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— Se lembra de mim? — Harlen perguntou

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Se lembra de mim? — Harlen perguntou.

Muito próximo. O hálito mentolado dele preencheu minhas narinas e me fez sentar constrangido com as bochechas quentes.

— O garoto novo. — Levei a garrafa à boca para me acalmar.

— Dia ruim? — Ele se sentou ao meu lado suspirando.

— Por que todos andam me perguntando isso ultimamente? — respondi incomodado.

— Não quero ser indelicado, mas no meu caso, você está sentado no meio da noite, em um lugar deserto e bebendo uma garrafa de Whisky. Então...

Desde quando havia me tornado assim, tão patético e solitário? Se eu conseguisse enxergar o semblante de Harlen, com certeza leria "pena" escrito.

— Vou pra casa — disse.

As minhas pernas não me obedeceram quando levantei e senti meu braço ser segurado por Harlen para me apoiar. A pele tocada formigou se insatisfação. Queria empurrá-lo, mas que opção eu tinha? Mal me aguentava em pé. O número um do Colégio, vocalista e estudante melhor classificado, Eric White, era um bêbado. 

— Você está dirigindo? — Ele perguntou.

— E isso é da sua conta por quê...? — respondi afiado e ingeri outro gole da bebida, sentindo minha cabeça girar.

A garrafa foi sugada da minha mão repentinamente. Harlen a puxou enquanto me segurava. Achei graça do que ele falou, mas eu não entendi de qualquer maneira. A carcaça gelada do carro encostou em minhas costas e ri surpreso por ter me "teletransportado". 

— Ei! — reclamei com as mãos de Harlen vasculhando os meus bolsos. 

O meu corpo desabou no banco antes do mentolado de seu hálito inundar minhas narinas novamente. Lutar contra essa onda era desgastante e, sem ao menos perceber, adormeci.

    A minha cabeça parecia explodir assim que abri os olhos, e a claridade incomodou minha visão. Levei a mão à cabeça em uma tentativa ridícula de diminuir a dor, enquanto me sentava. 

As fotos em um mural me revelaram o dono do cômodo: Harlen. A noite anterior era um vazio em minhas lembranças, como um arquivo esvaziado da lixeira do notebook, nem para recuperar dava.

— Bom dia. —  Harlen entrou pela porta. O seu sorriso parecia o amanhecer após um dia de chuva de tão radiante. Constrangido, desviei o olhar.

— Eu... desculpa... não... — tentei falar. Não é a primeira vez que bebo tanto, mas é a primeira vez que alguém, além de Tyler, me via naquele estado deplorável.

— Não precisa se desculpar. Eu é que tenho que te pedir desculpas por sequestrá-lo. Você não me respondeu onde mora, então tive que te trazer pra minha casa.

Quebrando muros (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora