Capítulo 17

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Ao entrar em casa, noto os sapatos de Sônia e ruidos em seu quarto.

Tiro os meus sapatos e um sinto cheiro de queimado infestando a casa.

...merda...

Corro para a cozinha e desligo o fogo da panela que esta transbordando água. Tiro a tampa e vejo o nhoque, ainda intacto.

- Ainda bem que não queimou. - sussuro, enquanto passo pano no fogão molhado.

- Queimou? - pergunta Sônia, aparecendo na cozinha.

Se aproxima, analisando o nhoque.

- Foi por pouco.

- Pode deixar que eu limpo.

- Não, tudo bem.

Enquanto limpo o fogão, percebo o seu vestido amarelo que realça a sua pele escura.

- Vai sair? - pergunto.

- Sim, vou pra festa do Zayn. - responde, mexendo o nhoque.

- Desde quando você gosta das festas da faculdade? - brinco, com um sorriso no rosto.

- Desde agora. - responde para sair da cozinha.

...Tá bom...sem brincadeiras...

Continuo a limpar o fogão e penso em como viemos para nisso. Nessa situação, constrangidora de viver uma com a outra. Mas aí relembro de todas as merdas que fiz. E sei que sou eu que tenho que concertar.

Lavo o pano e saio da cozinha para aparecer de fininho na porta de Sônia.

Dessa vez ela não está exagerada, como no jogo de basquete. O seu gosto está realmente visível. O velho casual chique, que tanto tenho inveja. Ela está com seus óculos, arrumando a maquiagem quando pergunto:

- Eu posso ir com você?

- Eu vou encontrar o Bernado lá.

Ah...

- Ele vai vim te buscar ?

- Não...Eu vou de UBER.

- Eu posso pagar.

Ela para e olha para mim, de baixo pra cima, e depois de um longo suspiro, fala:

- Se arruma rápido - sorrio mentalmente - Você sabe que não gosto de chegar atrasada.

- Tá bom.

Entro no quarto e começo a tirar minha
roupa rápido.

😝

A viajem não foi muito rápida e nem uma das melhores pelo clima desconfortável e totalmente silencioso. Mas depois de pagar o motorista, seguimos para a única casa barulhenta e cheia da rua.

Notável, igual nos filmes...

Mesmo rodeada de pessoas bêbadas a casa era bonita. O campo aberto e florido amenizava a visão desleixada dos adolescentes em volta. Repleta de vidros no primeiro e segundo andar, dava um toque moderno.

- Você vai ficar aqui até que horas? - pergunto, desviando das pessoas a volta.

- Não sei. Mas não devo ficar mais do que meia noite.

São oitos horas ainda...

- Ok...

Começo a seguir Sônia que vai em outra direção do jardim e chega numa parte mais ou menos isolada do terreno que da direto para a cozinha da casa.

A Essência PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora