Estou escrevendo esse diário pois sei que mais tarde não mais existirei, por que terei me jogado do sótão dessa casa. Estou ciente que não aguentarei mais esse assombro que percorre a minha mente e esses pesadelos horrorosos que me atormentam de novo... Noite após noite. De dia vejo as criaturas se espreitando pelas portas de minha casa. Olho pela janela e as vejo na rua, mas então pisco e eles não estão mais lá. Tenho que ir logo antes que eles voltem a aparecer e eu não mais suporte, e acabe com esse sofrimento finalmente me jogando
Lá estava eu, em meu avião monomotor sobrevoando a imensidão da vasta floresta amazônica. Que ainda não tinha sido tão explorada em minha época. Porque você imagina que eu estava lá¿ Se pensou que era por causa de pesquisa ou alguma expedição nobre em busca de novos conhecimentos pra nossa raça, não podia estar mais enganado. Eu sou na verdade um ladrão de relíquias antigas.
Eu peguei um mapa quando estava em Cairo no Egito. Comprei ele de um velho muito estranho, com uma corcunda e olhos grandes que me encaravam, como se visse meus pecados e me julgasse por eles... Era alguém muito perturbador. Seu nome era tão estranho quanto a aparência: Abdul Alhazred. Ele disse-me que aquele mapa me levaria a um grande tesouro... O maior que já se viu em todo o mundo, um tesouro pertencente a uma raça antiga de criaturas e deuses malignos inomináveis. Eu não acreditei na última parte. Mas alguns colegas meus já tinham ouvido falar sobre tais tesouros naquela floresta então decidi arriscar...
Essa foi a pior decisão que já fiz em minha vida, sem dúvidas foi. Mas agora terei de arcar com as consequências. Quando avistei a pista de pouso aberta em meio a mata pousei. Após isso sai e fui em busca de algo que pudesse me levar até meu objetivo. Após andar por uma trilha cheguei a um dos grandes rios que havia naquela mata. Na margem havia um homem com uma canoa. Ele tinha um olhar sério e uma pele extremamente clara. Havia também nele dentes afiados e totalmente negros. Fiquei muito assustado com aquela ser, mas ele parecia ter o único meio de transporte que poderia me levar pra o lugar onde desejava ir.
Entrei no barco e mostrei o mapa para ele... Ele assentiu com a cabeça e começamos a ir até o objetivo. Para deixar claro o sol já havia se posto, e a lua e as estrelas já estavam visíveis no vasto céu. Mas mesmos assim eu tive que ascender a lanterna que levava comigo. Andamos pelo rio em um ritmo lento. Até que vi algo que mexeu profundamente com as entranhas de meu ser... Começaram a aparecer mulheres na costa do rio, elas tinham velas acesas nas mãos. Mas o que me assustou foi o fato das orbitas do olhos serem completamente negras! Não havia nada na expressão delas, só uma pura indiferença. Elas também tinham tatuagens no corpo, só que elas estavam usando menos roupas que o homem que me levava. As tatuagens na verdade contavam uma história aparentemente...
Era algo muito difícil de entender, porque as tatuagens estavam dividas no corpo inteiro delas, mas tinham monstro horrendos nelas. Criaturas que não podiam existir. Eu fui tomado de repente por um grande terror e senti que estava me aproximando de alguma entidade nefasta e demoníaca. Tentei falar com o homem que estava pilotando o barco. Ele apenas me olhou com indiferença e continuou a pilotar a embarcação. Eu pensei em saltar na aguá, até ver que haviam crocodilos á espreita, prontos pra me atacar se saísse do lugar onde me encontrava...
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Fortaleza dos Antigos
KorkuUm conto baseado nas histórias de Howard Philips Lovecraft.