Capítulo 9 - Pondo as cartas na mesa.

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POV's Taeyong

Ainda no mesmo dia.

Acordar com Ten enroscado em mim me deu a maior sensação de alívio no mundo. Me afundei em pensamentos enquanto olhava para todas suas marcas, todos os roxos que tinham espalhados por todo seu corpo. Meu coração se parte em mil só de imaginar o tanto que ele sofreu... o meu bebê, a pessoa mais preciosa que tenho em minha vida foi espancada por algum monstro... Quando ele acordar com certeza vai querer fugir da conversa, mas este bebê tem que me dizer. Eu quero ajudar ele com toda minha força e ódio, porém tenho que saber com quem estou lidando.

Fiquei fazendo um lento cafuné em sua cabeça, passando lentamente minha mão em seus fios, que estavam cheirando à chocolate por causa do xampu. Na verdade, ele todo estava cheiroso. A própria tentação. Se eu pudesse o acordaria da melhor maneira possível neste momento, se é que vocês me entendem... Mas Ten está muito fragilizado. Quero respeitar isso... Fico imaginando se isso tem haver com algum relacionamento abusivo, ou puro ódio mesmo, alguém que o odeia – mesmo que seja algo bem impossível já que Ten é incrivelmente gentil e educado. Bem difícil alguém o odiar e mais ainda ao ponto de agressão. 

Percebo meu anjinho de cabelos negros se acordando e assim nossos olhares se encontram sorrimos um para o outro. Logo o abraço, o colocando mais ainda à mim, se for possível. Eu enchi seu rosto de beijos, arrancando algumas risadas fracas de Ten. Parece música, meu Deus! Não tem coisa melhor, não. Funciona melhor que qualquer analgésico.

— Meu anjo, você tá bem? Precisa de alguma coisa? — pergunto e recebo apenas um aceno de cabeça em negativo como resposta.

— Então, baby, está na hora da nossa conversa. — digo enquanto acaricio seu rosto com meu polegar. Ele apenas assente, respira fundo se desvencilhando dos meus braços com calma e se sentando sobre a cama.


POV's Ten 

— Primeiramente: sou tailandês. Sou de Bangkok, morava com minha mãe, lá eu namorei um cara por seis anos e ele se chamava Johnny. Ele era alguém bastante popular, capitão do time de basquete da faculdade que eu frequentava. Era gente boa, carinhoso com todo mundo e tal. Ele me pediu em namoro na frente de toda a escola e eu aceitei. No começo, ele me orientava, era uma pessoas totalmente carinhosa, atenciosa, se preocupava bastante comigo, dava conselhos... Enfim, foi me conquistando. Minha mãe não gostava muito dele, o achava muito dominador e arrogante, falso e sempre me dizia para abrir os olhos. Eu tentava colocar panos quentes, pois era apaixonado por ele, achava que Johnny era o amor da minha vida. Mas, eu devia ter fugido na minha primeira vez com ele, entretanto, eu era muito novo e o perdoei... — Dei um tempo e respirei mais fundo.

Taeyong pode ficar dizendo que vai me proteger mas ele não conhece a história toda... Será mesmo que ele irá me proteger? Provável que vá cair fora quando souber de tudo... Ele pode muito bem desistir de tudo isso, mesmo que não tenha começado nada, mas eu entendo.. Eu sou muito problemático. São muitos problemas.

Taeyong se posiciona em minha frente com suas pernas abertas ao meu redor e segura uma de minhas mãos. Ainda me olhando fixamente, como se estivesse observando até as palavras saindo da minha própria boca. — O que aconteceu na sua primeira vez? — perguntou, sério.

— Naquele dia fomos sair para comemorar 1 ano de namoro. Ele me humilhou pelo jeito que estava me vestindo e maquiagem, dizendo que estava me comportando como uma vadiazinha. Depois me levou para sua casa para eu "dar um jeito" no meu rosto e quando chegamos lá, ele me estuprou. — falo e logo engulo o nó que se deu em minha garganta.

Porque você me amou - Taeten. Onde histórias criam vida. Descubra agora