Capítulo 1

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Dean pulou da caminhonete assim que encontrou um posto de gasolina. Apesar do tanque estar cheio, sua barriga estava pedindo por um sanduíche com maionese e um refrigerante.

A baía de Devon que era conhecida por seus rochedos e barcos pesqueiros estava agitada naquela manhã. Muitas pessoas ali paravam na bela vista que a estrada poderia proporcionar, as águas violentas batendo nas pedras, como uma revolta da mãe-natureza mesclando com o céu cinzento daquela região. O norte da América não era conhecido por suas praias calorentas e turistas — Era conhecido por ser frio, calado e calmo — Mas tinha sua beleza essencial onde atraía muitos visitantes.

Mas Dean duvidava muito que em Stormville tinha tantos visitantes. Pesquisou a cidade no Google e encontrou apenas a página da prefeitura. A cidade pequena era quase um vilarejo, sem muitas opções para aqueles que frequentavam aquela região.

Mas foi aquele lugar que Benny Latiffe estabeleceu a vida e a perdeu.

Benny, seu melhor amigo. Seu companheiro de muitos anos, colega de profissão quando pilotos na escola, padrinhos de batismo da sobrinha de Dean, estava morto e enterrado em um cemitério perto de Londres, descansando ao lado do falecido pai. A morte repentina fez Dean desistir de viajar para Itália e acoplar seu trailer na caminhonete antes que o tempo o permitisse pensar o que ele estava fazendo. Quando caiu em si, estava na Califórnia novamente, atravessando a cidade para pegar a rodovia, rumo á Stormville.

O e-mail foi rápido e nada sutil: Benny havia sido encontrado morto na cama. Constou morte súbita, um mal do coração. Afinal, Benny não era tão jovem assim: Tinha seus 45 anos de idade. Dean era 12 anos mais novo do que ele.

Quem o informou foi o Delegado da cidade, Sam Mills. O mesmo passou o telefone pessoal para que Dean o ligasse assim que chegasse na cidade.

Mas Dean ainda lutava contra o sentimento de ver o local onde o amigo viveu durante toda a vida. Sabia que sentiria saudades da risada de Benny, as tardes onde compartilhavam cervejas e metas pessoais. Benny não tinha pais, não tinha irmãos e nem parentes distantes. O único que considerava um parente próximo era Dean, que nem pode acompanhar o funeral do amigo.

Mas estava seguindo rumo à cidade.

Assim que saiu da conveniência, ele encostou-se na caminhonete. Um suspiro coletivo chamou sua atenção, quando olhou para os turistas em um pequeno pânico.

Olhando para o mar, viu um barco... Destroçado.

As ondas jogavam a carcaça da embarcação de um lado para o outro.

— Merda... — Dean mordeu o sanduíche e pegou o binóculos no porta-luvas da caminhonete. Nesse momento, um helicóptero dos bombeiros sobrevoou a cabeça dos turistas, mostrando que estava à caminho.

Assim que pegou o instrumento, Dean o usou. Dois homens estavam segurando em pedaços de madeira, gritando por socorro. Um bombeiro estendeu uma corda e desceu rapidamente.

— Isso... — Dean acompanhava ansiosamente — Mais para a esquerda.

O bombeiro se controlou. A água deveria estar gelada, mas aquele não se importou. Juntamente com a ajuda de um cinto, prendeu um deles. A água não lhe dava brechas, tentando o jogar como um brinquedo para os rochedos. O homem foi rapidamente suspenso, enquanto uma viatura dos bombeiros chegava no penhasco que beirava o rochedo. Enquanto o primeiro homem era deixado, o bombeiro e o último homem estavam presos juntos, agarrados na madeira.

Isso foi extremamente errado, Dean pensou. Mas poderia pensar que foi uma tática do bombeiro para acalmar o homem, mesmo que fosse um risco de morte. 

O helicóptero voltou para salvar os dois. Dean usou novamente o binóculos, vendo que o bombeiro estava firmemente agarrado ao homem, que estava desacordado.

Foi por isso que ele desceu. O homem havia desmaiado.

O bombeiro prendeu-se na corda e como se sua vida dependesse da vítima, se agarrou á ela. O helicóptero suspendeu os dois, os salvando da morte certa.

— Isso! — Dean comemorou. Os turistas aplaudiram a figura desconhecida do bombeiro.

Certamente, os procedimentos continuaram no penhasco, e uma das vítimas foi levada para o helicóptero, enquanto a outra parecida estar sendo socorrida pelo local. Dean mordeu o sanduíche e voltou a comer silenciosamente, olhando para a cena que terminava ali. Não poderia perder mais tempo, pois seu amigo (Ou algo) o esperava na próxima cidadezinha pacata.

Assim que limpou as migalhas da barba, entrou na caminhonete e voltou para sua rota de ida. Passou pelo balão principal da pista e seguiu mais 20 km ao norte, vendo a paisagem se modificar. As floresta de pinho, criavam um túnel natural e deixando tudo com um toque mágico. Entre arbustos, uma placa sinalizava.

"Stormville: A cidade dos colonos."

E Dean havia chegado.

Road of Love ⎢⎢ Destiel VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora