Mas agora estou. - apontei para ele com um wrap na mão.
- É... Eu já fui o cara novo aqui, mas as pessoas daqui são bem hospitaleiras. Então fica tranquilo, parça.
- Hã... Sou Edward. - disse estendendo a mão para um cumprimento - Qual é seu nome?
- James Johnathan Scott. JJ para os mais chegados. - ele deu um tapa com soco, retribuindo o cumprimento - Então, parça, o que veio fazer aqui?
- Bom, vim praticamente a trabalho... Tentar aumentar os negócios da família, de alguma forma Forks é vista como uma cidade promissora. E você? Disse que já foi o cara novo... Faz muito tempo que mora aqui?
- Para falar a verdade, não. Não faz muito tempo. Eu precisava de um tempo longe e aqui é tranquilo. - ele pigarreou. Provavelmente pela cerveja tentar entrar na traquéia. - Aí cara, pode me dar uma carona?
- Sim, claro.
Ainda bebemos mais algumas cervejas antes de pagar o que consumimos e sair do local. James deu as coordenadas para a casa dele que era numa rua mais tranquila. Ao parar na casa dele ele apontou para a casa vizinha.
- Sua casa é essa ou aquela? - franzi as sobrancelhas
- Essa. Mas aquela casa morava uma puta gostosa. Pena ela mal sair de casa. Só a via pela janela... Ela deve ter viajado, nenhuma luz acendeu mais nesses últimos dias.
- Ah, e o que eu tenho a ver com isso? - perguntei.
- Nada. - James começou a rir e foi saindo do carro. Fechou a porta e encostado na janela disse entre risos - Aí, valeu pela carona. Esquece o que disse da vizinha, você não tem mesmo nada a ver com isso.
Assenti com a cabeça. James entrou em casa e eu fui tirando o carro do ponto morto andando poucos metros da casa de James quando ouvi o celular dar alguns beeps. Não foi o meu. Foi o dela, que estava captando o sinal de Wi-Fi da casa vizinha a de James. Aquela era a casa de Isabella. Parei o carro e observei um pouco a casa, simples mas harmoniosa, mesmo no escuro da noite.
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A casa azul
FanfictionEdward Cullen é encarregado de expandir os negócios da família e é enviado a cidadezinha de Forks-WA, mesmo não lhe parecendo uma boa ideia. Mas algo o deixou intrigado. O que?