Capítulo 1 - Não é qualquer abraço, é o abraço dele.

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Ela estava ali, em frente a ele, o observava tagarelar sobre como foi o fim de semana. Por que ele estava demorando tanto a chegar ao assunto? Em um súbito de coragem falou:

- O que você queria me falar de tão importante, Dex? – o interrompeu.

- É complicado – assim que ele disse, ela estremeceu, odiava quando ele falava isso e a sensação que tinha algo ruim por vim só estava aumentando – sabe, Anne, eu gosto muito de você, não quero te magoar... 

- Mas gosta mais dela e vai me largar né?! - ela o interrompeu novamente - Já ouvi essa história antes. Sei como termina. – no mesmo instante se arrependeu de ter dito isso. Agora estava se fazendo de vítima?  Não é isso que precisa, precisa ficar com raiva dele – Bom, se era isso que ia falar, tudo bem, já foi dito.

- Só isso? – ele a viu pegando suas coisas e se levantando  - Vai embora?

- O que você quer? Que eu chore? Que eu peça para você ficar comigo, ou melhor, quer que eu me humilhe? – ela sentiu seus olhos umedecerem. Não, eu não posso chorar agora, pensou – Você gosta dela, sempre gostou, eu te perguntei tantas vezes, Dexter, tantas vezes questionei se ainda gostava dela e sempre negou, por que mentiu? – nessa hora as lágrimas já haviam invadido seu rosto.

- Por favor, não fica assim. Eu gosto de você – ele não sabia o que fazer, estava confuso, queria que ela não sofresse assim. O que eu fiz, pensou. – Não podia dizer para você que ainda gostava dela. Que tipo de cara eu seria se fizesse isso?

- Um cara melhor do que está sendo agora! Não seria mais fácil saber antes, Dex, seria mais digno. Tanto pra mim quanto pra você. Mas tudo bem, você ficou com ela por muito tempo, e eu só fui um casinho. – Anne tentava se controlar, mas antes que percebesse, já estava aos soluços.

- Você não foi só um casinho – Falou essa palavra com nojo – Você foi a melhor coisa que me aconteceu nesse tempo…

- Fui mesmo né?! Estou vendo! – Agora o choro era de raiva, como ele podia ser sínico assim? Pegou sua mochila havia largado, e deu as costas, tentando sair o mais rápido possível dali.

- Anne! – quando ela viu, ele já tinha a segurado pelo braço e a espremido em um longo abraço. Por que gosto tanto dele assim? Se perguntou de novo. Não queria amenizar as coisas, mas também não conseguia se desfazer daquele abraço tão bom.

- Isso não é justo. – foi tudo o que ela conseguiu dizer. 

Mil TulipasOnde histórias criam vida. Descubra agora