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Cada segundo pareceu durar séculos, anos que perduram dor e arrependimento de estar no lugar errado, na hora errada. Mas não havia mais nada a ser feito, porque o senhor Park flagrou o maior choque de sua vida.

— Appa. — Jimin se pronunciou com os lábios trêmulos. O olhar de seu pai era tão misterioso que chegava a doer.

Bonhwa  respirou fundo, revezando o olhar entre ambos os jovens a sua frente. Na sua mente, um turbilhão de informações se chocavam e causavam atrito, o mesmo que seguiu sua voz após mais uma respiração profunda.

— Está demitido, nunca mais chegue perto do meu filho. — enunciou por fim, com um olhar duro e lágrimas decepcionadas contidas.

Foi nesse exato momento que uma flecha flamejante pegou Jungkook de supetão, arrancando seja lá o que fosse capaz de sentir dentro do peito. Uma dor aguda subiu até sua garganta por onde emitiu um soluço alto em meados de lágrimas pesadas que caíram de uma vez só.

O mais velho se virou prestes a sair da cozinha, no entanto, Jeon seguiu-o com passos largos e puxou seu braço, caindo de joelhos no chão. Mais lágrimas correndo contra a força normal, ele tomou fôlego antes de juntar as duas mãos em frente ao corpo e implorar.

— Senhor Park por favor, não. Não tire o Jimin de mim, senhor. Ele é amor da minha vida. — O moreno esfregou mais as mãos, implorando como se sua vida dependesse disso. E dependia. — Eu imploro, pela minha vida, qualquer coisa.

— Qualquer coisa, Jeon? — o mais velho riu, negando com a cabeça. — Eu te dei moradia, emprego, ajudei a pagar sua faculdade, fiz de tudo pra te proporcionar uma vida digna do que eu achava que você é, quando você não se passa de um oportunista de merda louco pra usar o corpo do meu filho com aquelas suas porqueiras sadomasoquistas. Eu tenho nojo de você. — Cada palavra completa de repulsa e ódio, encurralando cada sentimento de Jungkook.

— Nunca se tratou do Jimin, ou dor corpo dele. O que eu sinto por ele é amor, na sua forma mais pura e genuína, eu juro. Senhor, tirá-lo de mim é tirar-me a vida. — nenhuma delas foi frase de apelação, mas sensações refletidas no desespero de Jungkook em perder o seu amor. Seu corpo não aguentava mais se sustentar nos joelhos de tanta dor, pesada como suas lágrimas incessantes. Os olhos avermelhados e os lábios trêmulos eram a prova do seu temor, mas a raiva faziam com que fatos e sensibilização caissem por tabela quando se tratava de Park Bonhwa. E nesse momento, ele era uma pedra de gelo.

— Considere-se morto. — suas últimas palavras antes de se virar e caminhar pesado para outro cômodo qualquer, deixando a cozinha vazia. Vazia de som, vazia de esperança, mas cheia de amor.

E pela primeira vez em alguns minutos, a casa caiu de vez quando Jimin sentiu os olhos arderem em chamas vendo seu namorado ajoelhado no chão, fraco demais até para chorar.

— Junggukie... — sua voz saiu tão pesarosa que em uma questão de segundos, tudo se transformou em choro sonoro. Se aproximou do seu amor, ajoelhando e o abraçando pelas costas com toda força que conseguia exercer no momento, deixando cair junto aos dois, o mundo. — Vamos superar isso amor, eu te amo meu Jungkook.

Era como se o barco estivesse afundando, lentamente.

Ficar sem o cafuné do Jungkook, sem a risada do Jungkook, sem os apelidos carinhosos do Jungkook, sem o olhar meigo do Jungkook, sem o beijo de Jungkook, sem o cabelo escuro de Jungkook, sem os beijinhos na testa de Jungkook, sem o seu Jungkook.

Era como se um carro estivesse em um precipício, e capotasse sem parar.

Ficar sem o sorriso do Jimin, ficar sem a manha do Jimin, ficar sem o grude do Jimin, ficar sem as perguntas bobas do Jimin, ficar sem ver os olhinhos pequenininhos do Jimin, ficar sem o abraço do Jimin, ficar sem o seu Jimin.

Safety↬jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora