.。.:*✧ M A R I N E T T E ✧*:.。.
- Porra, porra, porra, porra!
Choramingo - e xingo - enquanto reviro minha saia de todos os modos possíveis. Nada cai, nada que tenha a forma daquela estúpida cartinha infeliz que eu tive a sorte de perder.
Bem, se eu tivesse perdido na rua tudo seria muito mais fácil. Os garis já deveriam ter moído aquilo e ninguém descobriria.
Mas se eu tiver largado no quarto do Adrien...
- Não, isso não! Impossível!
Coloco a mão sobre a testa, um tanto desesperada e nervosa. Massageio a derme enquanto penso como eu posso recuperar aquela merda. Bem, Adrien deve estar no banho. Só preciso entrar lá e pegar a carta. Ele é um fodido idiota, deve ter largado em algum canto e nem mesmo lido.
Ok, é só a recuperar, Marinette! Nada difícil ou complicado!
Aperto a toalha em meu busto, prendendo-a o máximo possível e calço meu chinelo. Respiro fundo umas duas ou três vezes quando chego a porta, e peço proteção a todos os deuses que possam estar me ouvindo ou vigiando. Sim, é agora ou nunca! Giro a maçaneta, e em poucos segundos estou caminhando pelo corredor com passos de tartaruga tentando ao máximo não fazer barulho. Me sinto a verdadeira sorte quando empurro a porta e percebo que não há uma única alma ali dentro.
Bem, agora era só procurar a carta.
Começo a fuçar em absolutamente tudo o que vejo em minha frente. De primeiro, ataco sua escrivaninha, mesmo sabendo que ele não seria tão burro ao ponto de deixar a carta tão a Deus-dará assim, porém, me guio pela oportunidade de conseguir recuperar com facilidade e de primeira. Como o esperado, não está lá, mesmo que eu tenha fuxicado em todas as gavetas. Meu segundo alvo é o guarda-roupa, onde torço o nariz quando chego nas gavetas de meias e cuecas. Ok, Adrien mantém uma higiene pessoal impecável, mas isso não faz com que eu me sinta mais cômoda para colocar as mãos na coleção de cuecas estampadas que ele ainda usa quando está sozinho no quarto.
- Nada! Que ódio!
Empurro a gaveta dominada por raiva, ela se choca com força e quase prende minha unha recém feita. No intuito de me safar de ter minha unha bonitinha quebrada, me jogo de bunda no chão frio e amadeirado, sentindo uma dorzinha atacar todos os ossos do meu quadril. Fecho a cara.
Odeio Adrien e odeio seu quarto ridiculamente organizado!
- O que você está fazendo aqui?
Me levanto em um sobressalto, quase perdendo a toalha no processo, quando a voz de Adrien se espalha como um trovão pelo quarto. Meu olhar para diretamente na porta, onde ele está. O corpo jogado com manha contra o batente e a toalha preta envolta de seu quadril marcado não alivia nem um pouco minha situação.
A toalha ficava centímetros acima de sua virilha, deixando o "v" assente com seu começo exposto. O caminho da felicidade sem um pelinho loiro agarra minha atenção, e por algum motivo, corro os olhos por seu abdômen. Cristo! Eu sempre me perdia nos seis gominhos demarcados daquele idiota!
- Minha cara é mais acima.
Seu tom de voz é divertido, ao mesmo tempo que totalmente convencido. Elevo meu rosto com petulância, tentando - ao máximo - esquecer da visão tentadora que era mais abaixo de seu corpo.
- Eu... estava... te procurando. Isso! Te procurando.
- Hum, certo. O que você quer?
- Quanta falta de delicadeza. - Reclamo.
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Trés bien, Adrien
RomanceGarotas do Françoise Dupont eram famosas pelo alfabeto único usado em suas trocas de mensagens pelas aulas menos agradáveis. A falta do uso tradicional do alfabeto latino permitia que nenhum garoto ou professor descobrisse o que era passado pelas me...