Visitinha Familiar Desastrosa

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Como eu já esperava, dormir pra que né? Nunca consegui dormir por tanto tempo e não era hoje que eu ia quebrar esse tabu. Particularmente estava meio escuro ainda, um das horas que eu mais gostava no dia já que ninguém estava acordado e eu poderia ficar sozinha por algum tempo. Sendo assim peguei meu casaco e sai do chalé.

Apesar de não conhecer muito bem o acampamento eu sabia que poderia ficar observando o lago (ok é muita coisa de filho de Poseidon, mas eu gosto). Queria muito saber como estava minha mãe, até ligaria pra ela, mas segundo Diego celulares são como um sinal de fogo para monstros, então eu ia deixa-lo desligado por algum tempo.

Passei uns 15 minutos sentada observando as águas, esperando os outros acordarem para irmos em nossa missão. Eu já estava pronta. Já tinha arrumado a mochila e trocado de roupa, mas estava assustada. Segundo os campistas alguns que saiam em missão às vezes chegavam a nunca mais voltar ou quando voltavam tinham servido de palitinho de dente para monstros.

– Onde é que eu fui me meter... - sussurrei comigo mesma.

– Falando sozinha, princesa das sombras? - falou uma voz masculina atrás de mim.

Olhei para trás erguendo uma sobrancelha. Era um dos campistas de Ares, o irmão do Raphael (PS: garoto que eu enfrentei na captura a bandeira) pra ser mais precisa.

– O que você quer? Perdeu o caminho do penhasco?

– Muito engraçadinha. - ele riu de forma meio doentia. - Sou Christopher, mas todo mundo me chama de Chris.

– Bom pra você, mas não me lembro de ter te perguntado nada. - retruquei.

– Você tem a lingua afiada, gosto disso. Mas vou te dar um aviso. Não se envolva muito com o Milligan. Ele não é gente pra se andar.

– Escuta aqui seu idiota o que você está... - parei de falar quando ele agarrou meus braços e me olhou fixamente. Seus olhos eram azuis e ele tinha um sorriso idiota no rosto. - Me solta!

- Vai acabar mudando de ideia sobre mim. - ele me soltou, indo em direção aos chalés.

Peguei minha mochila e comecei a ir rumo a casa grande, onde a missão teria início, porém não pude deixar de pensar em qual seria o problema daquele garoto. Eu sempre havia sido desconfiada, mas Christopher? Aquele garoto conseguiu me deixar em outro nível de alerta.

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– Ok Di, aonde vamos agora? - perguntei.

– Vamos até o Hotel Atlântida. Tenho algumas coisas pra fazer antes de tentarmos achar uma forma de ir ao mundo inferior.

– Vamos com você camarada. - falou James, que agora usava uma bandana roxa na cabeça.

– Não, fiquem aqui. - retrucou Diego.

– Ah, qual é colega. Você pode ser todo fortão e ser genormico, mas vamos com você.

Ele revirou os olhos, mas fez sinal para que fossemos atrás dele. O Hotel Atlântida estava em nossa frente, com sua fachada esculpida em uma pedra parecida com mármore e com um tritão encima do letreiro. Quíron tinha dito que Diego tinha alguns meios de ajudar na missão e que, portanto devíamos ir junto com ele. O interior do hotel era grande, parecido com os cassinos de Las Vegas (sim, eu já fui a Vegas) só que menos luminoso. Diego se dirigiu a recepcionista que se espontou ao ver o garoto.

– Ok... Só eu estou achando isso muito confuso? - perguntou Fernando.

– Eu acho que... – Isa se interrompeu quando Di chegou perto de nós com a mulher.

– Nath, James, essa é minha mãe. Eu vim aqui porque ela sabe uma forma da Isa e do Fer entrarem no mundo inferior sem estarem mortos e saírem depois.

– Você sabe o quanto é arriscado filho, mas acho que não tem uma alternativa melhor. Vocês precisam encontrar os Portões de Orfeu.

– Espera um minutinho, ta falando daquele cara que desceu ao mundo inferior pra pegar a mulher? – perguntou James.

– Sim. – a mãe de Diego olhava por cima do ombro a cada minuto. – Vão agora, eles viram vocês. – seu tom de voz era de urgência.

– Espere mãe, quem nos viu? – Diego levou a mão até o coldre amarrado na perna.

– Eles. – ela apontou pra uma fileira de seguranças, que se transformaram bem em nossa frente em algo que pareciam gigantes.

– Fala sério... Corram! – gritou Fernando, e não ousei discutir.

– Mas que droga eles são?! – perguntei.

– Lestrigões! - Isa e Diegomresponderam ao mesmo tempo.

Fernando correu atrás de James pelas ruas, enquanto eu consequentemente olhava para trás, vendo os lestrigões em nosso encalço. James virou em uma esquina e entrou em um beco em seguida, mas o que ele não contava era o fato de ser um beco sem saída.

– Muito obrigado gênio. – provoquei com um sarcasmo carregado na voz.

– Não me culpe. – ele retrucou se virando para frente.

Diego, Isa e Fernando já tinham sacado suas armas e olhavam fixamente a entrada do beco, onde um pé gigante apareceu antes do corpo. Não era uma visão nada agradável.

– Estamos ferrados? – perguntei.

– Em que faixa? – retrucou Isa.

– De um a dez. – rebateu James.

– Digamos que... – Fernando se interrompeu por alguns segundos. – Onze.

Diário de Uma Filha de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora